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Petrobrás completa 69 anos fatiada, com a venda de 63 ativos somente no governo Bolsonaro

Companhia segue com abandono de fontes renováveis e política de preços de combustíveis que castiga a população e beneficia acionistas Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2022 – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados não têm motivos para comemorar os 69 anos da Petrobrás, que se completam nesta segunda-feira, 3/10. A […]

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Imagem: Agência Brasil

Companhia segue com abandono de fontes renováveis e política de preços de combustíveis que castiga a população e beneficia acionistas

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2022 – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados não têm motivos para comemorar os 69 anos da Petrobrás, que se completam nesta segunda-feira, 3/10. A maior empresa estatal do Brasil, que historicamente impulsionou o desenvolvimento econômico e social do país, está encolhendo, se tornando exclusivamente produtora e exportadora de petróleo bruto, saindo do refino e demais atividades. E nesse movimento, se concentrando no Sudeste e no Sul, encerrando atuação em outras regiões brasileiras.

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base em números divulgados pela petroleira, mostra a velocidade do processo de privatização de unidades da empresa, sobretudo no atual governo. De 2013 a agosto de 2022 (9 anos), a Petrobrás vendeu 94 ativos (80 no Brasil e 14 no exterior), totalizando US$ 59,8 bilhões. 

Somente no período Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e agosto deste ano, foram vendidos 63 ativos (67% do total até aqui), no valor de US$ 33,9 bilhões, incluindo subsidiárias estratégicas, como a BR Distribuidora, refinarias, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas, entre outros.

Em relação aos anúncios (teasers) de novos ativos colocados à venda, também no governo Bolsonaro, o ritmo foi superior ao de outros governos: Foram no total 76 teasers, com a média de 1,8 ativos anunciados por mês. No período de junho de 2016 a dezembro de 2018 (dois anos e seis meses), essa média foi de 1,4. E entre janeiro de 2013 e maio de 2016 (três anos e meio), a média de ativos ofertados foi de 0,4 por mês.

Os anos de 2019, 2020 e 2021 apresentaram o maior número de unidades da Petrobrás vendidas.

Neste mês de aniversário, quatro refinarias continuam na lista de privatização: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Alberto Paqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. 

Até o momento, apenas a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia, atual Refinaria Mataripe, foi vendida. Porém, houve acordos assinados – mas sem a conclusão da venda ainda – de outras três unidades: Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, e a Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.

A tendência é analisada também pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), ao constatar que a Petrobrás vem reduzindo seu grau de integração e verticalização. “Com os desinvestimentos, a Petrobrás vai deixando de ser uma empresa integrada e perde capacidade econômico-financeira de resistir a sobressaltos do volátil mercado global de petróleo e gás natural. Sob o argumento de ‘aumento da concorrência’ e ‘queda dos preços’, a Petrobrás está vendendo ativos importantes, em áreas estratégicas, a preços de banana”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP. 

Ele observa que a Petrobrás chega a esta etapa cada vez mais “suja”, ao se desfazer de projetos eólicos e da Petrobras Biocombustível (PBio), produtora de biodiesel. A venda desses projetos e o corte de investimentos em fontes renováveis vão na contramão das grandes petroleiras mundiais, que ampliam investimentos em energia limpa.

“Assim, vemos a Petrobrás atingir os 69 anos desmontada, investindo menos, deixando de lado as fontes renováveis e mantendo a política de preço de paridade de importação (PPI), que prejudica os brasileiros com alta de preços e inflação e garante grandes   ganhos a seus acionistas, entre os quais boa parcela de estrangeiros”, completa o dirigente da FUP.

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