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BB libera US$ 700 milhões para pequenas empresas investirem em energia limpa e exportação

Micro, pequenas e médias empresas brasileiras terão acesso a até US$ 700 milhões em crédito internacional para projetos de energia limpa e operações de comércio exterior até 2028. O valor será disponibilizado por meio de um acordo assinado entre o Banco do Brasil (BB) e a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), entidade vinculada […]

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Micro, pequenas e médias empresas brasileiras terão acesso a até US$ 700 milhões em crédito internacional para projetos de energia limpa e operações de comércio exterior até 2028.

O valor será disponibilizado por meio de um acordo assinado entre o Banco do Brasil (BB) e a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), entidade vinculada ao Banco Mundial. A assinatura ocorreu em Londres e integra o programa TFG (Trade Finance Guarantee), voltado à expansão de crédito com risco reduzido.

O objetivo da parceria é facilitar o acesso dessas empresas a financiamento em moeda estrangeira, com condições mais competitivas, para aplicação em atividades sustentáveis e exportações. O crédito estará disponível para aquisição de equipamentos e insumos ligados à produção com menor impacto ambiental, como sistemas de energia solar, eólica, biomassa e biocombustíveis.

Segundo o Banco do Brasil, o primeiro desembolso será imediato, no valor de US$ 350 milhões, com participação de instituições financeiras internacionais como BBVA e HSBC. Os recursos virão com garantia de até 95% da MIGA, reduzindo o risco de inadimplência para os bancos e permitindo a concessão de crédito com juros menores.

As garantias da MIGA são estruturadas para cobrir eventuais perdas em financiamentos internacionais. O programa oferece proteção contra riscos comerciais e políticos, o que permite ao Banco do Brasil captar recursos com classificação de risco AAA. Essa condição viabiliza o aumento da oferta de crédito para empresas brasileiras com atuação internacional e reduz o custo de captação no exterior.

Os recursos estarão disponíveis com prazos de até um ano por operação. A previsão é que o valor total de US$ 700 milhões seja liberado ao longo dos próximos três anos, com novas tranches a depender do ritmo de contratação pelas empresas.

O financiamento é voltado exclusivamente a empresas de menor porte, segmento que representa cerca de 99% das empresas ativas no país, conforme dados do Banco do Brasil. Essas companhias poderão utilizar os recursos para modernização de seus processos produtivos, investimentos em sustentabilidade e expansão de operações de comércio internacional.

A instituição financeira informou que a iniciativa faz parte do Plano de Transformação Ecológica. Lançado em 2023, o plano busca direcionar recursos para projetos que estimulem práticas de baixo carbono e promovam a adaptação a novas exigências ambientais e regulatórias nos mercados externos.

Além da área de energia renovável, as micro, pequenas e médias empresas poderão utilizar o crédito para atividades ligadas à produção sustentável, como processos de eficiência energética, substituição de fontes fósseis por alternativas renováveis e compra de equipamentos de baixa emissão de carbono.

A estrutura financeira da operação permite ao Banco do Brasil diversificar suas fontes de captação e ampliar sua atuação no mercado de crédito externo, com foco em empresas de menor porte. Ao reduzir a exposição a riscos, a garantia da MIGA estimula maior participação de instituições financeiras globais na concessão de crédito voltado ao segmento.

O programa TFG, da MIGA, já foi utilizado em outros países com o mesmo propósito: apoiar bancos nacionais na concessão de crédito para exportação e sustentabilidade. A agência do Banco Mundial atua como avalista de operações que envolvem múltiplas partes e mercados emergentes, com foco em incentivar o fluxo de capital privado para setores estratégicos.

Com o início do desembolso imediato, o Banco do Brasil passa a operar uma das maiores linhas de crédito externas direcionadas a MPMEs com foco ambiental da América Latina. A previsão é que os contratos com empresas brasileiras comecem a ser formalizados já nas próximas semanas, com liberação de recursos escalonada conforme os cronogramas dos projetos.

Os recursos serão operados por meio de contratos padronizados de financiamento externo e deverão atender aos critérios estabelecidos pela instituição financeira para a caracterização de projetos sustentáveis. A avaliação de elegibilidade dos tomadores será feita conforme parâmetros técnicos, incluindo certificações ambientais, planos de mitigação de impacto e aderência às metas climáticas globais.

A expectativa do Banco do Brasil é que a medida também contribua para fortalecer a presença de empresas brasileiras em cadeias produtivas internacionais, especialmente nos setores em que há exigência crescente por fornecedores com práticas ambientais comprovadas.

O acesso a linhas de crédito com menor custo em moeda estrangeira pode ampliar a competitividade dessas empresas em mercados onde os requisitos de sustentabilidade são condição para contratos.

Segundo dados do BB, as empresas de menor porte têm ampliado sua participação nas exportações brasileiras, especialmente nos segmentos de alimentos, cosméticos, vestuário e manufaturados de menor escala. O novo programa de crédito será uma ferramenta adicional para que esse público mantenha presença estável nos mercados internacionais.

A operação, com risco compartilhado e respaldo institucional, representa uma das estratégias do Banco do Brasil para alinhar sua política de crédito à agenda global de sustentabilidade e inclusão financeira. Novos desembolsos serão avaliados conforme a resposta do mercado e o nível de execução dos primeiros projetos financiados.

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