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Análise detalhada da última pesquisa Ibope

Hoje sai mais uma pesquisa Datafolha, às 19 horas, na Folha e no G1. Mas temos ainda a íntegra do último relatório Ibope, com levantamentos realizados entre os dias 21 a 23 de outubro. Essa pesquisa deve ser comparada com a da semana anterior, nos dias 13 a 14 de outubro. Apesar da retórica de […]

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Hoje sai mais uma pesquisa Datafolha, às 19 horas, na Folha e no G1. Mas temos ainda a íntegra do último relatório Ibope, com levantamentos realizados entre os dias 21 a 23 de outubro. Essa pesquisa deve ser comparada com a da semana anterior, nos dias 13 a 14 de outubro.

Apesar da retórica de campanha, a pesquisa Ibope não sinaliza nenhum movimento de “virada”. Uma oscilação negativa de 2 pontos, dentro da margem de erro, mudou os votos válidos de ambos os candidatos, mas os votos totais de Fernando Haddad permaneceram os mesmos, em 37%. Ainda em votos totais, Bolsonaro, como dito, caiu 2 pontos e agora tem 50%.

Eu reuni as tabelas da pesquisa atual à anterior, para fazemos as comparações. Faço alguns comentários depois de cada uma delas.

Na tabela acima, vemos que Haddad oscilou para baixo nas capitais, de 34% para 33%. E caiu 4 pontos no Nordeste, de 57% para 53%.  Não são sinais muito promissores.

Bolsonaro, por sua vez, caiu 4 pontos no Sudeste, de 58% para 54%, ao passo que Haddad subiu 2 pontos na região. A diferença entre os dois candidatos no Sudeste, que era de 29 pontos em favor do deputado, agora caiu para 23 pontos. Ainda é uma diferença muito alta.

 

Na estratificação por renda, observa-se que Haddad oscilou 1 ponto para baixo, de 53% para 52%, no único segmento onde ainda leva vantagem sobre Bolsonaro: eleitores com renda familiar até 1 salário. Bolsonaro, contudo, também oscilou negativamente, 2 pontos, neste segmento, 38% para 36%.

Nas outras faixas de renda, houve algumas mudanças, mas a vantagem de Bolsonaro sobre o adversário ainda é extremamente alta. E Haddad também oscilou 1 ponto para baixo entre eleitores com renda entre 1 e 2 salários, de 38% para 37%. Essas variações, dentro da margem de erro, são irrelevantes; na verdade, apenas mostram estagnação e consolidação do cenário.

Na segmentação por gênero, idade e nível de escolaridade, houve algumas variações. Haddad perdeu 5 pontos, por exemplo, entre eleitores com instrução até o ensino fundamental, 52% para 47%, o único segmento onde ele mantém vantagem sobre o adversário. Bolsonaro, por sua vez, perdeu 3 pontos entre eleitores com ensino médio, mas Haddad não ganhou votos: houve aumento de 4 pontos entre brancos e nulos. Entre eleitores com ensino superior, Bolsonaro e Haddad oscilaram 1 ponto para cima, de 57% para 58%, e 30% para 31%.

Um sinal ruim para o petista é que ele não se mexeu entre os mais jovens: na verdade, oscilou 1 ponto para baixo, de 39% para 38%.

***

O Ibope também pediu aos entrevistados que respondessem, de maneira espontânea, em quem eles votaram no 1º turno. Esse é um dado importante, porque nos permite analisar o perfil sócio-econômico e geográfico de cada candidato.

Os números revelam, por exemplo, que a “onda Ciro” dos últimos dias do primeiro turno foi significativa entre o eleitorado mais instruído. Entre pessoas com ensino superior, 16% disseram que votaram em Ciro no primeiro turno, número praticamente idêntico aos 17% que afirmaram ter votado em Haddad.

***

Por fim, o Ibope fez uma pesquisa sobre a rejeição aos partidos. A pergunta era: em qual destes partidos você não votaria de jeito nenhum?

O líder em rejeição, disparado, foi o PT, com 38% dos entrevistados respondendo que não votariam de jeito nenhum no partido.

