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Por que OMS suspendeu testes com hidroxicloroquina?

A suspensão vem dias depois da revogação pela FDA (agência dos EUA equivalente à Anvisa) da autorização para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em caráter emergencial para pacientes com covid-19. Ela não afeta estudos que feitos fora do escopo do Solidarity. A médica Ana Maria Henao Restrepo, do programa de emergências em saúde da organização, […]

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Foto: reprodução / redes sociais

A suspensão vem dias depois da revogação pela FDA (agência dos EUA equivalente à Anvisa) da autorização para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em caráter emergencial para pacientes com covid-19.

Ela não afeta estudos que feitos fora do escopo do Solidarity.

A médica Ana Maria Henao Restrepo, do programa de emergências em saúde da organização, disse que com base nas evidências disponíveis, não se pode afirmar que a droga reduza a mortalidade da Covid-19.

“Há cinco minutos, nós finalizamos uma ligação com todos os pesquisadores. Com base nas evidências disponíveis, a decisão tomada foi de parar a randomização com o ensaio da hidroxicloroquina”, disse Restrepo.

Da BBC Brasil, em 17/06/2020:

A suspensão inicial das pesquisas com hidroxicloroquina coordenadas pela OMS aconteceu depois da publicação de um estudo sobre o medicamento no periódico científico The Lancet.

O estudo coletou informações de 96 mil pessoas internadas com coronavírus em 671 hospitais de seis continentes e mostrou que não houve benefício no uso da hidroxicloroquina após o diagnóstico de covid-19. Além disso, seu uso foi associado a um risco maior de arritmia e de morte.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a suspensão dos estudos sobre a hidroxicloroquina foi feita por precaução, devido ao fato de o estudo da Lancet ter sido feito com um número expressivo de pacientes e após questionamentos feitos por agências de saúde de vários países.

Desde então, foi feita uma revisão dos dados disponíveis e o conselho do Solidarity, formado por dez dos países participantes (o Brasil não faz parte da lista), decidiu retomar os estudos com a droga.

Mais tarde, a Lancet anunciou que o artigo sobre a hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento para a covid-19 seria retratado.

O processo é semelhante ao de uma correção — mas, quando esta é considerada insuficiente para dar conta do problema encontrado, é preciso retratá-lo.

Após críticas de outros pesquisadores ao artigo do Lancet, três de seus autores afirmaram que solicitaram uma auditoria independente do trabalho da empresa Surgisphere Corporation e de seu fundador e coautor da publicação, Sapan Desai. Os dados coletados pela empresa em seu sistema foram base para o artigo.

“Nossos revisores independentes nos informaram que a Surgisphere não transferiria o conjunto de dados completo (…) já que isto violaria contratos com clientes e compromissos com a confidencialidade. Assim, nossos revisores não foram capazes de conduzir uma revisão por pares independente e privada e, portanto, notificaram-nos de sua retirada do processo”, escreveram os autores na nota de retratação.

“Com esse desenrolar dos fatos, não podemos mais garantir a veracidade das fontes de dados primárias. Devido a esse acontecimento infeliz, os autores solicitam a retirada do artigo.”

Por que autoridades dos EUA retiraram autorização?

A autorização para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em caráter emergencial para pacientes com covid-19 foi revogada pela FDA nesta segunda-feira.

A decisão da agência técnica governamental — que tem independência para seu funcionamento — vem apesar de o presidente americano, Donald Trump, ter promovido o uso do remédio contra o coronavírus.

Normalmente, o processo de aprovação do uso de um remédio pela FDA para uma nova doença é longo e contém muitas etapas. No entanto, diante da gravidade da pandemia, a agência havia autorizado o uso da cloroquina e derivados para tratar covid-19 em caráter emergencial, sem passar por todos os testes necessários, com base em estudos preliminares.

No entanto, desde a aprovação emergencial até hoje, o avanço das pesquisas trouxe evidências mais sólidas de que o remédio não gera melhora nos quadros de pessoas contaminadas pela doença.

A FDA diz que, com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, não é mais razoável acreditar que o produto possa ser efetivo em tratar ou prevenir covid-19.

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