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IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020

08/01/2020 09h00 | Última Atualização: 08/01/2020 11h51 Agência IBGE — O terceiro prognóstico para a safra 2020 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas aponta um recorde de 243,2 milhões de toneladas, 0,7% acima da safra de 2019, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais. As estimativas iniciais apontam uma redução […]

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08/01/2020 09h00 | Última Atualização: 08/01/2020 11h51

Agência IBGE — O terceiro prognóstico para a safra 2020 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas aponta um recorde de 243,2 milhões de toneladas, 0,7% acima da safra de 2019, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais. As estimativas iniciais apontam uma redução de 7,2% na produção do milho e um crescimento de 7,8% na produção da soja.

[A íntegra do levantamento do IBGE está aqui.]

Analisando-se os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, apenas o milho 2ª safra apresentou estimativa de produção menor que em 2019, de 10,4%. Apresentam variação positiva o algodão herbáceo (2,7%), o feijão 1ª safra (3,3%), o arroz (0,9%), o milho 1ª safra (1,8%) e a soja (7,8%). As estimativas das produções de soja e algodão são recordes da série histórica do IBGE.

Já a 12ª estimativa de 2019 totalizou 241,5 milhões de toneladas, 6,6% superior à obtida em 2018 (226,5 milhões de toneladas), aumento de 15,0 milhões de toneladas. O recorde anterior da produção foi em 2017, quando foram produzidas 238,4 milhões de toneladas. A estimativa da produção da soja em 2019 foi de 113,5 milhões de toneladas, enquanto o milho (100,6 milhões de toneladas) e algodão (6,9 milhões de toneladas) tiveram uma estimativa de produção recorde. A estimativa de produção de arroz foi de 10,3 milhões de toneladas.

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

A estimativa da área colhida para 2019 foi de 63,2 milhões de hectares, apresentando crescimento de 3,7% frente à área colhida em 2018, aumento de 2,3 milhões de hectares. O arroz, o milho e a soja representaram 92,8% da estimativa da produção e responderam por 87,0% da área colhida. Em relação a 2018, houve acréscimo de 7,0% na área do milho, de 2,6% na área da soja e de 41,9% para a área do algodão herbáceo e redução de 9,3% na área de arroz. Quanto à produção, ocorreram quedas de 3,7% para a soja e de 12,6% para o arroz e acréscimos de 23,6% para o milho e de 39,8% para o algodão herbáceo.

Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 111,5 milhões de toneladas (46,2%); Sul, 77,2 milhões de toneladas (32,0%); Sudeste, 23,7 milhões de toneladas (9,8%); Nordeste, 19,2 milhões de toneladas (7,9%) e Norte, 9,8 milhões de toneladas (4,1%). Todas as Grandes Regiões, apresentaram aumento na produção: Centro-Oeste (10,4%), Região Norte (9,7%), Região Centro-Oeste (10,4%), Região Sul (3,6%), Região Nordeste (0,4%) Região Sudeste (3,7%). O Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (14,9%), Rio Grande do Sul (14,3%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 81,1% do total nacional.

Para 2020, terceiro prognóstico estima safra 0,7% maior que a de 2019

Neste terceiro prognóstico, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2020 deve ser recorde e somar 243,2 milhões de toneladas, com crescimento de 1,7 milhão de toneladas a mais (0,7%) em relação a 2019. As estimativas iniciais apontam uma redução de 7,2% na produção do milho e um crescimento de 7,8% na produção da soja. Dos cinco produtos de maior importância para a próxima safra, apenas o milho 2ª safra apresentou estimativa de produção menor que em 2019, de 10,4%. Apresentam variação positiva o algodão herbáceo (2,7%), o feijão 1ª safra (3,3%), o arroz (0,9%), o milho 1ª safra (1,8%) e a soja (7,8%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O terceiro prognóstico da safra para 2020 estimou uma produção de 7,1 milhões de toneladas, crescimento de 2,7% em comparação com a safra de 2019, marcando novo recorde da série histórica do IBGE. A área plantada, de 1,7 milhão de hectares, deve crescer 7,1%. Estima-se que a safra 2020 obtenha rendimento médio de 4 058 kg/ha, declínio de 4,1% em relação à safra do ano anterior. Em relação ao mês anterior, a estimativa de produção do algodão apresenta crescimento de 0,7%, em decorrência do aumento de 0,8% da área plantada. O rendimento médio declinou 0,1%. Foram verificados crescimentos nas estimativas da produção no Tocantins (31,0% ou 2 475 toneladas), Piauí (31,9% ou 17 627 toneladas), Mato Grosso do Sul (5,2% ou 8 366 toneladas), Mato Grosso (0,4% ou 17 340 toneladas) e Goiás (7,2% ou 12 132 toneladas). Na Bahia, houve declínio na estimativa da produção do algodão (-0,5% ou 7 050 toneladas).