Lembrando que o mesmo Ibope também fez pesquisa sobre preferência partidária, onde 22% dos entrevistados declararam preferência pelo PT.

No Sudeste, o percentual de rejeição ao PT é de 44%, contra 17% de simpatia.

No Nordeste, a rejeição ao PT é menor que a simpatia: apenas 23% dos entrevistados da região declararam que não votam de jeito nenhum na legenda, contra 38% simpáticos

Nas capitais, 42% responderam que não votam no PT de “jeito nenhum”, contra 19% de simpatia.

 

Na estratificação por renda, o único segmento onde o PT tem mais simpatia que rejeição é o eleitorado com renda familiar inferior a 1 salário, onde 32% declararam preferência pelo partido contra 24% que responderam que não votam no PT “de jeito nenhum”.

Conforme a renda aumenta, contudo, a rejeição ao PT cresce. Entre eleitores que ganham de 2 a 5 salários, por exemplo, 47% responderam que não votam de jeito nenhum na legenda; este percentual sobe para 53% entre eleitores com renda superior a 5 salários.

Entre evangélicos, 46% responderam que não votam nenhum no PT. Entre eleitores brancos, o percentual de rejeição ao PT é de 43%.

Os outros partidos tem baixos índices de preferência ou rejeição. Dentre estes, chamo atenção apenas para o PSL, legenda de Bolsonaro, cuja preferência partidária entre famílias com renda superior a 5 salários subiu para 14%, empatando com o PT, que tem 16% neste segmento (com a diferença que o PT tem alta rejeição neste segmento, e o PSL, não).

Entre eleitores com ensino superior, a rejeição ao PT está em 49%, contra apenas 14% de simpatia.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Álvaro

25/10/2018 - 19h08

Essa porra é blog de direita? Tô fora

    Benoit

    26/10/2018 - 04h35

    Os gráficos são gráficos de direita?

JULIO CEZAR DE OLIVEIRA

25/10/2018 - 17h17

É digitar no google PIB BRASIL e ver quem são os verdadeiros ladrões,foi o melhor pib de todos os tempos,e mais quem mais roubou não foi o PT,é só buscar no google também,já que vocês gostam tanto de internet,quem está no topo das safadezas e o pp,então não é verdade que só o pt roubou.
E o patrimonio de bolsonaro é o que mais subiu,350 por cento de aumento.

    Paulo

    25/10/2018 - 18h57

    O PT roubou e propiciou o roubo a 3ºs, para cooptá-los…foi seguramente o maior escândalo de corrupção da história mundial. Alguns estimam em mais de R$ 50 bilhões o total desviado. Fora a ineficiência que a corrupção gera…

      Benoit

      26/10/2018 - 04h34

      ah sim, e antes do PT não havia corrupção no Brasil? Agora responda: Quem foi que fez mais para combater a corrupção no Brasil? Segundo a Miriam Leitão o PT fez muito para combater a corrupção. Além do mais, parece ser claro que algumas pessoas do PT condenadas por corrupção foram sujeitas a um julgamento político abusivo.

Sandra Santos

25/10/2018 - 17h07

A favor da democracia e NÃO à ditadura é 13 !

    Antonio

    26/10/2018 - 13h43

    o PT apoia ditaduras como Venezuela, Cuba e outras de países pequenos da afríca, eu é a favor da democracia? sei kkkkk
    Só se democracia pra vc significar socialismo.

Carlos Alberto Moreira

25/10/2018 - 14h58

DEUS NOS LIVRE DO RETORNO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, CHAMADA PT, COMANDADA POR LULALAU E OS 40 LADRÕES.

    Benoit

    26/10/2018 - 04h37

    Carlos Alberto Moreita, voce é que doou o seu cérebro para organizações criminosas. Além do mais em geral as pessoas decentes teriam vegonha de mostrar a sua burrice e falta de caráter em público, ao contrário de voce. Tente se redimir porque ainda é tempo (voce vai ter que pedir o seu cérebro de volta).


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