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Segunda sem crise

A semana política acorda preguiçosa e calma, talvez já refletindo a ansiedade geral pelas férias de Natal e Reveillon. Os jornalões, um pouco abatidos pela pesquisa Datafolha divulgada domingo, que sinaliza uma possível derrota do PSDB em São Paulo nas eleições do ano que vem, amanheceram sem crise. Tirando uma coluna de Noblat, que anda meio repetitivo em sua obsessão em martelar que a “faxina” acabou, a tônica desta segunda-feira é neutra.

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A semana política acorda preguiçosa e calma, talvez já refletindo a ansiedade geral pelas férias de Natal e Reveillon. Os jornalões, um pouco abatidos pela pesquisa Datafolha divulgada domingo, que sinaliza uma possível derrota do PSDB em São Paulo nas eleições do ano que vem, amanheceram sem crise. Tirando uma coluna de Noblat, que anda meio repetitivo em sua obsessão em martelar que a “faxina” acabou, a tônica desta segunda-feira é neutra. Noblat deveria ouvir novamente Canto de Ossanha, para saber que “o homem que diz sou, não é”…

Meu deu vontade de sugerir uma música que serve como luva de sugestão à nossa mídia maníaco-depressiva, deliciosamente cantada em francês e português por Elis Regina.

Vamos às notícias:

O Pará decidiu, por esmagadora maioria, se manter unido.

Aparentemente, foi um pleito justo. Os separatistas tiveram recursos de sobra para defenderem suas ideias, mas o povo paraense decidiu manter as coisas como estão. O Pará, assim como outros estados do Norte, tem crescido a taxas bem acima da média nacional. O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), ficou bem na fita, com declarações bastante ponderadas, prometendo dar mais atenção às regiões distantes da capital do estado.

Cristina Kirchner tomou posse  posse neste domingo, com ampla maioria no Congresso e apoio de quase todos os governadores do país.

 

A grande repercussão do livro do Amaury Ribeiro nas redes sociais e vendas em tempo recorde estão minando, aos poucos, o bloqueio da grande mídia. Hoje, saiu resenha no blog do Estadão. Claro, sem destaque nenhum. Já é, porém, alguma coisa.

Mercadante encontrou um brinquedinho para Ciro Gomes brincar:

Abaixo um infográfico publico na Folha hoje, comparando o momento Haddad, que disputará a prefeitura de São Paulo daqui a dez meses, e o momento Dilma, a 10 meses do pleito presidencial. O fato de Haddad ser desconhecido por 63% do público não é negativo, nessa hora, porque justifica sua pontuação mínima nas pesquisas. A matéria da Folha desta segunda-feira repete a de domingo, dizendo que o cenário se apresenta bastante negativo para o PSDB e favorável ao PT, em função do crescimento da popularidade de Lula na cidade ao mesmo tempo em que aumentou à rejeição à Serra e à Kassab.

 

A popularidade de Lula tem crescido também em virtude de sua genial assessoria, que não esquece de divulgar, frequentemente, fotos do presidente, que assim se mantém na mídia e influente na política. E a mídia é obrigada a publicar essas fotos porque o público as pede. Ontem o site do Instituto Lula divulgou várias fotos do ex-presidente na final do campeonato de Futebol Americano.

 

 

O Globo publica uma avaliação sobre os gastos do governo, que me pareceu uma excelente notícia. O corte de R$ 50 bilhões, determinado por Dilma em março, e que tanto ruído causou entre a militância, termina o ano bem menor do que fora inicialmente planejado. Quer dizer, a intenção desde o início era que o corte fosse proporcional à arrecadação. Como essa foi maior do que se esperava, a tesoura pegou leve.

Entretanto, o melhor foi saber que, além de não cortar em algumas áreas delicadas, como o seguro desemprego e assistência previdenciária, o governo aumentou fortemente seus gastos nesses segmentos.

A crítica do Globo, sobre o fato dos investimentos serem o item que “sofreu mais”, confunde o leitor, pois na verdade, o governo também reduziu os cortes que havia prometido fazer em alguns investimentos. Ou seja, investiu mais.

As obras do PAC 1 e PAC 2, é bom lembrar, nunca foram alvo de cortes.  Outra observação importante é que dezembro – dentro do velho costume brasileiro de deixar tudo para última hora – costuma ser o mês com maior volume de pagamentos executados, o que deve se refletir no balanço final do ano.

Por fim, tivemos uma ótima notícia vinda de Durban, África do Sul. Os países conseguiram fechar um acordo sobre o clima e todos concordaram em reduzir a emissão de gases, criar um Fundo Verde de US$ 60 bilhões para ajudar países pobres a não agredir a natureza, dentre outras medidas. Segundo o Estadão, o Brasil foi peça fundamental para a conclusão do acordo. A ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, considerou o desfecho um avanço histórico; e os ambientalistas admitiram que houve progresso. Me parece de bom tamanho, ou pelo menos melhor que os fracassos sucessivos e frustrantes nos debates internacionais que vinham sendo realizados nos últimos anos.

Link da foto da capa.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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paulosk partizan

14/12/2011 - 18h11

Miguel, sobre o plebiscito, estava torcendo pela divisão, o Brasil é grande demais para somente 27 estados. Acho que este plebiscito dividiu ainda mais o estado, uma pena.

Agora, este sãopaulocentrismo está dando nos nervos, rola na internet uma comparação com SP e os três estados, caso o plebiscito. Porra, ninguém nunca pensou na possibilidade de diminuir o número de senadores?

Elson

13/12/2011 - 06h42

Vai ser meio complicado para o PSdB , DEM e PSD eleger o futuro prefeito de São Paulo , afinal esses caras estão lá a tanto tempo que não terão mais oque prometer , aliás não cumpriram nem oque foi prometido . E a cidade de São Paulo tá um caos , a policia só aparece para dar borrachada em estudante , trabalhador e manifestante e a mobilidade urbana é um caos sem contar as enchentes de verão .

Elson

13/12/2011 - 06h25

O povo do Pará agiu com conciência ao rejeitar esta propósta que só iria beneficiar a grupos políticos e econômicos que estavam mais interessados em criar feldos políticos do que em resolver os problemas da região .
E seria desatroso para todo o país ter mais duas unidades estaduais que não poderiam se sustentar sózinhas , sem contar as estruturas que teriam que ser montadas e que só interssa a oligarcas regionais havidos por poder e pela chance de enrriquecer .

maria helena

12/12/2011 - 19h07

Miguel, qual a sua aposta de crescimento do PIB esse ano? Pra mim, vai ser 4%.

Maria Helena Candido

    Miguel do Rosário

    12/12/2011 - 19h07

    deve ficar entre 3 e 4%.

Antonio Silva

12/12/2011 - 19h06

Eu tô seco é para ler logo o livro do Amaury!

Eu acho que não vai ter mais crise antes da segunda semana de janeiro.


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