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A espetacularização da inquisição de Sérgio Cabral e Garotinho. Espetáculo para quem?

Por Maria Fernanda Arruda, exclusivo para o Cafezinho As prisões de Sérgio Cabral e Anthony Garotinho foram programadas para que se fizessem como “espetáculo espetacular”, o que membros do Ministério Público e Juízes, movidos por fanatismo religioso, realizam como ritual de oferenda, tão portentosa que se faça digna de um Templo de Salomão. Quais as […]

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Por Maria Fernanda Arruda, exclusivo para o Cafezinho

As prisões de Sérgio Cabral e Anthony Garotinho foram programadas para que se fizessem como “espetáculo espetacular”, o que membros do Ministério Público e Juízes, movidos por fanatismo religioso, realizam como ritual de oferenda, tão portentosa que se faça digna de um Templo de Salomão. Quais as reações que provocaram? De primeiro momento: o desrecalque, por parte de todos os que se sentem sufocados pela imundície que políticos desse naipe produziram para denegrir o Rio de Janeiro e tornar humilhante a vida dos cariocas. Em seguida: a pergunta sobre os objetivos dessa operação de guerra: ao mirar em políticos do PMDB e arredores, não estão empenhados em pré-justificar a prisão do Lula? Extravasados os sentimentos recalcados e externadas as dúvidas sobre a extensão do que se está fazendo, as notícias não param, não param,detalham e desdobram.

Sérgio Cabral teria os seus cabelos rapados (de fato, cortados, o que em todo quartel e presídios é feito, por medida preventiva higiênica: evitar a proliferação de piolhos – é exatamente o que se faz com os cadetes das Agulhas Negras). Sua dieta espartana é esmiuçada, embora seja idêntica ao que se fornece a “qualquer dos cidadãos presidiários” e, lembre-se mais uma vez, ela compõe o típico cardápio de um quartel. Mas não se registram reações apiedadas. Muito ao contrário, ao ser transitado pela cidade, levado e trazido do Instituto Médico Legal, Sergio Cabral foi objeto de vaias, xingamentos, e teria sido linchado, caso oferecida a oportunidade. Mas, quem está sendo condenado agora? O político que foi tantas vezes contemplados com votos que lhe davam as vitórias, depois prosseguidas na escolha do sucessor Pezão? Ou quem os funcionários públicos estão pondo como responsável por não receberem o salários e sofrerem ameaças de descontos em suas folhas? A quem interessa a condenação? Como, por que e por quem as noites parisienses desse carioca debochado passam a ser mostradas em fotos publicadas pela imprensa?

Será, Sergio Cabral apresentado ao respeitável público como “bode expiatório”? Crimes contra a economia do povo ele as praticou e todos sabemos. Mas é preciso vencer a preguiça, trabalhar um bocado, investigar e provar. Ufa!!

O juiz que determinou sua prisão, e isso é o que importa enfatizar, analisar, criticar e rejeitar, baseou-se em “moral religiosa”, inspirando-se no Livro de Eclesiastes (capítulo 8, versículo 11): “Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade? É porque não são castigados logo”. O magistrado utiliza a “Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje”. Não poderia fazer uso de fonte menos qualificada, não conhece edições sérias, contentando-se com a vulgarização promovida pelos “evangélicos”, o que mostra a sua condição de analfabeto funcional. Não fosse isso, o mesmo juiz interpreta equivocadamente a Convenção de Palermo, desconhecendo o que escreveu Beccaria e desprezando o princípio básico firmado pela Revolução Francesa, o da presunção de inocência. Nada disso é dito em defesa de Sérgio Cabral. Que fique de uma vez,claro e entendido. Trata-se de defender o Estado de Direito, exigir que se cumpra a lei: ele, como “qualquer do povo” deverá ser investigado, apurando-se os seus crimes, julgado e certamente condenado.

Quanto a Garotinho, qual a motivação para a apresentação, bisada e rebisada, da cena deprimente de sua retirada de um hospital? Comprovar a sua absoluta falta de estatura, como ser humano e como político? Fazer a pura e simples exaltação do ridículo? Ou estimular o sentimento pungente, a dor que a caridade incentiva? Claramente, o que se produziu foi uma encenação, com atores circenses, chorando lágrimas crocodilais. A acusação pungente de Garotinho não cabe nem mesmo numa Cartilha de Pré-primário: “me prendem logo agora, quando eu ameacei que vou contar tudo.” Gente sentimental, mutos são os que se apiedam. E é verdade: Garotinho já fez por merecer castigo desde tempos de antanho, com o seu populismo que engana e rouba o povo mais simples, simplório, despojado de tudo. Por “dois quilos de goiabada”,compra a cidadania dessa gente, sempre fez isso. Agora, um juiz comprometido com a candidatura do rival deve e pode prende-lo? E que fique muito claro: não se defenda e nem se lastime a figura torpe: mas que a torpeza seja punida na forma e conforme a lei.

Antes disso, que respondam: ONDE ESTÁ AMARILDO? Onde estão os cinco moleques que a Polícia de Geraldo Alckmin decapitou e queimou?

Estamos dissertando sobre uma GUERRA SANTA?

O TRIBUNAL DA SANTA INQUISIÇÃO está reaberto?

Fica a pergunta.
Maria Fernanda Arruda

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Comentários

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Newton Neves

23/11/2016 - 08h53

Tendenciosa a reportagem. Artigo sem crédito. Reportagem de defesa de bandidos.

maria nadiê rodrigues

22/11/2016 - 09h34

Geddel é denunciado por um ministro que pediu demissão, com provas contundentes de um arranjo imoral no seu reduto eleitoral; Cabral é escrachado, com a vida vasculhada. São duas figuras importantes do PMDB. Tudo é mostrado ao povo, mas, diferente do que seria se ambos fossem do PT, a sigla, mesma do Temeroso, não é citada. O Temeroso aproveita a fogueira dos outros para juntar magnatas e com seus dedinhos voando, ou as mãos esfregadas como se tivessem sendo lavadas, mais uma vez coloca todas as safadezas do PMDB que estava ao lado do governo passado, pensando que isso de falar mal dos outros é suficiente para se dizer honesto e eficiente.
PMDB e PSDB estão com seus dias contados. Esperemos 2018. Se houver mesmo eleições, o que eu duvido, vão se lascar.

Giilíaco Barboza

22/11/2016 - 08h45

Parabéns Marcelo José pelo feliz comentario. A única coisa dita com lucidez.

marcelo jose

21/11/2016 - 23h46

Não a conheço, nem nunca ouvi falar da Sra. e nem nunca li um artigo seu, mas tive a curiosidade de consultar na internet alguma coisa que a Sra. escreveu. Consegui identificar facilmente suas ideologia e crença, ainda assim a respeito apesar de não concordar com nada que li acima, penso até que escritos dessa envergadura servem pra corroborar minha visão de mundo, minha crença pessoal e meu senso de discernimento separando o que é de proveito e o que deve ser desprezado. Lamento Sra., sua obra acima foi classificada pelo meu juízo como desprezível, com respeito é claro.

Torres

21/11/2016 - 22h20

Nenhum inocente foi preso nessas operações.
Por mim que esses bandidos se fodam igual aos ladrõezinhos, estes sim, humilhados na prisão.
São piores que assaltantes à mão armada.


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