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A plataforma Moro: promessas para reconstruir o País que ele próprio ajudou a detonar

GGN – É oficial. Filiado ao Podemos na manhã desta quarta-feira, 10 de novembro de 2021, Sergio Moro finalmente rasgou a fantasia entrando para a política partidária e confirmou a disposição de ser candidato à Presidência da República em 2022. Ciente de que poderá ser turbinado pelo establishment como “terceira via”, Moro até já convidou […]

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GGN – É oficial. Filiado ao Podemos na manhã desta quarta-feira, 10 de novembro de 2021, Sergio Moro finalmente rasgou a fantasia entrando para a política partidária e confirmou a disposição de ser candidato à Presidência da República em 2022.

Ciente de que poderá ser turbinado pelo establishment como “terceira via”, Moro até já convidou outros partidos a “aderir ao projeto de País” que ele pintou durante seu discurso de filiação.

“Nunca tive ambições políticas, sempre quis ajudar o País. Mas eu tiver que assumir a liderança desse projeto, meu nome sempre estará à disposição”, disparou o ex-juiz declarado parcial pela Suprema Corte.

Minutos antes, no púlpito de um auditório lotado de lavajatistas em Brasília, o senador Álvaro Dias explicitou as pretensões do Podemos: “Queremos que [Moro] seja presidente.”

Moro admitiu que “há outros bons nomes” cotados na terceira via. Eventualmente, disse ele, estes que se colocam ao “centro” de Lula e Jair Bolsoaro terão de se unir em torno de um projeto comum. E o maestro da Lava Jato deixou claro que, para apoiá-lo ou receber seu apoio, políticos precisarão seguir uma plataforma mínima.

AS PROMESSAS DE MORO

Nos momentos finais do discurso, Moro resumiu sua plataforma em poucas sentenças. “Combater a corrupção como meio de viabilizar as reformas, erradicar a pobreza, diminuir as desigualdades, controlar a inflação, fomentar empregos e desenvolvimento sustentável; prover saúde, educação e segurança de qualidade. Proteger a família, cultivar as liberdades e o respeito ao próximo”, resumiu Moro, minutos antes de ser prestigiado pelo ex-colega de Esplanada, Luiz Henrique Mandetta, potencial candidato à Presidência pelo DEM.

Mas Moro apresentou também outras ideias para “reconstruir” o País que a Lava Jato, sob sua batuta, tomou de assalto e ajudou a afundar.

“Por acreditar no potencial de cada um, defendemos o livre mercado, a livre empresa, a livre iniciativa, sem que o Estado tenha que interferir na vida das pessoas”, disse Moro sobre a economia. “Reformar impostos e privatizar estatais ineficientes” estão nos planos.

“Precisamos proteger a família brasileira da violência, desagregação e drogas”, defendeu, enfatizando a necessidade de uma “sólida formação moral e cidadã”.

“Nossos valores cristãos exigem que a desigualdade seja superada. A nossa prioridade é erradicar a pobreza, acabar com a miséria. Isso deveria ter sido feito anos trás”, disse Moro, prometendo juntar técnicos em uma “força-tarefa”.

O ex-juiz só esqueceu de citar que foi durante os governos petistas – que ele criminalizou algumas vezes em seu discurso – que o Brasil finalmente saiu do mapa da fome. Mas voltou já no andar do governo Temer e viu a situação se deteriorar mais ainda na era Bolsonaro, com direito ao pobre encarando fila do osso e pelanca para sobreviver.

Bradando “chega de Mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha e chega de orçamento secreto”, Moro prometeu retomar o combate à corrupção, que teria sido, segundo ele, desmontado por Bolsonaro – e foi assim que ele justificou sua saída do governo.

Moro prometeu retomar a discussão da prisão em segunda instância, acabar com a reeleição para presidente da República, pautar o fim do foro privilegiado e criar uma “corte nacional anticorrupção”, que seria composta de juízes e servidores escolhidos para a missão.

Ele saiu em defesa da imprensa e chamou qualquer projeto de “regulação da mídia” de censura, e mirou no “combate à criminalidade violenta, crime organizado e tráfico internacional”.

Além disso, falou de uma sociedade “inclusiva” ao promover o trabalho da esposa, Rosangela Moro, com pessoas com deficiências e doenças raras.

“Não é só projeto para reconstruir combate à corrupção. Vai além. É projeto de reconstrução de País. Não há espaço para medos, nem timidez”, disse Moro. “É um projeto de País aberto à adesão de todos os demais partidos”, convidou. “Eu lutaria sozinho, seria Davi contra Golias, mas ao ver esse auditório, tenho certeza que não estarei sozinho”, acrescentou.

Moro alegou que “após um ano morando fora, resolvi voltar pois não podia ficar quieto, sem dizer o que penso, sem tentar, mais uma vez, ajudar o Brasil. Resolvi fazer do jeito que me restava, entrando para apolítica, corrigindo isso de dentro para fora.”

