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Deputada gaúcha rebate entidade que culpou trabalhadores por exploração na colheita da uva

Deputada estadual Laura Sito (PT) reagiu à nota do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves Publicado em 28/02/2023 – 18:52 Por Ayrton Centeno – Brasil de Fato – Porto Alegre Brasil de Fato — A presidenta da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa/RS, deputada Laura Sito (PT), classificou […]

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MPT/RS

Deputada estadual Laura Sito (PT) reagiu à nota do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves

Publicado em 28/02/2023 – 18:52

Por Ayrton Centeno – Brasil de Fato – Porto Alegre

Brasil de Fato — A presidenta da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa/RS, deputada Laura Sito (PT), classificou de “um absurdo” a manifestação do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves/RS diante do flagrante de 207 trabalhadores submetidos a trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva no município da Serra gaúcha.

A descoberta ocorreu na quarta-feira (22) após denúncias chegarem a uma força-tarefa integrada, entre outros órgãos, pelo Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

No texto, a entidade empresarial critica a existência de programas assistencialistas – o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, embora sem citá-los – que manteriam parte da população inativa com reflexos negativos no mercado de mão de obra.

“A culpa pelo trabalho escravo não é das pessoas que são exploradas nem das políticas públicas que proporcionam o mínimo de dignidade a quem vive na pobreza”, retrucou a deputada. “A culpa – interpretou – é das empresas que querem aumentar o seu faturamento com a exploração extrema da mão de obra”.

Choques e comida estragada

No sábado (25), ela visitou o alojamento onde ficavam homens e mulheres mantidos em situação equiparada à escravidão. Lá, ouviu relatos de diferentes tipos de tortura. Segundo sua assessoria, alguns trabalhadores relataram ainda “situações de alimentação forçada de comida estragada e, caso descumprissem as regras de consumo ou ficassem doentes, eram submetidos a choques e pagavam multa de R$ 1.200 por dia não trabalhado”.

“As cenas estarrecedoras que presenciamos não aconteceram por falta de mão de obra ou porque as pessoas não querem trabalhar”, disse. “Aconteceram – continuou – para que empresários pudessem faturar mais e não podemos mais aceitar lucro em cima da escravidão”.

Conivência das federações empresariais

Também hoje (28), as centrais sindicais do Rio Grande do Sul lançaram nota questionando o silêncio das federações empresariais do estado diante do crime. Para as sete centrais, o mutismo do empresariado demonstra “conivência com tamanho absurdo, quando deveriam colocar em prática a própria discussão de responsabilidade social e ambiental com ações concretas junto às empresas que representam”.

Golpe precarizou o trabalho

Atentam que a situação se agravou no país “a partir do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016 e pelos governos Temer e Bolsonaro”, quando foi desfechado “um processo vergonhoso de aviltamento e precarização do trabalho no Brasil”. Acusam as duas gestões de desmontarem a estrutura de fiscalização, especialmente no que tange às condições de saúde, segurança e dignidade no trabalho.

No texto, as centrais exigem “o fim de todo e qualquer trabalho análogo à escravidão”. Consideram inconcebível que, “em pleno século 21, os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade enfrentem situações degradante e humilhantes de emprego e renda”.

Assinam a manifestação CUT, CTB, Força Sindical, UGT, Intersindical, CSB e Fórum Sindical e Popular.

Vergonha para os gaúchos

“É motivo de vergonha para todos os gaúchos”. Assim a Associação Juízes e Juízas para a Democracia (AJD) e o Núcleo José Paulo Bisol-AJD/RS definiram o caso policial constatado na colheita e transporte da uva.

“Tal prática antissocial e discriminatória de aliciamento laboral, que visa unicamente reduzir os custos do trabalho, é condenada internacionalmente”, acentua o documento da associação.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko

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carlos

01/03/2023 - 14h28

Esse vereador que foi literalmente, grosseiro, asqueroso, hipócrita, por que não adjetivo prá classificar esse cidadão, que usa o cargo para machucar todo uma região, que tem via de regra um povo acolhedor e que não merece ser expurgada, de uma maneira vil ardilosa por esse venal, que além de usar é deturpar, o caráter dos nordestino além é claro de usá-los em situação de trabalho análogo a escravidão. Isso chama injustiça o nome é crime o nome disso é cadeia prá concluir se a câmara tiver um conselho de ética com o mínimo de sensibilidade, cassará o mandato desse cidadão por uma questão de ética que ele não sabe o que é.

João Mac-Cormick

01/03/2023 - 10h24

A extrema direita é o lixo da história. Xenofobia deveria ser motivo de cassação e prisão.

Agora, para não perder o hábito, eu sei que tem uma galera que ficou triste em saber que existe eleição em Cuba e na Venezuela. Afinal de contas, deve ser um tremendo choque sair do mundo bozolóide terraplanista, causado por anos de midiotia globotomizada. A realidade é cruel…

“Cuba se aproxima de eleições com maior número de candidatos jovens, mulheres e negros”
28 de fevereiro de 2023, 19:22

Edu

01/03/2023 - 08h05

Por que ficar junto aos nazipardos suínos? Ou suínos? Esses escrotos salafrários tem de viver no seu mundinho de imbecis. O Nordeste não tem de aceitar mais esses bost4s …

Willy

28/02/2023 - 20h21

“Todos os trabalhadores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”, disparou o vereador.

“Deixem de lado. Que isso sirva de lição, deixem de lado aquele povo, que é acostumado com carnaval e festa, pra vocês não se incomodarem novamente”. Sandro Fantinel

Melhor discurso que li nos ultimos anos.


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