ARROZ (em casca) – A terceira estimativa para a safra nacional de 2020 é de uma produção de 10,4 milhões de toneladas, crescimento de 0,9% em relação a 2019. O rendimento médio deve crescer 3,6%, para 6 266 kg/ha, enquanto a área plantada deve apresentar declínio de 3,4%. Em relação ao mês anterior, a estimativa da produção apresenta declínio de 0,7%, tendo a área plantada e o rendimento médio decrescido 0,1% e 0,5%, respectivamente. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do País, deve participar com 70,5% do total a ser colhido em 2020. A produção gaúcha foi estimada em 7,3 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% em relação a 2019. A área plantada estimada de arroz apresentou declínio de 3,4%, enquanto o rendimento médio foi estimado com crescimento de 3,9%, ou 7 706 kg/ha. Santa Catarina, segundo produtor nacional, estimou uma produção de 1,1 milhão de toneladas, e um rendimento médio de 7 470 kg/ha, crescimento de 0,6% em relação à safra de 2019.

CAFÉ (em grão) – A primeira estimativa do IBGE para a safra de café foi de 3,4 milhões de toneladas, ou 56,4 milhões de sacas de 60 kg, representando um aumento de 12,9% em relação a 2019. A estimativa de produção do café arábica é de 2,5 milhões de toneladas, ou 42,2 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 22,1% em relação a 2019. O rendimento médio apresenta um crescimento de 16,2%, enquanto a área plantada e a área a ser colhida aumentam em 4,2% e 5,0%, respectivamente. A safra 2020 do café arábica é de bienalidade positiva, ou seja, ano em que as plantas estão recuperadas fisiologicamente, uma vez que a produção do ano anterior foi menor. Além disso, os preços do produto recuperaram-se a partir do final de 2019, o que deve incentivar os produtores a aumentarem os investimentos em tratos culturais e adubação. Até o presente momento, não se tem notícias de maiores problemas com o clima nas principais regiões de produção cafeeira do País, o que deve também refletir na produção de 2020. Minas Gerais, maior produtor de café arábica do país, com 74% do total nacional, estima colher 1,9 milhão de toneladas, ou 31,2 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 26,2% em relação a 2019. No Espírito Santo, a estimativa da produção encontra-se 33,4% maior que em 2019. A produção capixaba deve alcançar 202,0 mil toneladas, ou 3,4 milhões de sacas de 60 kg.

Para o café canephora (conillon), a estimativa da produção encontra-se em 852,0 mil toneladas, ou 14,2 milhões de toneladas, retração de 7,7% em relação a 2019. No Espírito Santo, maior produtor brasileiro com participação de 66,3% do total, a produção estimada foi de 564,5 mil toneladas, ou 9,4 milhões de sacas de 60 kg, retração de 11,4%. Em Rondônia, a produção estimada foi de 150,9 mil toneladas, ou 2,5 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 4,1%. Na Bahia, outro importante produtor desse tipo de café, a estimativa da produção encontra-se em 106,6 mil toneladas, ou 1,8 milhão de sacas de 60 kg. O café conillon passou o ano de 2019 sendo comercializado por um valor relativamente baixo, não tendo retornando boa rentabilidade para os produtores. Dessa forma, a menos que haja recuperação dos preços nos próximos meses, não se aguarda aumento nos investimentos em tratos culturais e adubação, o que pode comprometer o rendimento das lavouras ao longo do ano.