Por tudo e tanto, Moro mostrou-se um verdadeiro Bolsonaro de sapatenis.

Se apresentou como “guardião dos interesses do povo”. Mas deixou claro que, uma vez no poder, seria tão autoritário quanto foi na Lava Jato, além de acenar ao mercado com uma agenda tão neoliberal e desestatizante que deixaria Paulo Guedes orgulhoso.

Falou em sociedade inclusiva, mas não direcionou uma palavra sequer às mulheres, negros, homossexuais, indígenas e outras minorias.

Seu discurso de filiação e a coragem de lançar-se candidato a presidente depois da terra arrasada deixada pela Lava Jato, só mostram que Moro já nasceu com os vícios da velha política que ele criminaliza.

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Comentários

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EdsonLuiz.

11/11/2021 - 19h42

O texto diz que “foi durante os governos petista – … – que o Brasil finalmente saiu do mapa da fome”.

Cabe muita reflexão e muitos dados e análises nessa fala!

O Brasil sempre foi um país de muita fome. Fome de tudo, desde fome de feijão com arroz até fome de liberdade. A maior e mais acachapante ilustração dessa fome é a história da escravização de cidadãos africanos e a exploração extenuante de sua força de trabalho para a produçåo de riquezas, sem a contrapartida de nenhum direito, sendo até sua ração alimentar limitada ao objetivo de reposição de energia para a mínima conservação da força a ser explorada, sem nenhuma outra preocupação sequer com a saúde dos escravizados. Mas a fome brasileira é extensiva a muitos mais cidadãos, além da fome do negro escravizado.

A partir de um certo momento, alguma coisa começou a ser feita para mitigar nossa fome.

A maior parte da parca conquista de alguma proteção social veio após a redemocratização e a constituição de 1988.

No período imediato pós constituiçåo de 1988, nenhuma perspectiva de socorro aos miseráveis brasileiros era possįvel. O Brasil, durante a ditadura militar iniciada em 1964, ganhou um pouquinho de infra-estrutura. Mas, de fato, o Brasil que sobrou da ditadura era um entulho: um país superendividado, com taxas de juros completamente na Lua e hiperinflação.

Só como cafezinho do quadro de entulho herdado da ditadura militar de 1964,
a inflaçåo brasileira nós anos 80 até inįcio dos 90 girou na média de ~500%, tendo em algum momento ultrapassado os 2700% de taxa anualizada.

Era um país completamente inviabilizado, cheio de estatais ineficientes e baixíssima produtividade dos fatores econômicos.

Qual socorro a sua população miserável poderia ser provida por este país? Qual?

O paįs teria que recomeçar, e para recomeçar teria que contar com a disposição favorável e a colaboração de todos.

As coisas durante o governo Sarney não andaram. Até se agravaram. Pouco ou nada era possįvel de um país que não tinha instituições, quadros técnicos, não tinha nada! Sequer um diagnóstico de seus desequilíbrios econōmicos o Brasil possuía.

Collor assumiu. O governo Collor tinha alguma noção da urgência de reformas para que o Brasil fosse iniciado. Mas o presidente Collor era apenas um produto de marketing político, Collor não tinha nenhuma liderança ou representatividade. Pior! Lembrando Maquiavel, poder ė força. Fernando Collor não possuía nenhuma força. Mesmo uma base política orgânica o presidente Collor não tinha.

No Brasil, no nosso presidencialismo de coalizão, quando um presidente não tem sustentação parlamentar, não tem apoio popular mínimo e a economia está deteriorada, o presidente sofre impeachment.

Houve o impeachment de Fernando Collor.

O simplório, mas moralmente correto, vice-presidente Itamar Franco assumiu.
Assumiu e claudicou. Itamar era vice na chapa de Collor, não tinha sido eleito presidente. Assim, também não tinha representatividade e liderança. Roberto Freire, deputado federal à época, entendia que se forças políticas afastassem um presidente legítimo por este ter perdido condições de governabilidade, as forças envolvidas no afastamento do antigo presidente deveriam ter caráter restaurador da governabilidade e dar sustentaçåo ao sucessor. Para dar sustentação e governabilidade ao presidente Itamar após fazer o impeachment de Collor, foi estabelecido um governo congressual e o deputado Roberto Freire assumiu como líder do governo Itamar.

Roberto Freire cumpriu esse mesmo papel no início do governo Temer, após o impeachment da presidenta Dilma, só que assumiu o Ministėrio da Cultura. Com a gravação da conversa de Joeslei Batista com Temer na garagem do palácio, Roberto Freire resolveu se afastar do governo, do mesmo modo como tinha feito no inįcio do governo Lula, quando o PPS dava apoio, mas resolveu se afastar quando começaram a aparecer nos bastidores as primeiras informações sobre o depois batizado “mensalão”.

Após dois ministros da fazenda que não obtiveram sucesso em controlar a inflaçåo, Itamar nomeou para a fazenda o senador Fernando Henrique Cardoso, então seu ministro do exterior.

