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‘Recua, fascista!’: grupo do MBL é expulso da PUC-SP

Na manhã desta quinta-feira (3), uma cena de tumulto se desenrolou no campus de Perdizes da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), quando estudantes expulsaram membros do MBL (Movimento Brasil Livre). Aos gritos, os alunos chamaram os integrantes do partido de ‘fascistas’ inúmeras vezes. O incidente teve início quando Amanda Vetiorazzo, coordenadora nacional do […]

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Imagem: Laís Hera

Na manhã desta quinta-feira (3), uma cena de tumulto se desenrolou no campus de Perdizes da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), quando estudantes expulsaram membros do MBL (Movimento Brasil Livre). Aos gritos, os alunos chamaram os integrantes do partido de ‘fascistas’ inúmeras vezes.

O incidente teve início quando Amanda Vetiorazzo, coordenadora nacional do MBL, e Arthur Scarance, coordenador do MBL de Osasco, acompanhados por um cinegrafista, entraram na universidade para realizar gravações sem autorização. Eles afirmaram estar trabalhando para a TV PUC, o veículo oficial de imprensa da instituição, o que provocou a revolta dos estudantes e desencadeou uma situação de confusão.

Carlos Rodrigues, presidente do Centro Acadêmico 22 de Agosto e estudante de direito, ressaltou que os temas abordados durante a suposta abordagem jornalística foram a legalização das drogas, porte de armas e legalização do aborto. Ele enfatizou que foram alertados sobre a tentativa de Amanda e Arthur de se passarem por membros da TV PUC com o propósito de ridicularizar os alunos, o que pode ser caracterizado como um crime de falsidade ideológica, conforme estipulado pelo Artigo 307 do Código Penal.

“Estávamos no refeitório da faculdade quando nos avisaram que os dois, Amanda e Arthur, estavam fingindo ser da TV PUC para fazer vídeos ridicularizando alunos. Isso é crime de falsidade ideológica, está no artigo 307 do Código Penal”, declarou o estudante ao GLOBO.

Outros membros do centro acadêmico, do Movimento por uma Universidade Popular e da União da Juventude Comunista, que também estavam presentes, juntaram-se aos protestos. Um vídeo feito por estudantes registrou momentos de discussões acaloradas, incluindo empurrões em certo ponto.

Lucas Caliman, aluno de direito da PUC, foi um dos estudantes abordados pelos membros do MBL. Ele relatou que a pergunta dirigida a ele tratava da votação sobre a descriminalização das drogas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Nós perguntamos de qual veículo de imprensa eles eram e o homem de terno, identificado depois como Arthur, disse que os três eram da TV PUC”, afirmou.

Amanda, por sua vez, afirmou ter se sentido ‘acuada’ na situação e que o colega haveria afirmado apenas ser ex-aluno da universidade, e não integrante da TV PUC. “Me senti extremamente acuada. Me empurraram, empurraram meu colega. Foi um susto, ficamos com medo de sofrer mais agressão, inclusive quando saímos de lá”, explicou. A coordenadora nacional ainda declarou sua intenção de tomar medidas legais devido aos insultos que recebeu em sua conta do Twitter.

O movimento estudantil emitiu um comunicado de desaprovação em relação às ações do MBL, contando com a assinatura de 15 organizações, incluindo a Juventude Socialista do PDT de São Paulo. “O Movimento Estudantil expressa total repúdio às investidas autoritárias do MBL, tendo em vista que seus representantes, ao entrarem em nossa casa, feriram a tradição democrática da nossa universidade”, afirmou uma parte da nota.

“Que fique o recado que fascistas não entrarão em nossa universidade e as lideranças estudantis estarão sempre ativas e alertas para garantir os direitos e a proteção dos estudantes”, disse ainda. Veja a nota na íntegra a seguir:

“Hoje, 03/08, os estudantes da PUC-SP foram surpreendidos com a presença de dois coordenadores do Movimento Brasil Livre no campus de Perdizes, gravando estudantes se identificando como membros da TV PUC. Enganando os estudantes, os dois membros do MBL os gravavam fazendo perguntas capciosas como “o que você acha do aborto?” ou “o que você acha da liberação da maconha?” e reagindo de forma vexatória, envergonhando os jovens.

Com o objetivo de interromper a violação ao direito de imagem dos estudantes que estavam sendo expostos, além de defender a história democrática e de resistência da PUC-SP, militantes do Movimento Estudantil Puquiano, especificamente da Juventude Socialista do PDT, do Movimento por uma Universidade Popular e União da Juventude Comunista, conversaram com os integrantes do MBL para que saíssem do campus.

Imediatamente, os coordenadores do MBL reagiram aos gritos, alegando que seu direito à “liberdade de expressão” estava sendo violado. De forma extremamente violenta, os dois integrantes do movimento de direita xingavam os estudantes de “fascistas de vermelho” e “esquerdalha”. Durante toda a movimentação, diversos estudantes se juntaram ao coro de “recua fascista”, com o objetivo de que eles saíssem do espaço da universidade.

Essa ação demonstra uma estratégia coordenada do MBL de entrar em universidades e gravar estudantes sem autorização, expondo-os nas redes sociais e submetendo-os ao ridículo. Além disso, há notícia de que esse mesmo grupo entrou em outras universidades do país e depredou centros acadêmicos.

Após longas tentativas de fazer com que os dois membros saíssem do campus, representantes da reitoria intervieram e os retiraram, para que parassem de incomodar e expor a comunidade puquiana.

Na tentativa de desvirtuar completamente o que ocorreu, os membros do MBL estão postando que foram agredidos e expulsos. Entretanto, é preciso reforçar que o que ocorreu foi uma reação legítima dos estudantes contra a violação dos seus direitos.

O Movimento Estudantil expressa total repúdio às investidas autoritárias do MBL, tendo em vista que seus representantes, ao entrarem em nossa casa, feriram a tradição democrática da nossa universidade. O Centro Acadêmico 22 de Agosto e o Movimento por uma Universidade Popular, os quais tiveram seus membros expostos nas redes sociais, declaram que entrarão com as medidas judiciais cabíveis pela exposição indevida de sua imagem.

Que fique o recado que fascistas não entrarão em nossa universidade e as lideranças estudantis estarão sempre ativas e alertas para garantir os direitos e a proteção dos estudantes.

Não se cala a consciência de um povo!

Assinam essa nota:
1. Centro Acadêmico 22 de Agosto
2. Juventude Socialista do PDT
3. Movimento por uma Universidade Popular
4. União da Juventude Comunista
5. CAPSI
6. DPPC – Frente organizada de bolsista da PUC-SP
7. Centro Acadêmico de Relações Internacionais
8. Benê
9. Reconvexo
10. TOCA
11. Centro Acadêmico de Ciências Sociais
12. Centro Acadêmico de Serviço Social
13. Afronte!
14. Juntos
15. Ecoar
16. Centro Acadêmico de Filosofia

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Comentários

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Paulo

05/08/2023 - 00h03

Como um legítimo (mas não típico) “ex filho da PUC”, eu repudio a ação e a reação…

Saulo

04/08/2023 - 19h48

As faculdades brasileiras são pela maioria usinas de retardados mentais.

Entram nas faculdades idiotas e saem completamente imbecilizados.


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