FEIJÃO (em grão) – A terceira estimativa da produção de feijão para a safra 2020 é de 3,0 milhões de toneladas, declínio de 2,8% em relação à safra colhida em 2019. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra uma produção de 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 468,0 mil toneladas. A área a ser colhida na safra de verão (1ª safra) deve alcançar 1,6 milhão de hectares, crescimento de 2,1% em relação a 2019, enquanto que o rendimento médio, de 852 kg/ha, deve apresentar um aumento de 1,2%.

MILHO (em grão) – O terceiro prognóstico de milho em grão para 2020 estima uma produção de 93,3 milhões de toneladas, declínio de 7,2% em relação à safra 2019, o que representa uma redução de 7,3 milhões de toneladas. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, devendo esta safra participar com 71,7% da produção nacional para 2020, contra 28,3% de participação da 1ª safra de milho. Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 26,5 milhões de toneladas, 1,8% maior em relação ao mesmo período de 2019. Aguarda-se crescimento de 0,5% na área a ser plantada, crescimento de 1,9% na área a ser colhida e retração de 0,1% no rendimento médio. Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 66,8 milhões de toneladas, declínio de 10,4% em relação a 2019.

SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2020 soma 122,4 milhões de toneladas, crescimento de 7,8% em relação a 2019, sendo a presente informação, novo recorde da série histórica do IBGE. A área a ser plantada com a leguminosa é de 36,6 milhões de hectares, aumento de 2,2%. O rendimento médio estimado é de 3 340 kg/ha, aumento de 5,4%, ressaltando que, na safra da leguminosa, em 2019, houve excesso de calor e restrições de chuvas no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, prejudicando o rendimento médio nacional. Dentre os maiores produtores, o Mato Grosso, que em 2020 deve responder por 26,9% do total a ser produzido pelo País, estima colher 33,0 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019, em decorrência do aumento de 2,2% na área a ser plantada. O Paraná estima produzir 19,8 milhões de toneladas, aumento de 22,6%, enquanto o Rio Grande do Sul estimou uma produção de 19,3 milhões de toneladas, crescimento de 4,2% em relação a 2019. Em relação ao mês anterior, a estimativa para a produção da soja apresenta crescimento de 1,3%, com aumentos da produção estimados pelo Tocantins (2,5%), Maranhão (1,0%), Piauí (16,6%), Minas Gerais (1,0%), São Paulo (14,3%), Paraná (0,1%), Rio Grande do Sul (0,6%), Mato Grosso do Sul (3,8%) e Goiás (2,0%). Dos grandes produtores, apenas a Bahia informou retração na estimativa de produção, sendo de apenas 2,0%.

Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2019

Em dezembro, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em comparação a novembro: café canephora (1,1% ou 10 415 toneladas), feijão 2ª safra (0,6% ou 6 969 toneladas), sorgo (0,6% ou 14 333 toneladas), milho 2ª safra (0,4% ou 278 362 toneladas), milho 1ª safra (0,3% ou 80 012 toneladas), soja (0,3% ou 320 468 toneladas), cana-de açúcar (0,2% ou 1,0 milhão de toneladas), e algodão herbáceo (0,0% ou 2 876 toneladas). Os destaques negativos foram do trigo (-0,5% ou 26 937 toneladas), laranja (-0,6% ou 106 035 toneladas), arroz (-0,6% ou 65 606 toneladas), café arábica (-0,8% ou 15 710 toneladas), feijão 1ª safra (-0,9% ou 11 666 toneladas), e mandioca (-5,5% ou 1,1 milhão de toneladas).

As variações mais acentuadas nas estimativas das produções ocorreram em São Paulo (264 520 toneladas), no Mato Grosso do Sul (182 614 toneladas), no Pará (98 378 toneladas), em Minas Gerais (62 513 toneladas), na Bahia (49 732 toneladas), em Goiás (38 281 toneladas), no Maranhão (2 407 toneladas), no Rio de Janeiro (2 066 toneladas) no Mato Grosso (1 722 toneladas), na Paraíba (98 toneladas), no Espírito Santo (68 toneladas), em Pernambuco (-483 toneladas), no Ceará (-9 360 toneladas), no Rio Grande do Sul (-52 109 toneladas) e no Tocantins (-58 037 toneladas).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção de algodão foi de 6,9 milhões de toneladas, com variação positiva de apenas 2 876 toneladas (0,0%). Em relação ao ano anterior, a produção de algodão encontra-se 39,8% maior, em razão do crescimento de 41,9% da na área plantada.

