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Cafezinho Literário: a poesia de Bruna Baldez

Maio de 2016 entra para os calendários como um mês triste. Mas, em diversos aspectos, ele exigiu de nós um posicionamento, uma postura firme, uma ampla capacidade de defender nossos ideais. E isso, de certo modo, é algo muito positivo. Maio falou, sobretudo, às mulheres; estivemos no vórtice dos piores acontecimentos, tanto na vida política quanto na vida privada. Os reflexos […]

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Maio de 2016 entra para os calendários como um mês triste. Mas, em diversos aspectos, ele exigiu de nós um posicionamento, uma postura firme, uma ampla capacidade de defender nossos ideais. E isso, de certo modo, é algo muito positivo. Maio falou, sobretudo, às mulheres; estivemos no vórtice dos piores acontecimentos, tanto na vida política quanto na vida privada. Os reflexos desses eventos são vistos em toda parte, inclusive na Literatura.

O poema “Jatos arbitrários”, de Bruna Baldez, parece ter sido escrito para este mês de maio. Bruna diz que acredita “na palavra e na arte como manifestações de luta e vida”. Dessa crença, notamos que ela extrai a matéria bruta de seus versos. Carioca de 23 anos, formada em Letras pela UFRJ, ela quer mudar o mundo e pincela o caminho com rimas.  No final desta página, há uma breve entrevista com ela. E é com a Bruna que o Cafezinho Literário encerra o mês de maio.

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Paulliny Gualberto Tort

Editora do Cafezinho Literário

Bruna Baldez, autora do poema "Jatos arbitrários"

Bruna Baldez, autora do poema “Jatos arbitrários”

Jatos arbitrários

Ao despertar cruel

Das marés terrenas

Golpeiam, temidas,

Covardes hienas.

 

Sussurram nas ondas

De ódio assombroso.

Devoram, na farsa,

O sonho do povo.

 

Afogam denúncias

Na contracorrente

Das armas impunes

Do sangue da gente.

 

Resistem os gritos

De amor

(Não escuta?)

Do mar, fez-se arte.

Da dor, faz-se luta.

***

Entre silêncio e palavra, uma conversa com Bruna

As primeiras coisas primeiro: Quem é Bruna Baldez?
Uma mistura de calmaria e inquietação. Voz baixa, mente em ebulição. Mistério e transparência. Silêncio e palavra. Formada em Letras pela UFRJ, apaixonada pela Língua Portuguesa e Literatura. Do fazer poético, procuro não a solução, mas o entendimento (ainda enviesado) do mundo, do eu e do outro.

Quando a poesia entrou na sua vida?
O primeiro encontro aconteceu ainda na infância. Ganhei de aniversário um livro que reunia poesias de Vinicius de Moraes, Cecília Meireles e Mário Quintana. Mais tarde, conheci autores que inspiraram grande parte da minha escrita, como Baudelaire e os modernistas Drummod e Manuel Bandeira.

Pensa em publicar um livro? Tem blog ou qualquer outro canal de publicação?
Quando criança, eu já dizia: quero ser escritora. Aos onze anos, escrevi e registrei um livro. Em 2015, tive a minha primeira poesia selecionada em um Concurso Literário da Editora AMC Guedes. Hoje, reúno os meus escritos no blog brunabaldez.blogspot.com e sonho em publicar futuramente um livro de poesia.

Na sociedade em que vivemos hoje, tão pautada pela violência, qual é o lugar e a missão da poesia?
A poesia não pode ser pensada como um lugar de fuga, de introspecção ou alienação. Qualquer manifestação artística e cultural é, também, uma manifestação social. Em uma sociedade contaminada pelo ódio e pela injustiça, as palavras se oferecem como instrumento vivo de luta, resistência e desconstrução.

*A ilustração desta postagem é um detalhe da obra Pink Branches, do artista havaiano Chris Campbell.

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Paulliny Gualberto Tort

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