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Revista alemã denuncia o golpe no Brasil: “Democracia entrou em colapso”

Foto: Mídia NINJA Se a grande imprensa brasileira está comprometida até a alma com o golpe de Estado, diversos veículos da mídia internacional se levantam contra a farsa do impeachment e denunciam os graves ataques à democracia em nosso país. Após a vergonhosa votação do impedimento de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o jornalista […]

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Foto: Mídia NINJA

Se a grande imprensa brasileira está comprometida até a alma com o golpe de Estado, diversos veículos da mídia internacional se levantam contra a farsa do impeachment e denunciam os graves ataques à democracia em nosso país. Após a vergonhosa votação do impedimento de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o jornalista alemão Peter Steiniger escreveu um artigo que demonstra perfeitamente como os golpistas estão sendo retratados no exterior. Publicamos o texto abaixo, com tradução de Michael Pedroso Morganti:

Golpe dos corruptos: Parlamento do Brasil inicia o desempoderamento da Presidenta Dilma Rousseff

Por Peter Steiniger, no Junge Welt

Se Deus moveu suas mãos, deixa-se perceber somente com muita dificuldade. Durante a votação da Câmara dos Deputados, acerca da aceitação de um impeachment contra a Chefe de Estado Dilma Rousseff na noite de domingo [17 de abril], não faltaram invocações ao Todo-Poderoso. Também houve apelos à família e à pátria na oposição vitoriosa. Deputados dedicaram seus votos favoráveis a correligionários, a crianças que faziam aniversário, às suas esposas, aos maçons ou a um Município em seu Estado, amaldiçoaram o Partido dos Trabalhadores (PT) e os sindicatos.  Supostos truques domésticos, que fundamentariam a remoção de Rousseff, não tiveram qualquer papel nisso. Foi uma farsa política óbvia. A maratona turbulenta de três dias de sessão na Câmara mostrou deputados conservadores, liberais e de extrema direita em harmonia. Sob aplausos reticentes, Jair Bolsonaro, do Partido Progressista (PP), alinhou o atual evento com o golpe fascista de 1964 e prestou homenagem a Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos piores torturadores da ditadura militar. Com isso teve de limpar de seu rosto, pouco depois, a cusparada de seu colega Jean Wyllys, do PSOL, de esquerda. “É isso que esse patife merece”, esclareceu Wyllys posteriormente.

Apenas nas manifestações a esquerda esteve nacionalmente bem à frente no domingo. 367 deputados do Parlamento, que nunca antes, desde o retorno à democracia em 1985, esteve dominado pela direita, votaram a favor da aceitação de um impedimento. A maioria necessária de dois terços foi claramente superada. Somente 137 representantes do povo apoiaram a Presidenta escolhida para o mandato pela maioria dos eleitores em 2014. Com isso, após 13 anos, soou o sino do fim da era PT, com consequências para as relações de poder em todo o continente. O colapso da democracia exigiu um trabalho preparatório.  Daí o resto se seguiu naturalmente. Como O Estado de S. Paulo noticiou, por um ano foram organizadas reuniões de bastidores entre parlamentares oposicionistas. O ex-Ministro da Justiça e ex-Ministro do STF Nelson Jobim aconselhou os conspiradores a ocultarem bem seus interesses. “Ele nos mostrou que a moeda tem três lados”, declarou o deputado Heráclito Fortes, um dos cabeças do golpe. Ao núcleo duro pertence também o senador José Serra, do maior partido de oposição, PSDB, que perdeu as eleições presidenciais para candidatos do PT por três vezes. A exigência de um “impeachment” foi primeiramente levantada a partir das manifestações postas em marcha pelo oligopólio midiático. Em seguida, uma vez conquistadas estas, que se associavam à vontade do povo, ousou ainda o chefe do PSDB usar também o pé de cabra do sistema presidencialista.

Pouco antes da votação alertava Rousseff acerca de uma “aventura golpista”; conquistas sociais e direitos estavam em jogo. O vice Presidente Michel Temer, que maquinou e mudou de lado com o seu PMDB, caracterizou-se como traidor. Temer, na qualidade de sucessor de Rousseff, já negocia cargos. O PT deveria agora convocar eleições antecipadas. A sessão histórica conduziu-se com o Presidente da Câmara Eduardo Cunha, um político do PMDB especialmente corrupto. Diversos deputados esperam escapar da punição durante uma troca no poder. O novo time dos sonhos Temer-Cunha inspira medo não apenas nos seguidores da esquerda.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Leopoldo Pereira

06/05/2016 - 03h03

Que azar! O Brasil se tornou um país relevante aos olhos do mundo, graças ao PT. O Brasil, na era tucana, era uma extensão do território americano; um gigante à mercê do FMI. Fim dos tempos…

Ita Marques

06/05/2016 - 01h51

Aqui em Alagoas teve foi muita festa comemorando o dia 17. Axaram lindio.

Alexandre Moreira

06/05/2016 - 00h48

Companheiros, no futuro será difícil explicar aos nossos filhos o que foi este golpe se não lutarmos. Se houver luta, diremos dignamente: filho lutamos e vencemos ou filho lutamos e perdemos, não importa lutamos.

Na minha cidade tem luta. Entre dezenas de outras ações, tem acampamento definitivo do MPL, UBES, UNIÃO COLEGIAL DE MINAS, MTD, MST, SINDIPETRO, SINDIELETRO, UNIÃO MORADIA POPULAR e SINDUTE em praça que antes era dos coxinhas.
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    Atineli

    06/05/2016 - 06h53

    #VaiTerLuta
    Desobediência cívica JÁ !! #Dilma Fica !!


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