ARROZ (em casca) – A estimativa da produção foi reduzida em 0,6% em relação ao mês anterior, correspondendo a uma redução de 65,6 mil toneladas. Houve decréscimo de 0,9% no rendimento médio. A produção alcançou 10,3 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção de arroz caiu 12,6%, com declínios de 8,8% na área plantada e de 3,6% no rendimento médio. No Rio Grande do Sul, a produção, em 2019, foi 14,6% menor, com declínios de 8,1% na área plantada e de 5,8% no rendimento médio. Nos últimos anos, em virtude dos preços pouco compensadores, têm-se verificado contínua redução da área plantada com arroz irrigado, em decorrência da substituição por outras culturas, notadamente a soja, em função da sua maior rentabilidade. A leguminosa também vem entrando em sistema de rotação com algumas lavouras de arroz irrigado, permitindo a melhoria das condições de solo e, consequentemente, aumento da produtividade.

CAFÉ (em grão) – A produção brasileira de café foi de 3,0 milhões de toneladas, ou 49,9 milhões de sacas de 60 kg, redução de 16,6% em relação a 2018. Em relação ao mês anterior, a produção foi 0,2% menor. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 34,5 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,8% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção do café arábica apresentou queda de 23,1%, representando uma produção de “ano de baixa”, devido à bienalidade negativa. Nos últimos meses, à medida que os trabalhos de colheita avançavam no campo, tendo-se um quadro mais fidedigno da produção do arábica, os produtores depararam-se com uma produção menor que a estimada inicialmente. Os cafezais sofreram com a incidência de altas temperaturas e falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura, o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem menores. Os preços durante o primeiro semestre não se encontravam tão atraentes, e os custos de produção foram relativamente elevados, notadamente, insumos e os envolvidos com a contratação de mão-de-obra avulsa, muito demandado na época de colheita do produto. Dessa forma, muitos produtores reduziram os investimentos em adubação e em tratos culturais, contribuindo também para a redução da produtividade.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a produção foi de 922,8 mil toneladas, ou 15,4 milhões de sacas de 60 kg, crescendo 1,1% em relação ao mês anterior, em decorrência da produção da Bahia, que foi revista com aumento de 12,6%. A produção foi de 108,1 mil toneladas, ou 1,8 milhão de sacas de 60 kg. Apesar da retração de 15,2% na área plantada em relação ao ano anterior, a produção do café canephora cresceu 2,6%, com o rendimento médio aumentando 6,0%. Nesse comparativo, as produções foram maiores no Espírito Santo (7,8%) e em Rondônia (4,2%), e menor na Bahia (-23,0%). As produções capixaba e de Rondônia foram beneficiadas pelo clima este ano.

CANA-DE-AÇÚCAR – A produção brasileira foi de 667,5 milhões de toneladas, crescimento de 0,2% em relação ao mês anterior. São Paulo continua sendo o maior produtor nacional, com 341,8 milhões de toneladas, responsável por 51,2% da produção. Goiás, é o segundo maior produtor, com 75,7 milhões de toneladas, participando com 11,3%. Minas Gerais é o terceiro maior produtor de cana, sendo responsável por 11,1% do total produzido no País, com 74,3 milhões de toneladas. Em relação a 2018, a produção apresentou decréscimo de 1,0%, com reduções de 5,9% na área plantada e de 2,6% na área em produção, enquanto que o rendimento médio aumentou em 1,7%. A menor área em produção este ano deve-se à maior renovação dos canaviais.

FEIJÃO (em grão) – A produção estimada foi de 3,0 milhões de toneladas, praticamente não havendo alteração em relação ao mês anterior. Em relação à safra de 2018, a produção total de feijão foi 2,2% maior, em decorrência do aumento de 9,2% no rendimento médio, visto que a área plantada foi reduzida em 5,4%. De uma forma geral, o clima em 2019 foi melhor para as lavouras da leguminosa, notadamente para a segunda safra, que comparativamente ao ano anterior, mostrou crescimento de 20,2% para o rendimento médio. A 1ª safra de feijão foi de 1,3 milhão de toneladas. Na Região Nordeste houve declínio de 9,4% na produção frente ao ano anterior. Na Regiões Sudeste e Sul, houve declínio de 19,9% e 18,6%, respectivamente. Os preços do produto na época de plantio estavam relativamente baixos, desestimulando os produtores a cultivarem a leguminosa.