O sociólogo Fernando Henrique, liderando um grupo de gênios da economia – o fato ė este, gênios, vários, de diversas escolas de economia; eu falo com inveja, confesso, mas o fato é que o grupo heterogêneo que formulou e implementou o plano real era de värios gênios desta nossa triste ciência – obteve sucesso na solução da inflação. A recuperação da economia e sua sustentabilidade, isso exigiria muitas e muitas reformas.

Fernando Henrique foi eleito presidente e iniciou as reformas para tornar sustentävel a nossa economia. Junto, trocando as rodas sem poder parar o carro, começou construção de políticas de distribuição como uma verdadeira rede de proteçåo social.

Para governar. Fernando Henrique, um social-democrata que ganhou a presidência em aliança com setores saudáveis da direita brasileira p, tendo como vice o inatacável Março Maciel, chamou o PT para colaborar na estabilização política, econômica e social que o Brasil precisava (e precisa).

O PT se negou!

Do PT veio o Francisco Wefort, que se licenciou do PT para assumir o ministério da Cultura (a lei do audiovisual, que sustenta nossa atividade de cinema, é do Wefort. Aliás, vem do governo Fernando Henrique todas as políticas de avanços, avaliações – na área de ensino, de saúde, agências de regulação – de água, de energia, de tudo, e vem do governo Fernando Henrique, principalmente, o grosso das políticas e instituições que constituem a nossa até hoje precária rede de proteçåo social. Inclusive o Bolsa Família – chamem de Bolsa Escola, chamem de Auxílio Brasil ou chamem do que quiser, veio do governo Fernando Henrique.

E isso feito em um país muito pobre, um escombro, que estava começando a ser reconstruído. Tudo iniciado em um país destruído, em uma conjuntura econômica mundial difícil, em um país que não tinha dinheiro para nada.

Lula herdou essa herança!
Lula chamava de herança maldita. Mas falava isso por ser mal-caráter. Tanto que fez um documento chamado Carta ao Povo Brasileiro dizendo que manteria as políticas que iria herdar, e manteve. O povo todo tinha muito medo de que o PT, dado os discursos raivosos e negacionistas, destruísse o que havia sido construído no Brasil.

Nos primeiros anos de governo, o PT, que assumiu um país já governável, honrou a carta que Lula assinou e manteve as políticas que estavam dando certo. Eram e são políticas insuficientes, mas muito melhor do que o que tivemos no correr da nossa história.

O período 1993 a 2007/2008 pode ser considerado um perįodo único, de avanços precários que começaram no governo Itamar Franco até o primeiro governo Lula, que manteve e atė fez alguns avanços na linha que vinha dando resultados, mesmo que precários. Durante esse perįodo, o Brasil passou a gastar com políticas sociais 5,4% do PIB, que chegaram a 5,7 do PIB no Lula I,
propiciado pela boa conjuntura econômica e amadurecimento de políticas desse perįodo.

Depois disso começamos a voltar para nosso triste destino.

O PT e Lula, já por volta de 2006 começou a desmontagem das políticas herdadas e implantar as suas. Os técnicos do governo Fernando Henrique, que tinham ficado para ajudar, começaram a se afastar, e, com a crise do subprime nós EEUU, Lula e o PT aproveitaram para incrementar o que eles chamam de “desenvolvimentismo”.

Deu no que deu!

Em 2013 o Brasil entrou em convulsão. Lembram?
Em 2014, em setembro, estava difícil manter até mesmo as políticas de proteção social: o Bolsa-Família naquele mês foi sacado a descoberto na Caixa, o que constitui crime de responsabilidade por caracterizar empréstimo de Banco a seu controlador.
Em 2015 o orçamento foi enviado para a Câmara com um corte de 15.000.000,00 na área de saúde, e muitos outros gastos.
Atė 2016 foram providenciados vários contigenciamentos por falta de dinheiro.

Estava amadurecida a política econômica que o PT e Lula implantaram e que colocou e coloca em risco a continuidade até mesmo da precäria rede de proteçåo social que conseguiu-se construir.

Primeiro, o PT ajudou nesse processo; depois, foi o PT o causador dos desequilįbrios que os governos que se seguiram não conseguiram resolver.

Edson Luiz Pianca.

    EdsonLuiz.

    12/11/2021 - 18h23

    Correçåo:
    – O corte para a saúde no orçamento de 2015 foi de R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões).
    -O nome do vice-presidente na chapa de Fernando Henrique Cardoso era Março Antônio Maciel, não “Março”.

carlos

11/11/2021 - 13h30

Esse cidadão era pra ser votado cadeia, isso pilantra, destruiu toda economia , ainda tem o mau-caratismo querer voto dos brasileiros, aliás eu vou a Curitiba levar um litro de óleo de peroba pra lustrar a cara desse energumeno.

Braghetti

11/11/2021 - 08h31

Ele ajudou a detonar??
Vcs são doentes!


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