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Trump é flagrado tentando fraudar eleições na Georgia

Depois de meses berrando nas redes sociais e usando o que ainda lhe resta de influência, para disseminar a teoria de que houve fraudes “massivas” nas eleições americanas, o presidente Donald Trump foi flagrado, no último sábado, tentando convencer o secretário de estado do governo da Giorgia, Brad Raffensperger, a “encontrar” 11 mil votos que […]

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Depois de meses berrando nas redes sociais e usando o que ainda lhe resta de influência, para disseminar a teoria de que houve fraudes “massivas” nas eleições americanas, o presidente Donald Trump foi flagrado, no último sábado, tentando convencer o secretário de estado do governo da Giorgia, Brad Raffensperger, a “encontrar” 11 mil votos que poderiam reverter o resultado das eleições presidenciais no estado.

Ou seja, se alguém tentou fraudar as eleições americanas, foi o presidente Trump, em conversa vazada nesta segunda-feira pelo Washtington Post e The Atlanta Journal-Constitution.

A conversa é constrangedora. É uma ligação da qual participam, além de Trump e Raffensperger, também assessores e advogados de ambos.

Trump censura duramente Raffensperger por “aceitar” o resultado das urnas, e faz diversas ameaças veladas de que ele estaria sendo conivente com a fraude, e se opondo ao “povo” de Gergia. O presidente também menciona diversas teorias malucas de fraude, como a de que votos foram rasgados e máquinas eleitorais foram transferidas, que são rechaçadas pelos interlocutores.

Diversos juristas já começam a se mobilizar para acusar criminalmente o presidente Donald Trump de tentativa de fraude eleitoral. Eles alegam que as falas do presidente violam leis estaduais e federais, que proíbem qualquer tipo de pressão política para se mudar resultados das urnas.

O escândalo não poderia acontecer em pior hora para os republicanos, porque acontece no momento em que a Giorgia se prepara para uma outra eleição, que vai escolher dois senadores do estado. Essas duas vagas irão determinar o controle do Senado por um partido ou outro. A Câmara dos Deputados se mantém controlada pelos democratas. O Senado é dos republicanos, mas eles podem perdê-lo caso não consigam reeleger os senadores David Perdue e Kelly Loeffler.

A fala de Trump, na verdade, reflete seu desespero diante da aproximação da data em que termina seu mandato, dia 20 de janeiro. O presidente ainda não aceitou a derrota, e tem estimulado parlamentares republicanos a boicotarem o ato legislativo de entrega oficial do poder ao novo presidente eleito, Joe Biden.

Segundo a imprensa, esse boicote tende a não ter nenhum resultado prático, porque a vitória de Biden já foi assimilada pela maioria dos parlamentares, inclusive republicanos, mas vai jogar água no moinho nas teorias de conspiração, criando bolsões de decrédito na democracia americana.

Como tudo isso reflete no Brasil?

Em tempos normais, isso deveria ser apenas uma curiosidade para os brasileiros. Mas o presidente Jair Bolsonaro, ao se pendurar de maneira tão patética na “popularidade” de Donald Trump, trouxe essa crise para dentro do Planalto.

É uma crise que não chega ao grande público brasileiro, mas corrói o governo por dentro, de cima para baixo, porque ajuda a aumentar o isolamento internacional de Bolsonaro, com desdobramentos negativos também para a economia brasileira. A medida em que lideranças de todo mundo se afastam cada vez do golpismo tóxico e decadente de Trump, o governo brasileiro fica mais desprestigiado, para não dizer ridcularizado.

Bolsonaro fez concessões econômicas importantes aos Estados Unidos, com vistas a ajudar a reeleição de Donald Trump, como no setor do aço, onde o governo americano – com anuência de Bolsonaro – criou dificuldades para a entrada do produto brasileiro, visando ganhar o apoio de empresários e trabalhadores ligados à indústria americana de aço. Talvez Bolsonaro esperasse que Trump, se vitorioso, compensasse as perdas do Brasil de alguma maneira. Com a derrota de Trump, porém, o governo brasileiro prejudicou a já combalida indústria nacional do aço, para beneficiar um líder estrangeiro, e não ganhou nada em troca. Quer dizer, talvez tenha havido, sim, alguma “compensação”, por baixo dos panos, a autoridades brasileiras envolvidas nesse tipo de negociação.

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