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A direita ganhou no Chile, mas a verdadeira esquerda não estava lá

(Crédito Imagem: La tercera – mapuches) É verdade que Sebastián Piñera representa um liberalismo selvagem, ao qual os trabalhadores só perdem e o capital somente ganha. Mas a esquerda não perdeu no segundo turno presidencial no Chile. A razão simples é que o governo de Michelle Bachelet está longe de ser socialista. Logo, não se […]

16 comentários
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(Crédito Imagem: La tercera – mapuches)

É verdade que Sebastián Piñera representa um liberalismo selvagem, ao qual os trabalhadores só perdem e o capital somente ganha. Mas a esquerda não perdeu no segundo turno presidencial no Chile. A razão simples é que o governo de Michelle Bachelet está longe de ser socialista. Logo, não se perde o que não tem!

Os anos de governo do Partido “Socialista” são algo de envergonhar qualquer teórico ou militante de políticas de inclusão. Na seara da educação aprofundou o mercantilismo , o que somente engrossou as marchas dos estudantes. Na questão da aposentadoria, processo que já foi feita uma reforma neo-liberal, os chilenos não possuem condição de viver com a renda básica ofertada. O campo da terceira idade está entregue a empresas privadas, que não visam a qualidade de vida do indivíduo. Falando em qualidade de vida, pode-se recorrer ao recorrente IDH do país andino, realmente com 0,847 ele tem uma das 3 melhores na América do Sul, mas contraditoriamente é um dos países com mais desigualdade no nossa parte sul do continente. O índice Gini de 47,7 empatado com Paraguay e longe do Uruguai(41) e Peru (44).

Foge de qualquer explicação para um socialista as tratativas de massacrar seu povo originário no sul, os mapuches, e segregar os migrantes peruanos e bolivianos ao norte ou no centro de Santiago. Aliás ,para dirimir qualquer dúvida, pergunte como bate “los Carabineros” ou a polícia chilena para um estudante, um mapuche ou um trabalhador. Onde fica o “S” no socialismo de Bachelet?

Em termos de política externa, se existe acordos de livre-comércio que compactue contra a integração latino-americana, tenha certeza que o Chile participa. Não se pode esquecer que o chanceler do governos socialista Heraldo Muñoz é um dos algozes dos Bolivarianos venezuelanos, junto com colegas neo-liberais do Peru e Colômbia. Chegou a receber Lilian Tintori, aquela das malas de dinheiro que alimentavam as “guarimbas” no país de Bolívar gerando 134 mortes. Mas não foi bastante para este governo, ele deu guarida ao gerente do terrorismo urbano, Freddy Guevara, deputado que coordenou mercenários mensalistas que queimaram 29 pessoas sendo que 9 morreram. Agora a embaixada o hospeda como asilado político. A gente poderia cobrar sobre o silêncio no caso do golpe parlamentar-judiciário brasileiro, mas seria exigir em demasiado. Uma negociação propositiva com a Bolívia em seu direito de uma saída para o pacífico? Impossível.

A verdadeira esquerda por pouco(2,5%) não foi ao segundo turno, mas fez uma grande base parlamentar(20 deputados) e pela primeira vez estará no senado. A líder Beatriz Sanchéz é um grande nome para construir o socialismo que o povo chileno merece. Diante da responsabilidade de 20,27% dos votos, não se esquivou de declarar apoio ao senador Alejandro Guillier contra um mal maior. Mas antes do segundo turno já registrava ser oposição a qualquer dos ganhadores, com clara visão que as diferenças seriam tênues.

Infelizmente o governo chileno que sai, perdeu a oportunidade de fazer justiça ao legado de Salvador Allende. Quem procurar socialismo em Michelle Bachelet, seja na direita, na esquerda, acima ou abaixo, encontrará a essência da ambiguidade. Diante vários problemas, a resposta era que os especialistas “regalavam” muitas opções, então teria de estuda-las. O tempo para analisar era o mesmo para identificar pra onde ia opinião pública. Neste paradigma, se absteve de decidir pelo caminho que realmente interessa: distribuição de renda, educação gratuita de qualidade e devolver uma aposentadoria digna.

Exigir socialismo de Bachelet é buscar um prática dissociada da teoria. Socialismo não leva Bachelet, ela foi para onde mandaram ir, esquecendo os necessitados.

PS: IDH quanto mais próximo de um, mais desenvolvido. Índice Gini, quanto mais próximo de zero ,menos desigual. IDH de 2016, Gini de 2015.

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Tulio Ribeiro

Túlio Ribeiro é graduado em Ciências econômicas pela UFBA,pós graduado em História Contemporânea pela IUPERJ,Mestre em História Social pela USS-RJ e doutorando em ¨Ciências para Desarrollo Estrategico¨ pela UBV de Caracas -Venezuela

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Comentários

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Zarpa Fora

22/11/2018 - 01h00

Não consigo mais ler texto esquerdista. É profundamente distorcido. Já começa usando um termo inventado “Neo liberal”, que só na cabeça de Marxista existe. Depois, a velha prática de chamar de direita ou de falsa esquerda, quem não pratica a ideologia autoritária do socialismo até suas últimas consequências. Pode apostar que pra quem escreveu esse texto fraquíssimo, Maduro, Fidel, Mao, Chaves, Stalin… esses sim são a esquerda ideal… aquela que bota gente inocente no paredão.

