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A onda conservadora e as eleições de 2018

O Brasil vive um ciclo conservador. Isso é inegável, e explica a força de Bolsonaro nas pesquisas, em especial no Sudeste, Sul, nas classes médias e entre o eleitor mais instruído. Temos duas pesquisas novas para analisar. Uma, no Distrito Federal, divulgada pelo Paraná Pesquisas e feita entre os dias 6 a 11 de julho, […]

29 comentários
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O Brasil vive um ciclo conservador. Isso é inegável, e explica a força de Bolsonaro nas pesquisas, em especial no Sudeste, Sul, nas classes médias e entre o eleitor mais instruído.

Temos duas pesquisas novas para analisar. Uma, no Distrito Federal, divulgada pelo Paraná Pesquisas e feita entre os dias 6 a 11 de julho, traz Bolsonaro à frente nos dois cenários: com Lula e sem Lula.

O DF é uma área conservadora, e as pesquisas confirmam isso.

Sem Lula, Bolsonaro tem 25% dos votos; é seguido por Marina, com 14% e Ciro, com 10,5%.

Com Lula, o petista tem 21%, contra 24% de Bolsonaro. Marina e Ciro tem 11% e 7% neste cenário, respectivamente.

A força de Bolsonaro no DF é bastante concentrada entre jovens e eleitores homens, o que é indicativo de que ele pode crescer ainda mais, visto que o voto masculino costuma sinalizar a tendência do voto em geral.

A outra pesquisa é do Ibope em Goiás,  feita entre os dias 7 a 10 de julho. Eu acho uma pesquisa muito interessante para pensarmos numa “média” para o país, porque Goiás não é tão conservador quanto São Paulo, nem tão lulista quanto o Nordeste. Os números, inclusive, se parecem muito com os da média nacional do último Datafolha.

No cenário com Lula, o petista lidera, com 29%. Bolsonaro vem em segundo, com 23% e Ciro em terceiro, com 7%. A força de Lula concentra-se entre mais pobres, até dois salários. Acima dessa faixa, Bolsonaro adquire grande vantagem. Entre quem ganha mais de 5 salários de renda familiar, por exemplo, o capitão da reserva tem 33%, contra 23% de Lula.

Este é mais um dado para provar que o principal problema do PT é sua rejeição na classe média, sempre lembrando que a expressão “classe média” não significa “elite do dinheiro”: na maioria esmagadora são pequenos comerciantes, operários especializados, funcionários públicos e profissionais liberais.

 

Sem a presença de Lula, Bolsonaro lidera com 24%, seguido de Marina, com 11% e Ciro Gomes, com 9%. Ciro  cresceu expressivamente entre eleitores que ganham acima de 5 salários, onde já tem 15%, mais que o dobro de Marina, que tem 7% nessa faixa, ou Alckmin, com 6%. Ciro se destaca também entre eleitores com ensino superior, onde pontuou 13%. O candidato do PDT tem pontuação boa também, de 12%, entre algumas faixas etárias mais jovens.

Note ainda que, entre eleitores masculinos, o percentual de votos nulos/brancos no cenário sem Lula cai bastante, para 21%. Entre quem ganha mais de 5 salários, ainda no cenário sem Lula, nulos/brancos estão apenas em 14%, contra 35% entre quem ganha até 1 salário.

Vamos ver uma outra tabela, da mesma pesquisa, com o interesse dos eleitores nas eleições. Observe que há diferença bem grande entre as diferentes categorias de instrução. Entre eleitores com nível superior, 28% responderam que tem “muito interesse” nas eleições, e apenas 24% que tem “nenhum interesse”. Já entre eleitores com menor instrução, o percentual dos que responderam que não tem “nenhum interesse” vai de 40% a quase 50%.

Esse baixo interesse eleitoral indica que o nível de abstenção, entre os mais pobres, deverá ser muito mais alto do que o verificado entre eleitores de renda média, o que poderá prejudicar, naturalmente, os candidatos muito dependentes apenas desta categoria de eleitores.

É sempre interessante analisarmos atentamente a pesquisa espontânea, porque ela revela um eleitorado mais decidido.  Em Goiás, Lula e Bolsonaro lideram a espontânea, com 20% e 19%, respectivamente. Mas os dados estratificados trazem nuances importantes.  Entre eleitores mais instruídos e com renda maior, Ciro Gomes já tem 7% na espontânea, bem acima de Marina, que tem 4% ou 5% nesses segmentos.

