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Esquerda pode perder domínio político no Uruguai

 Depois de 15 anos no poder, esquerdistas se veem ameaçados pelo centro-direitista Lacalle Pou, que lidera as pesquisas para o segundo turno das eleições. DW — A campanha para o segundo turno das eleições presidências no Uruguai chegou ao fim sinalizando uma mudança no direcionamento político no país, após 15 anos de domínio da esquerda. […]

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 Depois de 15 anos no poder, esquerdistas se veem ameaçados pelo centro-direitista Lacalle Pou, que lidera as pesquisas para o segundo turno das eleições.

DW — A campanha para o segundo turno das eleições presidências no Uruguai chegou ao fim sinalizando uma mudança no direcionamento político no país, após 15 anos de domínio da esquerda.

Na reta final para a votação, o candidato de centro-direita Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, aparece à frente nas pesquisas de opinião, com 51% da preferência dos eleitores contra 43% de Daniel Martínez, da coalizão governista Frente Ampla.

Se confirmada essa tendência, o resultado significaria uma guinada em relação ao primeiro turno, quando o Partido Nacional sofreu duras perdas, que lhes custaram a maioria no Parlamento – uma redução de cerca de 200 mil eleitores.

Lacalle Pou parece ter angariado o apoio dos eleitores que votaram em outros partidos de oposição na primeira rodada da votação. “O Uruguai está farto de governantes que nunca têm culpa de nada e sempre dão desculpas frente aos problemas mais insignificantes”, disparou o candidato em um comício no final da campanha.

O advogado de 46 anos destacou que há no país uma urgência em resolver os problemas, necessidades e “angústias” da população uruguaia, cuja maior preocupação é com a segurança, frente a um aumento de 45% no número de homicídios entre 2017 e 2018, um nível recorde para a pequena nação.

O ex-senador, cuja coalizão inclui um amplo espectro que abrange desde a direita até a social-democracia de esquerda, concorre pela segunda vez à presidência do país, após uma tentativa frustrada de chegar ao poder em 2014. “Somos cinco partidos em um compromisso pelo país, e é isso que vamos cumprir”, prometeu.

Recentemente, Lacalle Pou rejeitou uma declaração de apoio do presidente Jair Bolsonaro, que disse que o Uruguai estaria mais “afinado” com o Brasil no caso de uma vitória do candidato direitista.

“Se eu fosse presidente da República, e houvesse uma eleição no Brasil, a última coisa que eu faria seria dizer quem eu prefiro que ganhe”, disse o candidato. “O Uruguai não decide o que os brasileiros pensam, decide apenas o que acontece e do que precisam os uruguaios”, completou.

O esquerdista Martínez, ex-prefeito de Montevideo, venceu o primeiro turno das eleições com quase 10% à frente de Lacalle Pou. Ele diz que seus adversários políticos se uniram no segundo turno apenas com o objetivo de derrotá-lo, e que não formam uma coalizão estável para governar o país.

O candidato da Frente Ampla teceu fortes críticas às propostas de cortes na máquina estatal, defendidas pelo rival. “Dizem que se pode reduzir os gastos públicos sem que tenha efeitos negativos”, observou. “Pensar que a redução do Estado é algo que se possa fazer sem custo social para as maiorias é algo, no mínimo, ilusório”.

“Sabem como isso terminaria? Como na Argentina, como no Brasil, como o que está acontecendo em nossa sofrida América Latina”, afirmou. Martínez conta com o apoio do popular ex-presidente José Mujica, indicado para assumir o Ministério da Agricultura em um eventual governo da Frente Ampla.

Mujica disse que não confia nas pesquisas de opinião que dão vantagem para Lacalle Pou, e afirma não acreditar que seja possível uma mudança “tão grande e tão drástica” de panorama. “Tenho confiança em meu povo”, declarou o ex-presidente, que governou o país entre 2010 e 2015.

No próximo domingo, 2,7 milhões de eleitores uruguaios estarão aptos a eleger o sucessor do presidente Tabaré Vazquez. O novo governo tomará posse em março de 2020.

RC/apf/efe

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