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Números do IBGE mostram que indústria brasileira continua indo para o buraco

O tom otimista da nota do IBGE, na divulgação dos indicadores de produção industrial de setembro, é positivamente ridículo, porque a indústria ainda apresenta queda tanto no acumulado do ano como no acumulado em 12 meses, e queda bem superior (-1,4%), à alta mensal (0,3%) verificada em setembro. O gráfico com a média móvel trimestral […]

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O tom otimista da nota do IBGE, na divulgação dos indicadores de produção industrial de setembro, é positivamente ridículo, porque a indústria ainda apresenta queda tanto no acumulado do ano como no acumulado em 12 meses, e queda bem superior (-1,4%), à alta mensal (0,3%) verificada em setembro.

O gráfico com a média móvel trimestral da indústria geral, de 2011 até hoje, não deixa dúvidas: o Brasil continua experimentando a mais rápida e  brutal desindustrialização já vista na história do capitalismo moderno.

Alguns países desenvolvidos viveram processos de industrialização, mas que foram acompanhados de uma grande alta na sofisticação dos serviços mais avançados dos setores de tecnologia, entretenimento e pesquisa. Não é, infelizmente, o caso do Brasil.

Aqui estamos perdendo indústrias e também regredindo do ponto-de-vista tecnológico.

Esses “vôos de pintinho” não adiantam nada se, no médio e longo prazo, a indústria continua mergulhando no abismo a uma velocidade de águia.

A situação é mais triste ainda quando se examina o setor de bens de capital, que costuma ser o “termômetro” da indústria, porque é o setor que produz as máquinas e equipamentos que produzirão mais máquinas e equipamentos: esse continua em queda livre este ano.

Aliás, basta olhar para a qualidade horrível dos gráficos e tabelas elaborados pelo IBGE em seu relatório da produção industrial para identificar a falta de interesse do governo federal – problema que não é de hoje, é bom ressaltar – em promover políticas públicas eficientes para o setor.

***

Indústria mantém crescimento com alta de 0,3%

01/11/2019 09h00 | Atualizado em 01/11/2019 09h10

Agência IBGE — A produção industrial nacional mostrou variação positiva de 0,3% em setembro em relação a agosto. É o segundo mês consecutivo de crescimento, puxado principalmente pela produção de veículos automotores, com alta de 4,3%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje pelo IBGE.

Apesar da perda no ritmo do crescimento em relação a agosto de 2019 (que apresentou crescimento de 1,2%), a variação é considerada positiva. “Temos o crescimento na produção da indústria por dois meses consecutivos, algo que não vemos desde março e abril de 2018. A observação é que esse crescimento está concentrado em poucas atividades: 11 das 26 atividades mensuradas pela pesquisa. O ideal é que esse crescimento atinja um número maior de setores”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

A produção industrial de veículos automotores, reboques e carrocerias avançou 4,3% no mês de setembro e, assim, conseguiu reverter o recuo de 2,4% no mês de agosto. Para Macedo, essa volatilidade pode ser explicada, por um lado, pela perda da exportação para a Argentina, refletida no índice de agosto, e, em setembro, pelo aumento da demanda doméstica.

Com o resultado de setembro, a produção industrial apresentou uma queda de 1,4 no acumulado do ano. “Temos um ambiente de incerteza no mercado, com parte das famílias adiando as decisões de consumo, os trabalhadores fora do mercado de trabalho e a diminuição na demanda”, explica Macedo.

Outros setores que tiveram impacto positivo na produção foram o de confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,6%), de bebidas (3,5%), de produtos de metal (3,7%), de móveis (9,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,4%). Todas essas atividades haviam apresentado taxas negativas no último mês de agosto.

Entre os setores que apresentaram redução na produção de setembro estão os de impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).

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