 

 

 

***

Eleições para governador em Goiás

É interessante olharmos para o desempenho dos candidatos a governador nos estados, para entender a dinâmica política interna, que se refletirá, naturalmente, na evolução das campanhas gerais.

Em Goiás, o líder disparado nas pesquisas é Ronaldo Caiado, que tem 37% das intenções de voto. Apesar de liderar em todas as faixas de renda, Caiado tem mais força entre o eleitorado com renda maior. Entre os que ganham mais de 5 salários, Caiado tem 48% das intenções de voto.

Por aí é possível identificar a dificuldade a ser enfrentada por uma campanha presidencial de Lula ou de qualquer candidato do PT em estados conservadores. Lula ou “quem ele indicar” podem até obter 20% ou 30% dos votos, mas sofrerão forte rejeição, em especial nos principais centros urbanos e nas famílias com renda média, ou seja, segmentos com poder enorme (uso intenso de redes sociais, fácil acesso às vias públicas com maior visibilidade, hegemonia nos centros de poder) para promover ataques de alto impacto político.

 

 

 

***

Conclusão

A análise dos números do DF e, principalmente, de Goiás, mostram o avanço considerável do conservadorismo no país.

Entretanto, este conservadorismo tem algumas vulnerabilidades importantes, que podem ser exploradas pelo campo progressista. A primeira delas é uma narrativa muito dependente do antipetismo. O discurso eleitoral de Bolsonaro já está pronto: jogar pesado com a rejeição ao PT e a Lula, rejeição esta que ganhou mais densidade nos últimos meses, em função dos problemas judiciais do partido e do ex-presidente.

Esses problemas, embora não tenham sido suficientes para afetar o partido em 2006, 2010 ou 2014, atingiram a “maturidade” em 2016, quando enfim causaram enorme dano eleitoral, e certamente voltarão a causar em 2018. O adversário ideal para Bolsonaro, portanto, é Lula ou um substituto apontado na última hora. Se o campo progressista oferecer um candidato não-petista, toda a munição de Bolsonaro ficará obsoleta. Ele não terá discurso de ataque e será obrigado a falar de seu programa de governo, que é igual ou pior ao de Michel Temer.

A outra vulnerabilidade do conservadorismo é justamente a dependência de Bolsonaro, que representa uma franja radicalizada da direita brasileira, mas que não tem apoio de amplos setores liberais da sociedade, mesmo que antipetistas. Uma candidatura progressista que explore esse constrangimento, dividindo a direita, atraindo seus setores mais dispostos ao diálogo, terá condições não apenas de ganhar as eleições, como de superar a polarização paralisante e o avanço do fascismo, oferecendo um mínimo de estabilidade política ao país, condição necessária para fazermos uma transição segura de volta à democracia.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Marise

17/07/2018 - 00h28

Esqueci de falar dos políticos. Esses, já sem qualquer credibilidade, vão mostrar nas próximas eleições, mais uma tonelada de mentiras e promessas vãs.

Marise

17/07/2018 - 00h25

Nas próximas eleições, o Brasil vai mostrar suas tripas, suas entranhas, suas vísceras e suas torpe realidade. A imprensa, mostrando todo seu poder de manipulação; o governo, todo seu poder de compra; os empresários, toda sua arrogância; o judiciário, suas arbitrariedades e mal uso das leis para beneficiar seus interesses; o povo, seus medos e ignorâncias e a polícia, toda truculência.

Foo

16/07/2018 - 23h28

“O adversário ideal para Bolsonaro, portanto, é Lula ou um substituto apontado na última hora.”

Análise absolutamente sem noção, particularmente no cenário com Lula.

Lula é o *pior* adversário para qualquer oponente, pois já entra no segundo turno com quase 50% dos votos válidos.

E Bolsonaro é possivelmente o *melhor* adversário para Lula, pois pulveriza os votos do centro e da direita.

Trocando em miúdos: eleitores do Bolsonaro votariam em qualquer um contra o PT. Mas eleitores da Marina, Ciro e Alckmin dificilmente votariam no Bolsonaro. Na pior das hipóteses, anulariam seus votos, o que beneficiaria Lula.

Portanto: Bolsonaro é o adversário ideal para Lula, e não o contrário.

Infelizmente este blog tem misturado torcida com análise política, com resultados surreais.