A produção da 2ª safra, de 1,2 milhão de toneladas, foi superior à de 2018 em 16,4%, apesar da retração de 4,2% na área plantada. Diversas Unidades da Federação divulgaram aumento para a estimativa de produção. Os preços praticados na época de plantio eram superiores aos da 1ª safra, o que explica o maior interesse dos produtores em cultivar a leguminosa nesse período, considerado mais seco. Além disso, o clima beneficiou as lavouras quando comparado com 2018. Os estados com maior participação na produção nacional foram: Paraná (31,2%), Minas Gerais (17,2%), Mato Grosso (10,5%) e Bahia (10,1%). Para a 3ª safra de feijão, a previsão é de crescimento de 1,0% na produção em relação à estimativa de novembro, com São Paulo informando uma produção de 103,2 mil toneladas, 4,2% maior que no mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção da 3ª safra, de 588,4 mil toneladas foi 28,8% maior, devendo, esse crescimento, aos preços mais compensadores do produto, que incentivaram os produtores a ampliarem a área plantada e os investimentos nas lavouras.

LARANJA – A produção foi de 17,6 milhões de toneladas, ou 431,7 milhões de caixas de 40,8 kg, crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior. Em São Paulo, principal produtor e responsável por 77,5% do total nacional, a produção foi estimada em 13,7 milhões de toneladas, ou 334,6 milhões de caixas de 40,8 kg, crescimento de 8,5% em relação a 2018. O cinturão citrícola de São Paulo destaca-se pelo elevado nível tecnológico dos pomares, com a maior parte da produção de laranja destinada ao processamento e produção de suco, importante produto na pauta das exportações brasileiras.

MANDIOCA (raiz) – A produção de mandioca foi de 19,0 milhões de toneladas, declínio de 5,5% em relação ao mês anterior. Na Bahia, houve reajuste na produção em decorrência dos dados levantados no Censo Agropecuário do IBGE. A produção do Estado foi de 963,0 mil toneladas, declínio de 48,2% em relação ao mês anterior e redução de 37,0% em relação a 2018. Em relação ao ano anterior, a produção apresenta declínio de 2,1%, em decorrência, da redução de 8,3% na área colhida e de 33,0% na área plantada. Preços pouco compensadores têm desestimulado o plantio bem como a colheita das raízes, permanecendo as mesmas mais tempo no campo.

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a produção cresceu 0,4%, totalizando 100,6 milhões de toneladas, novo recorde de produção da série histórica do IBGE. Em relação ao ano anterior, a produção encontra-se 23,6% maior, havendo incrementos de 15,5% no rendimento médio, de 6,3% na área plantada e de 7,0% na área colhida. Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,0 milhões de toneladas, acréscimo de 0,3% em relação a informação do mês anterior. Em relação a 2018, a produção foi 0,9% maior, apesar do declínio de 1,6% na área. Preços pouco compensadores, na época da semeadura, e concorrência da soja pelas áreas disponíveis de plantio têm reduzido a produção desta época nos últimos anos. Os produtores têm preferido o plantio do milho de 2ª safra.

Para a 2ª safra, a produção encontra-se em 74,6 milhões de toneladas, 0,4% superior ao mês anterior. Esse volume de produção de milho 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, tendo suplantado em 7,0 milhões de toneladas o da safra de 2017, até então, a maior produção obtida pelo País, quando registrou 67,6 milhões de toneladas. Em decorrência do plantio antecipado da soja, no presente ano agrícola, houve um maior período para a “janela de plantio” do milho. Isso possibilitou menor risco para as lavouras no campo, uma vez que reduziu a probabilidade da ocorrência de períodos secos, durante o ciclo, o que repercutiu positivamente no rendimento médio, estimado para a atual safra com crescimento de 20,9%, devendo alcançar 5 859 kg/ha.

