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Imprensa internacional acusa JBS de “lavagem de gado”

O jornal britânico The Guardian, em investigação conjunta ao lado do Bureau of Investigative Journalism e da Repórter Brasil, denunciou, em artigos publicados nesta segunda-feira (27), o que chamaram de “lavagem de gado” por parte da JBS. A prática estaria resumida a enviar gado proveniente de uma fazenda multada e embargada pelo Ibama a uma […]

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Foto: JBS / Divulgação.

O jornal britânico The Guardian, em investigação conjunta ao lado do Bureau of Investigative Journalism e da Repórter Brasil, denunciou, em artigos publicados nesta segunda-feira (27), o que chamaram de “lavagem de gado” por parte da JBS.

A prática estaria resumida a enviar gado proveniente de uma fazenda multada e embargada pelo Ibama a uma de “nome limpo” que enviasse o gado à JBS na ponta.

Segundo a denúncia, uma fazenda no Mato Grosso que já foi multada em R$ 2,2 milhões pelo Ibama por desmatamento ilegal teria usado os serviços de transporte da JBS para transferir gado para uma propriedade “ficha-limpa”, que depois abasteceria os frigoríficos da JBS.

A investigação conjunta afirma ter encontrado evidências de que os bovinos da área embargada tinham como destino uma propriedade do mesmo dono, que venderia o gado a abatedouros da JBS.

Isso estaria em conflito com o compromisso da empresa de não ter clientes desmatadores, assumido há mais de dez anos através do declarado comprometimento da empresa com erradicar o desmatamento de sua cadeia de fornecimento na Amazônia.

A ligação entre o fornecedor indireto e a JBS teria sido revelada por um dos empregados da empresa.

Em julho de 2019, um motorista de caminhão fotografou a si próprio, com uniforme da JBS, e a seu caminhão da JBS, ao lado de uma aviso que dizia “Fazenda Estrela do Aripuanã – 15km”.

Trata-se de uma fazenda próxima do município de Aripuanã, no noroeste do Mato Grosso, de propriedade de Ronaldo Venceslau Rodrigues da Cunha.

De acordo com publicações no Facebook do motorista na época, ele e outros motoristas estavam transportando gado para a JBS da fazenda de Aripuanã e enviando para uma outra fazenda de propriedade de Ronaldo Cunha, a Fazenda Estrela do Sangue, 300km ao sul.

Procurada, a JBS afirma que a transação de gado foi feita dentro da legalidade e que chegou a investigar o caso de Ronaldo.

A empresa também explicou haver dificuldade em rastrear e fiscalizar com astúcia todos seus fornecedores indiretos.

“A JBS está trabalhando próxima de governos nacionais e locais para desenvolver soluções e melhorias no sistema que contribuam com o rastreamento da cadeia de fornecimento e com as melhores práticas agrícolas que possam erradicar o desmatamento”, afirmou, em nota enviada ao jornal britânico.

À Repórter Brasil, a JBS afirmou que suas atividades de logística e de transporte seguem as mesmas políticas de sustentabilidade da empresa.

Ao Guardian, o parlamentar britânico Angus MacNeil afirmou que “o Brasil precisa ser limpo e claro em suas atitudes no tocante ao rastreamento de gado, do contrário nações terão de agir diante de tamanhas e flagrantes violações potenciais”.

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