    Miguel do Rosário

    16/07/2018 - 23h57

    Meu caro, o texto explica bem. Estou falando de guerra narrativa. Bolsonaro é uma caricatura do antipetismo. Ele só sobrevive diante do PT. Esses % que você cita é que são invenções estatísticas. Você leva pesquisa muito a sério.

    Marcelo Abb

    17/07/2018 - 08h53

    Concordo com o Miguel.

    A única chance que Bolsonaro tem de ganhar as eleições é contra um candidato frágil do PT, Haddad, Wagner, ou algum outro que não seja Lula.

    Se for o Lula, até acho que a esquerda ganha, mas não com tanta facilidade quanto pensam os petistas.

    Se não for o Lula, o risco é muito grande de Bolsonaro ter alguma chance. Eu jamais pagaria para ver, e é exatamente o que o PT está fazendo. É uma maluquice!

    Um segundo turno entre o bolsonaro e um candidato do PT, seja quem for, será pautado por acusações, frases feitas, discurso moralista e anti-petista, mensalão, lava jato, Lula, corrupção, petrolão, petrobras, venezuela, e todas as outras baboseiras que sustentam o discurso dessa direita ignorante.

    Os debates não ficarão nem por um segundo onde deveriam estar, no plano das ideias, projetos, economia, saúde, educação, reformas, geopolítica, etc, e isso só beneficia o candidato que NÃO TEM PROJETO, que no caso é o Bolsonaro.

    Pensem um pouco, meus amigos petistas! Pelo amor de Deus!!

    Nunca vi um cenário tão claro em toda a minha vida. A única chance que temos de ganhar as eleições, pacificar o país, restaurar a democracia e ajudar o Lula é apoiando um candidato do campo progressista que não seja do PT!

      foo

      17/07/2018 - 13h03

      Candidatos extremistas têm um teto.

      Lula só conseguiu se eleger quando adotou um tom conciliador, o “Lulinha Paz e Amor”.

      Qualquer candidato que chegue ao segundo turno contra Bolsonaro (se ele chegar) terá grande chance de vitória.

      E não vamos nos esquecer : Bolsonaro será devidamente rotulado como golpista, junto com Marina e Alckmin.

      A situação está muito ruim para a direita brasileira, não me surpreenderia com um segundo turno entre Haddad e Ciro.

        Marcelo Abb

        18/07/2018 - 07h20

        O establishment jamais deixaria um segundo turno entre Haddad e Ciro.

Wilton Santos

16/07/2018 - 23h25

Usar Goiás como parâmetro para todo o país é forçar a barra. Goiás é o Estado mais conservador do país, uma espécie de Texas brasileiro. O Centro Oeste é reduto histórico dos ruralistas e onde a direita reacionária sempre teve hegemonia. Se fizerem a mesma pesquisa no Ceará, Pernambuco, Bahia ou Minas Gerais os números serão completamente diferentes.

O Miguel do Rosário se esforça para encontrar interpretações favoráveis ao Ciro Gomes e desfavoráveis ao PT. Se esquece de um dado relevante: a crise econômica será determinante nessas eleições e o povo votará de forma pragmática. Ou seja, votará em quem apresentar a melhor proposta para acabar com o desemprego e fazer o país voltar a crescer. Nesse sentido, a comparação com a situação econômica durante os governos petistas com a realidade atual será inevitável.

Em São Paulo é visível o estrago causado pelo golpe. Qualquer lugar que você vá encontra imóveis comerciais para alugar e lojas fechando. As pessoas mais pobres, que são a maioria da população, e que estão sentindo na pele o aumento do gás de cozinha, da gasolina, a falta da farmácia popular, diminuição do bolsa família, o fim do Minha Casa Minha Vida serão determinantes nessas eleições.

Quanto ao Ciro Gomes, sua aliança com o DEMO revela sua verdadeira face. O DEMO é a UDN, é a ARENA, é o PFL, é o reduto dos ruralistas, da bancada da bala. Esse é o principal partido de direita no país, que combate sistematicamente minorias vulneráveis e são radicalmente contrários aos direitos humanos. O Ciro se propõe a ser o Macron brasileiro, sua primeira tarefa será viabilizar a reforma da previdência que será conduzida por um Congresso Nacional dominado pelo seu aliado o DEMO.

