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Notas internacionais (por Ana Prestes) 22/05/19

Notas internacionais (por Ana Prestes) 22/05/19 – A visita do vice-presidente Mourão à China repercutiu muito na imprensa ontem. Uma das visitas realizadas pelo general foi ao CAST (sigla em inglês de Academia Chinesa de Tecnologia Espacial). Brasil e China celebram este ano 30 anos de parceria na área espacial que já resultou na fabricação […]

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Notas internacionais (por Ana Prestes) 22/05/19

– A visita do vice-presidente Mourão à China repercutiu muito na imprensa ontem. Uma das visitas realizadas pelo general foi ao CAST (sigla em inglês de Academia Chinesa de Tecnologia Espacial). Brasil e China celebram este ano 30 anos de parceria na área espacial que já resultou na fabricação e lançamento de cinco satélites. O sexto satélite tem previsão de lançamento para dezembro em Taiuyan e sua finalidade é monitorar desmatamentos e desastres naturais. Após a visita, Mourão teria dito a jornalistas que o Brasil quer aumentar a cooperação, mas “com a crise fiscal que estamos vivendo nos faltam recursos para investimento”.

– Mourão também se pronunciou durante entrevista ao canal estatal chinês, a CGTN, em espanhol. A entrevista vai ao ar em 29 de maio. Entre outras coisas, o vice-presidente disse que é preciso “agregar valor” ao que é exportado do Brasil para a China e que o Brasil não pode ser só “uma loja que a China vai e compra itens. Tem que ser mais do que isso. As coisas que vem do Brasil têm que ter o mesmo valor que as que vem da China. Estamos na era do conhecimento. A economia do século 21 é a economia do conhecimento, esse é o passo adiante que temos que dar nessa relação”.

– Sobre a nova Rota da Seda, Mourão disse na China que “aguarda conversas profundas sobre o tema”. Lançado em 2013, o programa de investimentos em infraestrutura e oportunidades de negócios com empresas chinesas movimenta 30 bilhões de dólares e conta com a adesão de 125 países. Na América Latina já são 14 os países envolvidos, entre eles Bolívia, Venezuela e Chile. Mourão fica na China até sexta-feira, 24, dia em que deve se encontrar com o presidente Xi Jinping.

– Pela primeira vez Theresa May mudou o discurso sobre um possível novo referendo do Brexit. Quase em tom de chantagem, a premiê disse que abrirá a oportunidade de uma nova consulta popular caso o parlamento britânico aprove seu plano de Brexit. O plano está sendo finalizado e deve ser apresentado em junho. Não são poucas as críticas à May de que o plano é algo velho envelopado de novo. Será a quarta vez que May levará uma proposta de Brexit ao parlamento, desta vez sinalizando para uma união aduaneira temporária com a UE, ate as próximas eleições gerais do RU, garantia de direitos trabalhistas e padrões ambientais da UE. A união aduaneira temporária foi um dos pontos de divergência com os trabalhistas, liderados por Jeremy Corbyn e que sentou à mesa com May por seis semanas. Os trabalhistas queriam uma união permanente, no entanto May inseriu o acompanhamento dos padrões trabalhistas e ambientais europeus, outra exigência dos trabalhistas.

– Os EUA vivem um momento de retrocessos nas legislações estatais sobre aborto. Estados como Alabama, Geórgia e Missouri, aprovaram leis que restringem ou vetam o acesso à interrupção da gravidez, que é um direito garantido por decisão federal de 1973. O aborto é previsto até o “ponto de viabilidade” do embrião, entre 24 e 28 semanas, a partir do qual ele já pode sobreviver fora do útero materno. No dia de ontem (21) houve várias manifestações em todo o país pela garantia do direito ao aborto. Um dos locais de concentração foi a Suprema Corte, em Washington.

– O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse ontem (21) que o país enfrenta uma guerra econômica promovida pelos EUA e rejeitou qualquer possibilidade de diálogo. Disse que “não é momento de conversas, mas de resistência”. O presidente compara a situação iraniana à dos anos 80 do século passado, quando houve guerra contra o Iraque, e pediu ao parlamento poderes semelhantes aos daquela época para conduzir a economia. Os problemas no setor bancário e nas vendas de petróleo são os mais dramáticos hoje.

– Ainda sobre o Irã, o país anunciou esta semana que aumentou em quatro vezes a taxa de enriquecimento de urânio. Sob o acordo nuclear ao qual está submetido e do qual os EUA se retiraram, o Irã está autorizado a produzir urânio de baixo enriquecimento até um limite de 300 kg, mas o governo iraniano diz que o teto já não se aplica diante do rompimento dos EUA com o acordo. O anúncio veio após mais ataques de Trump, via twitter, contra o Irã.

