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Obrador corta despesas para sobrar mais recursos para educação e programas sociais

No Brasil de Fato México: divergências sobre cortes acirram disputas internas no governo López Obrador Último capítulo foi a renúncia do ministro da Fazenda, Carlos Urzúa, que dirigiu duras críticas ao presidente Brasil de Fato | São Paulo (SP), 16 de Julho de 2019 às 20:17 Desde que o governo do México, liderado pelo presidente […]

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Mexican President Andres Manuel Lopez Obrador gestures as he speaks during a press conference at the Palacio Nacional in Mexico City on July 10, 2019. - Arturo Herrera replaced Carlos Urzua as Mexican Secretary of Finance, after he resigned on July 9, 2019 citing discrepancies with Lopez Obrador's government. (Photo by ALFREDO ESTRELLA / AFP)

No Brasil de Fato

México: divergências sobre cortes acirram disputas internas no governo López Obrador

Último capítulo foi a renúncia do ministro da Fazenda, Carlos Urzúa, que dirigiu duras críticas ao presidente

Brasil de Fato | São Paulo (SP),
16 de Julho de 2019 às 20:17

Desde que o governo do México, liderado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, aprovou seu Plano de Austeridade Republicana, disputas geraram os primeiros grandes conflitos internos da administração. O último capítulo ocorreu na terça (9), quando o ministro da Fazenda, Carlos Urzúa, renunciou alegando divergências com o mandatário.

Em carta, o agora ex-ministro dirigiu duras críticas ao governo, que, segundo ele, tomou “decisões de política pública sem sustentação suficiente”. Urzúa também afirmou que a opção de abandonar o cargo é resultado da “inaceitável imposição de funcionários” sem o conhecimento da pasta.

Aprovada no início de maio e em vigor desde o final do mesmo mês, a austeridade republicana resultou em uma drástica diminuição nos gastos do governo federal com a redução de salários e do número de pessoas em cargos públicos. A política, que visa acabar com privilégios, é uma promessa de campanha do mandatário mexicano.

As cisões no governo passaram a acontecer desde o início de junho, uma semana após os cortes terem sido iniciados. As primeiras baixas foram a da titular da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat), Josefa Gonzáles Blanco, e a do diretor-geral do Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS), Germám Martínez.

Embora a política de austeridade tenha como objetivo diminuir privilégios, e reverter fundos a programas sociais e à expansão das universidades, a saída de Martínez do IMSS, órgão responsável pela seguridade social e saúde, gerou críticas sobre um possível exagero na redução de gastos.

Para o cientista político Katu Arkonada, entretanto, a movimentação no interior do governo é normal. “O México está passando por uma mudança de regimento. E isso, obviamente, traz desordem”, argumenta.

Segundo ele, o país passa por uma austeridade republicana, que não tem nada a ver com a austeridade neoliberal, imposta pelo FMI e Banco Mundial. “É um momento de varrer do estado a corrupção estrutural e direcionar o gasto em políticas sociais. Isso também provoca tensões e é a parte que tem a ver com a renúncia de Urzúa”, completa.

Conflito

A saída de Urzúa surpreendeu os mexicanos. O ex-ministro é um velho parceiro político de Obrador, tendo sido secretário de Finanças quando o mandatário mexicano era prefeito da Cidade do México.

Segundo Luis Hernández Navarro, editor de opinião do jornal mexicano La Jornada, a saída de Urzúa é o conflito mais grave que López Obrador enfrentou nesses sete meses de governo.

“O significativo desta denúncia não é só que ela tenha acontecido, mas a carta pública com a qual o secretário deu a conhecer sua saída do governo de López Obrador. Ali, ele faz três críticas básicas muito significativas. A primeira, que foram tomadas decisões de política pública sem sustentação suficiente, segundo, que foram colocados funcionários sem seu conhecimento. E [em terceiro lugar] que isso foi instigado por personagens com conflitos de interesse”, explica o jornalista.

Em resposta, o presidente mexicano afirmou que Urzúa não havia entendido o plano de austeridade republicana. Depois, admitiu que havia diferenças significativas entre ele e o ex-ministro quanto ao Plano Nacional de Desenvolvimento mexicano.

No lugar de Urzúa, foi designado Arturo Herrera que ocupava o cargo de subsecretário da Fazenda. O agora ministro foi alto funcionário do Banco Mundial e faz parte do mesmo grupo político de Urzúa.

Economia de US$ 26,4 bilhões

López Obrador voltou a defender os cortes neste sábado (13) e disse que com a medida e iniciativas de combate à corrupção, o México conseguirá poupar US$ 26,4 bilhões (cerca de 500 bilhões de pesos).

Segundo ele, a austeridade irá possibilitar que o país dobre a aposentadoria dos idosos e garantirá direitos ao estudo e ao trabalho para 2,6 milhões de jovens. O mandatário declarou também que o programa tem como objetivo garantir que investimentos públicos cheguem em todo o país.

As previsões de crescimento do país, porém, não são animadoras. O resultado do primeiro trimestre indicou uma queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). As estimativas iniciais eram a de que o PIB crescesse 2% em 2019. Agora, dificilmente chegará a 1%. Economistas falam que o país pode entrar em recessão.

Edição: Rodrigo Chagas

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LUPE

17/07/2019 - 12h19

Caros leitores

“Austeridade” no bom sentido, sim. Combater negociatas escabrosas
como existem no Brasil
(que a Grande Mídia esconde, não comenta, não noticia, não informa),
sim.

Mas, “Cortes”… sei não, cheira a coisa da chamada “Política neo liberal”.
Vai contra a Macro Economia proposta por Keynes… Gera desemprego e consequências…

E se o presidente mexicano quiser realmente fazer o Bem para o México,
e não estatizar as notícias políticas,
a Grande Mídia mexicana vai inventar logo a Lava Jato à la Mexico.

Te cuida, cuidado Obrador………………

    Adevir

    17/07/2019 - 14h15

    A melhor coisa a se fazer com o que Keynes escreveu e jogar tudo no lixo.

      LUPE

      17/07/2019 - 22h23

      Caro Adevir (mais Mal)

      Como os tempos são o avançar da Ignorância e do Mal,
      você está certo.
      E você como “comentarista” a torcer pelo Mal,
      tem o aval da Grande Mídia,
      que faz parte da mesma quadrilha do Mal
      que nem você.

      Por falar em Mal,
      sabe que 3 das cidades mais violentas do Mundo são do Brasil ?
      (Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador).

      Teus patrões te garantiram Miami prá você?.
      Eles pagaram bem em dólares para você se mandar do Brasil
      e ir viver em outro país menos dominado pela Mal,
      como o Brasil o é?

    Paulo

    17/07/2019 - 19h02

    Meu caro Lúmpen, estatizar as notícias políticas é eufemismo para censura à imprensa. Ou não?

a.ali

17/07/2019 - 11h01

esse tem meus respeito!

Jeferson

17/07/2019 - 10h04

Corte de despesas? Fascista, racista, destruidor dos pobres, frentista!!! Este presidente só quer acabar com os direitos… kkkkkkk

Lib.

17/07/2019 - 09h23

Governo assim voto com gosto. O maior explorador do trabalhador aqui no Brasil nao sao os bancos ou empresarios, mas sim o próprio governo que é recheado de privilégios e gastos que nao sao voltados ao bem estar do povo e milhares de bracos e agencias criados apenas para coletar taxas.

    Edibar

    17/07/2019 - 10h09

    É isso aí. Perfeito comentário.


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