Valter

27/08/2018 - 22h12

Você é mestre em? Rs. Bom, pelo jeito todas essas formações e graduações descritas não foram suficientes para melhorar como pessoa, ou vc sofreu lavagem cerebral, sendo a história feita apenas por vencedores e ganhadores, bem e mal. Acorde e saia do séc. XIX.

alex

11/03/2018 - 19h12

quer dizer que se o governo fosse bom ela seria aclamada como uma grande mulher que luta pelos direitos das minorias. mais como afundou o chile na m…. ela é de direita. ganhou quanto pra escrever isso?

Jean

20/12/2017 - 08h10

Vim ler a matéria porque parecia ser interessante. logo vi que era da mesma lixeira do PT. saindo em 3,2…

Cristiane

19/12/2017 - 04h42

Gostei muito de saber didáticamentr a razão da centro esquerda brincar de neo liberalismo é perder o poder.
Beatriz é a grande esperança.
Bachelet é o FHC
Sem cheiro e sem gosto
Passiva diante da necessidade do povo.
Não deu outra…. direita
Belo texto

Pedro

18/12/2017 - 18h13

Pois é, parece que a Bachelet tb foi torturada nos tempos pinocheteanos, embora seja filha de general. Uma contradição muito comum nesses dias pós ditaduras na AL. Aqui mesmo no Brasil temos várias figuras de proa q fizeram esse transbordo do trem dos revolucionários para o dos reacionários, e agora gozam das benesses do poder usurpado do povo. Somente qdo a História for melhor contada entenderemos o enigma.

Jhon Sousa

18/12/2017 - 14h54

O voto lá é obrigatório tb?

    Lili

    18/12/2017 - 18h15

    Não

Eliane F. C. Lima

18/12/2017 - 10h44

Parece que o Chile gostou do arbítrio violento da Direita e anda saudoso de um novo Pinochet pela proa. Uma vez, uma moça chilena metida me disse que o Brasil não tinha tradições. Pelo visto, o Chile tem… tradição de ditadura, de violação de direitos humanos.

Flavio Vinícius

18/12/2017 - 10h28

Mais uma dessas análises baseadas em um suposto modelo de esquerda que só se enquadra nos livros dos revolucionarios de gaveta. Tudo que foge dessa receita é taxado de traicão ou falsa esquerda. Ainda bem que a realidade concreta é mais rica (complexa) do que essas análises mecânicas .

    Novenil Barros

    18/12/2017 - 12h27

    A sua análise que é macânica.

      Rodrigo

      19/12/2017 - 04h44

      A análise é perfeita, o texto fala de como falta protagonismo neste socialismo quase liberal

    ELISABETH SASSO SIMOES

    19/12/2017 - 00h07

    que coisa mais burra o que vc escreveu

      Hiran

      19/12/2017 - 04h48

      Uma bolsominia que não entende IDH nem Gibi.
      Se estudar ..vai perceber beleza no conhecimento.
      Bachelet é a responsável da derrota,por isto a frente ampla cresceuB

        Hiran

        19/12/2017 - 04h48

        Digo Gini

      ivan garcia

      21/03/2018 - 19h21

      ou acho fácil culpar o governo de Bachelet por não ser socialista por causa do fator econômico. Bachelet tem sido o benefício mais social para o Chile desde o fim da ditadura. E gerou as reformas necessárias que os empresários da direita e do Chile sempre impediram ou boicotaram. Do ponto de vista cultural e social. O Chile avançou apenas nos governos de Bachelet, enquanto que, com Piñera, ficamos estagnados nesse nível ou retrocedemos. Agora será necessário ver se nestes 4 anos Piñera faz isso de novo. Espero que não … E quanto à desigualdade … Você acha que dois períodos alternados de 4 anos são suficientes para alcançar a equidade social quando a desigualdade é algo que sempre se arrastou, mesmo antes da ditadura, e que nem os governos de Aylwin, Frei nem Lagos lutaram para mudar? O Chile tem DONOS por décadas. Os ricos chilenos são imensamente ricos, como Piñera. E aqueles ricos (homens de negócios corruptos) não são fáceis de combater porque possuir tudo implica que sua influência na economia do país é enorme, e toda vez que eles tentam uma reforma que exige, por exemplo, pagar impostos que deveriam (e não a porcaria que pagam), eles boicotam. Os políticos da direita (e alguns do centro e da esquerda também, eu não nego isso) são todos vendidos para a classe executiva. E assim, combater a desigualdade não é fácil. Exigir que Bachelet consiga isso é estúpido. Este país é corrupto, os ricos são os senhores e qualquer reforma, que poderia levar a uma maior eqüidade, é esmagada pelo poder que eles têm de maneira retumbante. É fácil falar do lado de fora, muito fácil … ?


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