– Começou ontem (21) o julgamento da ex-presidente Cristina Kirchner na Argentina. Seu processo se refere a contratos estabelecidos sem licitação entre 2007 e 2015 para execução de obras públicas. O julgamento é visto por muitos como uma perseguição aos Kirchner. Cristina está posicionada em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da república, mas no sábado (18) ela anunciou que será vice na chapa encabeçada por Alberto Fernández nas primárias eleitorais obrigatórias do país em 11 de agosto próximo. As eleições serão em outubro.

– Volodymyr Zelensy é o novo presidente da Ucrânia desde a última segunda (20). Ao tomar posse ele anunciou a dissolução do parlamento. Deste modo, seu partido, que é novo, poderá ganhar assentos no legislativo do país. Há uma controvérsia no país se ele estaria amparado legalmente para dissolver o parlamento. A atual composição da Verkhovna Rada, casa legislativa, é amplamente partidária de Petro Poroshenko, o anterior presidente e candidato derrotado por Zelensky. O presidente russo Vladimir Putin ainda não cumprimentou o novo presidente ucraniano e condicionou o estabelecimento de relações às ações de Zelensky no sentido de progredir na resolução dos conflitos com separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia. Em seu discurso de posse, Zelensky prometeu “proteger a soberania e a independência da Ucrânia” e condicionou o diálogo com Putin à devolução do território ucraniano “ocupado” e o retorno dos “prisioneiros de guerra”. A eleição do parlamento deve ser em 21 de julho. – Tanto Merkel como Macron telefonaram para Putin, segundo a imprensa, após a posse do novo presidente ucraniano para pedir decisões no sentido de acabar com o conflito no leste da Ucrânia.

– O vice-primeiro ministro e ministro do interior da Itália, Mateo Salvini, protagonizou ontem mais um impasse com embarcação de migrantes vindos da Líbia e aportando na costa italiana. O navio Sea Watch 3, que resgata imigrantes no Mar Mediterrâneo, foi autorizado pela justiça italiana a desembarcar na ilha de Lampedusa mesmo após Salvini ter proibido o desembarque. Diante da autorização, Salvini ameaça impor sanções contra a ONG que é proprietária do barco.

– Foi confirmada ontem (21) a reeleição de Joko Widodo como presidente da Indonésia com 55,5% dos votos. As eleições foram no dia 17 de abril. O adversário, ex-general Prabowo Subianto, não reconheceu o resultado eleitoral. A contagem manual de milhões de votos deixou 272 pesssoas mortas e mais de 1800 doentes. O país tem 260 milhões de habitantes. Protestos contra a reeleição ontem (21) deixaram seis mortos e 200 feridos em Jacarta.

– A guerra do Iêmen, que parecia arrefecer, dá sinais de que ainda perdurará. Ontem (21) dois misseis foram lançados em direção à Arábia Saudita. A narrativa da imprensa é de que os mísseis foram lançados pelos rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, em direção à cidade sagrada de Meca.

– Segundo a Rádio França Internacional, na França, na pequena cidade de Montereau, de 600 habitantes, o prefeito Jean Debouzy decidiu distribuir as pílulas azuis de viagra a casais em idade reprodutiva para estimular a reprodução. O prefeito está preocupado principalmente em não perder as escolas do município que estão para fechar suas portas por falta de alunos.

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Ana Prestes

Ana Prestes Socióloga, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG. Autora da tese “Três estrelas do Sul Global: O Fórum Social Mundial em Mumbai, Nairóbi e Belém” e do livro infanto-juvenil “Mirela e o Dia Internacional da Mulher”. É membro do conselho curador da Fundação Maurício Grabois, dirigente nacional do PCdoB e atua profissionalmente como assessora internacional e assessora técnica de comissões na Câmara dos Deputados em Brasília.

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Nelson

22/05/2019 - 13h59

No dia 14 de maio, O Cafezinho publicava o post GOVERNO AMERICANO LANÇA “NOVO MANUAL PARA DERRUBAR GOVERNOS ESTRANGEIROS”, https://www.ocafezinho.com/2019/05/14/nao-e-piada-governo-americano-lanca-novo-manual-para-derrubar-governos-estrangeiros/.

Não faltaram comentaristas a duvidarem do tal manual, acreditando ainda que o Sistema de Poder que domina os Estados Unidos atua por puro altruísmo, em benemerência a outros povos.

Convido-os, então, a dar uma olhada no artigo do geógrafo italiano, Manlio Dinucci. Dinucci se refere ao “trabalho” publicado pela Rand Corporation. Tal “trabalho” visa liquidar a Rússia.

Os interessados podem ler o artigo do geógrafo, “Cómo acabar con Rusia, según la ‎Rand Corporation”, em https://www.voltairenet.org/article206558.html.

Paulo

22/05/2019 - 11h23

“O aborto é previsto até o ‘ponto de viabilidade’ do embrião, entre 24 e 28 semanas, a partir do qual ele já pode sobreviver fora do útero materno.” Legislação estúpida e anticientífica, além de, sobretudo, imoral, indecente!


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