IPCA sobe 0,48% em setembro, revertendo deflação de agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, registrou alta de 0,48% em setembro de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma aceleração de 0,59 ponto percentual em relação a agosto, quando o índice havia caído -0,11%.
No acumulado do ano, a inflação soma 3,64%, enquanto nos últimos 12 meses o IPCA registra 5,17%. Em setembro de 2024, a variação havia sido de 0,44%.
Energia elétrica pressiona inflação, mas alimentos aliviam
A principal influência positiva no resultado de setembro veio da energia elétrica residencial, que teve alta expressiva após ajustes tarifários em diversas regiões. No entanto, o grupo de alimentação e bebidas voltou a apresentar queda, ajudando a conter o impacto da inflação sobre o consumo das famílias.
O grupo alimentação e bebidas caiu -0,26%, registrando o quarto mês consecutivo de deflação. Os itens que mais contribuíram para a redução foram:
- Tomate (-11,52%)
- Cebola (-10,16%)
- Alho (-8,70%)
- Batata-inglesa (-8,55%)
Por outro lado, alguns produtos apresentaram alta, como frutas (+2,40%) e óleo de soja (+3,57%), o que atenuou parcialmente a queda geral no grupo.
A alimentação no domicílio caiu 0,41%, desacelerando em relação à redução de 0,83% registrada em agosto, enquanto a alimentação fora de casa teve leve alta, influenciada por reajustes em restaurantes e lanchonetes.
Inflação volta a acelerar após quatro meses de estabilidade
O resultado de setembro interrompe uma sequência de três meses de variações próximas de zero e uma deflação registrada em agosto, influenciada principalmente pela queda dos combustíveis e de produtos alimentícios.
De acordo com o IBGE, a retomada da alta reflete reajustes sazonais em contas de energia e transporte, além do encarecimento de serviços que vinham apresentando estabilidade desde o início do segundo semestre.
Comparativo anual e comportamento dos grupos
O IBGE destacou que, em relação a setembro de 2024, houve aumento na inflação de serviços e de bens administrados, categorias que tradicionalmente exercem maior peso sobre o índice geral.
Confira o desempenho dos principais grupos em setembro de 2025:
| Grupo | Variação (%) |
|---|---|
| Habitação | +1,27 |
| Alimentação e bebidas | -0,26 |
| Transportes | +0,34 |
| Saúde e cuidados pessoais | +0,42 |
| Vestuário | +0,18 |
| Educação | +0,05 |
| Comunicação | +0,09 |
| Artigos de residência | +0,22 |
A habitação foi o grupo com maior impacto positivo no índice geral, principalmente devido à energia elétrica, cujas tarifas subiram após o fim de subsídios temporários aplicados no mês anterior.
Energia e combustíveis puxam inflação do mês
Segundo o IBGE, o aumento na conta de luz foi resultado da mudança de bandeira tarifária, que elevou os custos de distribuição em várias capitais. Em contrapartida, o preço dos combustíveis manteve estabilidade, sem grandes variações na gasolina e no etanol.
O comportamento desses dois segmentos — energia e combustíveis — foi determinante para a inflexão do IPCA, que vinha em trajetória de desaceleração desde o segundo trimestre.
Expectativas e perspectivas para os próximos meses
Economistas avaliam que o resultado de setembro indica uma pressão pontual sobre a inflação, sem alterar a tendência de controle observada ao longo de 2025. O mercado financeiro mantém projeções de inflação anual próxima de 4,0%, dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual.
Especialistas também destacam que a deflação prolongada nos alimentos tem ajudado a conter aumentos em outros setores e a sustentar o poder de compra das famílias, especialmente nas faixas de renda mais baixas.
Próximos dados e impacto na política monetária
O resultado de setembro será levado em consideração na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá sobre a trajetória da taxa Selic. Caso o cenário de inflação controlada se mantenha, analistas não descartam novas reduções nos juros básicos até o fim do ano.
Resumo dos principais pontos:
- 📈 IPCA sobe 0,48% em setembro, revertendo deflação de agosto.
- 💡 Energia elétrica é o principal fator de alta no mês.
- 🥔 Alimentos registram quarto mês seguido de queda, com destaque para tomate e cebola.
- 📊 Inflação acumulada em 12 meses atinge 5,17%.
- 🏦 Mercado mantém projeção de inflação em torno de 4% para o ano.


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