Felizmente o Ciro Gomes será derrotado já no primeiro turno, pois qualquer poste que o Lula indicar chegará facilmente ao 2º turno. Essas eleições será a disputa de dois projetos: o dos golpistas e os que defendem o legado do lulismo.

    Miguel do Rosário

    16/07/2018 - 23h58

    O Brasil é um grande Goiás. São Paulo, Paraná, SC e RS estão à direita de Goías. E o Nordeste está à esquerda. Eu me baseei em números das próprias pesquisas para posicionar Goiás ao centro.

      foo

      17/07/2018 - 04h18

      Uma outra leitura possível sobre os mesmos dados :

      Em estado tucano, Goiás, Lula tem 29%; Alckmin só 2%

      Goiás é um estado majoritariamente tucano, com sucessivos governos do partido. Mesmo assim, o ex-presidente Lula aparece à frente numa pesquisa realizada pelo Ibope contratada pela Adial.

      Lula tem 29% das intenções de votos, Bolsonaro, 23%, Ciro Gomes, 7%, Marina, 6%, Meirelles, 3%, e Alckmin, 2%.

      https://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2018/07/16/em-estado-tucano-goias-lula-tem-29-alckmin-so-2/

      Sergio Sete

      17/07/2018 - 09h19

      Aqui a esquerda não tem vez. Nunca ganhou uma eleição.

      Wilton Santos

      17/07/2018 - 11h13

      Você não conhece Goiás!

    Foo

    17/07/2018 - 00h03

    Este comentário oferece uma análise muito melhor do que o artigo.

    Ao invés de buscar recortes de dados que beneficiem seu candidato, olha para o ambiente político como um todo.

    Os resultados do golpe estão aí para todo mundo ver: déficits, cortes, desemprego.

    Diziam que sem Dilma, tudo melhoraria. Não melhorou.

    Diziam que com a reforma trabalhista os empregos voltariam. O desemprego aumentou.

    De certa forma terá sido uma experiência educativa para quem acreditava que o PT era a origem de todos os males.

    Lula (ou seu candidato) entrará na disputa defendendo seu legado positivo, contra um governo rejeitado pela grande maioria da população.

    E o Miguel fica recortando números…

      vitor

      17/07/2018 - 11h31

      É claro que as coisas melhoraram com a saída de Dilma. O país estava vindo de uma queda de 7% na economia. Teve um freio de arrumação. Claro que o Governo Temer é um lixo, mas falar que com Dilma estaria melhor é ignorar a realidade! Antes que diga, não sou anti-petista. Para mim o melhor momento do país foi com Lula (o da cartinha, de bem com o mercado). Aliás, não é só pra mim, é só olhar os números. Infelizmente depois dele veio Dona Doida…

Régis

16/07/2018 - 23h13

Sem Lula, Bolsonaro realmente dispara. Vejo isso a minha volta, com pessoas que conheço. Mas quando indago qual o projeto em relação ao Pré Sal deste candidato, ninguém sabe responder. Alguns falam que ele vai dar uma arma pra cada cidadão de bem se defender. E isso é o máximo que sabem dizer sobre este candidato. Outros falam que ele é militar e vai pôr as coisas em ordem. Então indago que o tal Bolsonaro é extrema direita, e sendo assim, irá entregar as riquezas estratégicas do nosso país. E neste caso, o Exército deveria ser extinto, já que não há mais necessidade dos militares, pois as riquezas foram entregues ao estrangeiro e a soberania não existe mais.
Mas isso tudo é complicado demais para o cérebros deles.

    Mordaz

    17/07/2018 - 18h45

    Tens toda razão. Coplementando: em qualquer pleito, se você tirar o primeiro colocado, o segundo “dispara”, né?

Rodrigo

16/07/2018 - 21h58

Entre quem ganha mais de 5 salários de renda familiar, por exemplo, o capitão da reserva tem 33%, contra 23% de Lula.

Ciro cresceu expressivamente entre eleitores que ganham acima de 5 salários, onde já tem 15%.

Este é mais um dado para provar que o principal problema do PT é sua rejeição na classe média.

???

    foo

    17/07/2018 - 07h55

    O copo está 2/3 cheio e vocês ficam falando que ele está 1/3 vazio.

    O “problema” da rejeição da classe média é mais do que compensado pela vantagem que Lula tem entre os mais pobres.

Alan Cepile

16/07/2018 - 21h49

Ou seja, ou Lula apoia Ciro ou vai ser Bolsonaro presidente.

