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ONU discorda de condições da Síria para entrega de ajuda humanitária

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse na sexta-feira (14) estar preocupado com as condições impostas pelo governo sírio para entrega de ajuda humanitária ao noroeste do país. Segundo o órgão, as imposições são “inaceitáveis”. Na última quinta-feira (13), o governo sírio disse que daria aprovação estatal para que […]

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Foto: Pexels

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse na sexta-feira (14) estar preocupado com as condições impostas pelo governo sírio para entrega de ajuda humanitária ao noroeste do país. Segundo o órgão, as imposições são “inaceitáveis”.

Na última quinta-feira (13), o governo sírio disse que daria aprovação estatal para que a ONU entregasse a ajuda através da passagem de Bab al-Hawa, existente na fronteira entre a Turquia e a Síria. No entanto, o OCHA disse que a permissão dependia de “duas condições inaceitáveis”.

Uma das condições é que a ONU não se comunique com nenhum grupo que o governo designe como “terrorista”. Isso poderia dificultar a coordenação das Nações Unidas com algumas das organizações de ajuda na região.

Outra condição é que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o Crescente Vermelho Árabe Sírio (SARC) supervisionem e facilitem a distribuição da ajuda. Isso, segundo o governo, poderia facilitar o controle sobre como a ajuda é distribuída.

Segundo o comunicado do Escritório estipular que as entregas de ajuda devem ser supervisionadas pela Cruz Vermelha ou pelo Crescente Vermelho “não é consistente com a independência das Nações Unidas nem prático”, uma vez que essas organizações “não estão presentes no noroeste da Síria”.

Situação da fronteira

As operações de entrega de ajuda através da fronteira entre a Turquia e Síria estão paralisadas desde segunda-feira (10), quando expirou um acordo realizado pelo Conselho de Segurança da ONU em 2014.

A autorização do Conselho era necessária porque o governo sírio não havia concordado anteriormente com a operação da ONU, que tem fornecido ajuda a milhões no noroeste da Síria desde a época do acordo. Muitos dos beneficiados pela ajuda fugiram do governo do ditador Bashar Assad durante a guerra civil e serão afetadas se a ONU não retomar a ajuda humanitária no local.

Nour Qormosh, correspondente do portal Al Jazeera, disse que “Bab al-Hawa é uma linha de vida crucial para as áreas controladas pela oposição no noroeste, [que] sofreram anos de guerra civil e precisam que a fronteira permaneça aberta para que os suprimentos humanitários continuem a chegar”.

Em nota ao Conselho de Segurança da ONU, o OCHA enfatizou a necessidade de se envolver com o governo sírio para esclarecer os termos adicionais para o trabalho humanitário no noroeste da Síria.

“Qualquer dessas modalidades não deve infringir a imparcialidade (com base apenas nas necessidades), neutralidade e independência das operações humanitárias das Nações Unidas”, afirmou o Escritório.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, declarou estar preocupado, mas afirmou que a situação ainda está sob controle no momento. “Tínhamos pré-posicionado muito material na área (noroeste da Síria) antes do prazo. Portanto, temos ajuda humanitária, mas obviamente queremos fazer as coisas acontecerem o mais rápido possível”, disse ele, nesta sexta (14).

Acordo de travessia

Desde 2014, a síria recebia ajuda humanitária através de quatro pontos existentes entre as fronteiras com a Turquia, Iraque e Jordânia. No entanto, ao longo dos anos a Rússia, aliada do governo de Bashar al-Assad, pressionou o conselho a reduzir os pontos de entrega de ajuda humanitária. Até a última segunda-feira (10), Bab al-Hawa era o único ponto em que as Nações Unidas tinham permissão para passar.

A intenção de Al-Assad é de que as entregas de suprimentos das Nações Unidas sejam feitas em sua totalidade por Damasco, região controlada pelo governo.

Matéria com informações dos portais DW e Aljazeera

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