SOJA (em grão) – A produção estimada foi de 113,5 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação ao mês anterior. A colheita da leguminosa encontra-se concluída na maioria das Unidades da Federação. Em relação ao ano anterior, a produção declinou 3,7%, com reduções mais expressivas na Bahia (-15,0% ou 935,4 mil toneladas), Minas Gerais (-5,0% ou 269,8 mil toneladas), São Paulo (-11,5% ou 392,1 mil toneladas), Paraná (-16,1% ou 3,1 milhões de toneladas), Mato Grosso do Sul (-11,9% ou 1,2 milhão de toneladas) e Goiás (-4,4% ou 495,3 mil toneladas). Embora o plantio tenha adiantado no presente ano agrícola, as lavouras foram prejudicadas pelas restrições de chuvas e elevadas temperaturas ao final do ciclo da cultura nessas Unidades da Federação, o que comprometeu o rendimento médio, que declinou 6,2% em nível nacional. Em contrapartida, houve aumentos relevantes nas produções do Mato Grosso (2,0% ou 642,2 mil toneladas) e do Rio Grande do Sul (5,5% ou 956,6 mil toneladas).

SORGO (grão) – A estimativa da produção alcançou 2,6 milhões de toneladas, crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. Houve aumentos de 1,0% na área plantada e de 1,1% na área colhida, e declínio de 0,5% no rendimento médio. Em relação ao ano anterior, a produção apresenta crescimento de 15,3%, com destaques para o crescimento da produção em Goiás (20,3%), em Minas Gerais (5,0%), em São Paulo (99,3%), no Piauí (170,8%), em Tocantins (36,4%), em Mato Grosso do Sul (48,3%) e no Pará (223,2%). Houve declínios da produção em Mato Grosso (-16,3%), na Bahia (3,8%), no Distrito Federal (-20,6%), no Maranhão (-62,5%) e no Rio Grande do Sul (-7,8%). Conjuntamente, Goiás e Minas Gerais respondem por 74,8% da produção brasileira do cereal. O sorgo é muito cultivado em época de segunda safra nas áreas de Cerrado e, devido a sua maior tolerância à seca, possui uma “janela de plantio” mais estendida que o milho, nesse bioma. Como em algumas Unidades da Federação a colheita da soja foi antecipada, as lavouras de 2ª safra beneficiaram-se de um maior período de chuvas.

TRIGO (em grão) – O trigo é a principal lavoura de inverno brasileira. A área plantada foi de 2,1 milhões de hectares. Houve queda de 0,5% na produção em relação ao mês anterior, alcançando 5,2 milhões de toneladas, sendo reflexo da redução de 0,9% no rendimento médio. Em dezembro, o Rio Grande do Sul reduziu em 1,3% a produção informada no mês anterior. A produção de 2019 encontra-se 1,4% menor que a de 2018, com declínio de 26,9 mil toneladas. Em 2019, a produção paranaense foi prejudicada pelo excesso de frio, e a ocorrência de geadas, durante o inverno, pegou as lavouras em uma fase fenológica mais adiantada e, portanto, mais sensível. Em relação ao Paraná, o ciclo das lavouras gaúchas atrasa, o que, neste ano, beneficiou o desenvolvimento das lavouras. A produção gaúcha foi estimada em 2,3 milhões de toneladas, aumento de 32,2% em relação a 2018, o que torna o estado o maior produtor nacional em 2018.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Paulo

08/01/2020 - 22h39

Essa estimativa de aumento é tão pequena que qualquer geada ou seca pode comprometer bem mais que o aumento previsto, redundando em redução na produção desses grãos…

Alan C

08/01/2020 - 22h19

IBGE promovendo a ideologia estúpida do pseudo governo que só fez ferrar o agronegócio, que eu pessoalmente quero mais que vá pro inferno, todo castigo é pouco.

    Wellington

    10/01/2020 - 07h52

    Tô falando….kkkkkk

Wellington

08/01/2020 - 20h44

No campo não há espaço para ideologias idiotas e parassitagem política, a única ideologia é o trabalho e os únicos parassitas são os insetos… tá aí o resultado de nível Mundial.

Esquerdistas morrem de raiva e inveja pelo sucesso do agronegócio e principalmente porque o setor não vota para eles.


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