Benoit

16/07/2018 - 20h30

Mais claro do que isso as coisas não podem ser. Todo mundo que quiser ver pode ver. No entanto há quem não queira ver. Talvez eu devesse dizer abertamente: com o Lula a esquerda dá indicações de vir a perder as eleições e vão ter que ficar com o Nada do Bolsonaro (“Nada” é o apelido que algumas pessoas estão dando ao Bolsonaro).

    Foo

    16/07/2018 - 23h47

    Supondo que a candidatura de Ciro Gomes demonstre alguma viabilidade, e consiga tirar votos de Marina e Alckmin. Para quem os votos de Ciro vão migrar no segundo turno?

    Supondo o contrário — que a candidatura de Ciro se torne inviável já no primeiro turno — nesse caso não faz muito sentido insistir na sua candidatura, não é mesmo?

    Ciro precisa vencer Bolsonaro no primeiro turno, e não tentar convencer Lula e o PT de abandonar a disputa.

      Benoit

      17/07/2018 - 04h52

      Esse é que é o problema. O primeiro turno não está muito bom para a esquerda. Os votos da esquerda se dividem por mais de um candidato e pelo Nada (apelido secreto do Bolsonaro). Não há nenhum candidato de esquerda (fora o Lula) com votos suficientes para ultrapassar o Bolsonaro e pode ser que até mesmo a Marina tenha resultados melhores do que o melhor candidato de esquerda. Aí as eleições estariam já perdidas no primeiro turno. O problema do segundo turno é que os possíveis candidatos do PT, caso passassem ao segundo turno, têm muito pouca projeção, são rejeitados por boa parte dos eleitores com nível educacional mais elevado e com nível salarial mais alto.

        foo

        17/07/2018 - 08h08

        “Não há nenhum candidato de esquerda (fora o Lula) com votos suficientes”

        Há sim: o “candidato do Lula”.

        Não se esqueça do contexto macro – político: Bolsonaro, Marina e Alckmin estão associados ao golpe.

        Disseram que tirando o PT acabava a corrupção. Não acabou.

        Disseram que tirando a Dilma a economia ia melhorar. Piorou.

        Disseram que a reforma trabalhista criaria empregos. O desemprego aumentou.

        A situação nunca esteve tão ruim para a direita.

Nilson Moura Messias

16/07/2018 - 18h19

E pegue malabarismo para se descobrir o óbvio: PT e Bostanaro, no segundo turno.

    Benoit

    16/07/2018 - 20h31

    E o que voce não diz: depois do segundo turno o Bolsonaro na presidência.

      Nilson Moura Messias

      16/07/2018 - 22h59

      Benoit, no segundo turno, o resultado será o mesmo das eleições anteriores: Vitória da esquerda.

        Marcelo Abb

        17/07/2018 - 08h55

        Com um candidato fraco do PT (Haddad, Wagner, etc)?

        Duvido muito.

        Acho até que a esquerda poderia ganhar, mas com muita dificuldade.

        Se for Ciro Gomes apoiado pelo PT, corremos o “risco” de ganhar no primeiro turno.

        Zé dos Bagos

        17/07/2018 - 09h01

        Bolsonazi não irá ao segundo turno. Não adianta botar medo. Basta ele abrir a boca na TV que essa vampirada toda vai morrer de diarreia. Caga-se toda! Ele é um outro vampiro mal disfarçado. Estão dando muito gás para este capitão do mato. Basta a Globo abrir o IR dele… putz… Ele não irá aos debates ? E como vão ver o candidato ? Algo ele tem que falar e será mer.da !!!

          Marcelo Abb

          17/07/2018 - 12h18

          Doce ilusão, camarada.

          Você já conversou com algum eleitor convicto dele?

          O cara sabe que ele é despreparado, racista, homofóbico, etc etc, e não está nem aí. E ainda por cima usa o argumento de que ele vai impedir a ameaça comunista, vai dissolver o congresso corrupto, acabar com a corrupção, etc etc etc.

          Até acredito que bolsonazi tenha atingido o teto de intenções de votos e que a tendência agora é cair. Mas também acredito que ele tenha um piso, que não sei definir precisamente quanto é, composto exatamente por este tipo de eleitor ignorante, com o que eu exemplifiquei acima.

          O risco é que este piso o leve ao segundo turno, por conta da hiper-pulverização das candidaturas.


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