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FUP orienta sindicatos a suspenderem a greve

Com menos de 24 horas de greve dos petroleiros, o Tribunal Superior do Trabalho elevou de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária às organizações sindicais que descumprirem a decisão arbitrária de suspensão do movimento, após a sentença política do tribunal que decretou a ilegalidade da greve. O objetivo é criminalizar e […]

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Com menos de 24 horas de greve dos petroleiros, o Tribunal Superior do Trabalho elevou de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária às organizações sindicais que descumprirem a decisão arbitrária de suspensão do movimento, após a sentença política do tribunal que decretou a ilegalidade da greve. O objetivo é criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais.

A orientação da FUP é de suspensão da paralisação que se estenderia até a meia noite de sexta-feira, 01/06. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Os sindicatos realizam assembleias ao longo do dia para avaliarem o indicativo de suspensão do movimento.

Acesse a íntegra da decisão do TST: http://fup.org.br/images/documento/decisao_tst.pdf

Segue a nota da FUP:

Não nos calarão

Os petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais.

Antes do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados.

Diante da situação caótica em que se encontra o país, desgovernado e refém das imposições do mercado que manda e desmanda na Petrobrás, uma empresa que é estratégica para a nação, os petroleiros não poderiam se omitir. E, como em outros momentos da história, se levantaram e enfrentaram os desmandos do Tribunal Superior do Trabalho, que mesmo ciente de que a greve de advertência da categoria não causaria riscos de desabastecimento, tomou a decisão arbitrária e política de decretar a ilegalidade do movimento, assumindo o golpe e agindo como um tribunal do capital.

Os petroleiros não recuaram e seguiram em frente, ganhando a solidariedade dos movimentos sociais e de várias outras categorias, dentro e fora do país. A população veio junto e apoiou a greve, pois sofre os efeitos do desmonte da Petrobrás, que vão muito além da disparada dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis. A privatização conduzida por Pedro Parente, os desinvestimentos, a transferência para a Ásia das encomendas de plataformas e navios desmontaram a indústria nacional, aumentaram o desemprego em massa e fizeram o PIB despencar.

O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência. Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores.

A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada.

Estamos diante de mais um desdobramento do golpe que fragiliza cada vez mais as instituições e o Estado Democrático de Direito. O enfrentamento é de classe e precisa da união de toda a sociedade.

A pauta pela mudança da política de preços da Petrobrás é de todos os brasileiros, pois diz respeito à luta histórica contra a exploração do país, que desde os tempos de colônia vem tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É assim que ocorre ainda hoje com o nosso petróleo. E por isso, a população está pagando preços absurdos pelo gás de cozinha e pelos combustíveis.

Os petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobrás. O representante da Shell que o mercado colocou no Conselho de Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente.

Sigamos em frente, pois a defesa da Petrobrás é a defesa do Brasil.

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Comentários

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luis castro

01/06/2018 - 00h11

Greve fiasco. Como se programa uma greve de 72 horas para em menos de 24 horas se suspender na primeira retaliação do judiciário golpista. Quem não quer correr riscos que não programe greve vexame. Como a FUP quer enfrentar um governo golpista recuando tão rápido da luta ao primeiro empecilho.

claudio

31/05/2018 - 18h08

O QUE NÃO PODEMOS PERMITIR NESSE PERÍODO DE TRÉGUAS É QUE SE PRIVATIZE O RESTO DE NOSSOS CAMPOS DO PRÉ-SAL. E OUTRAS UNIDADES DA PETROBRAS. DEVEMOS FICAR DE OLHO NO PARENTE E OUTROS ABUTRES, ENQUANTO A CATEGORIA DOS PETROLEIROS ADIA A PARALIZAÇÃO.

ari

31/05/2018 - 16h42

Até no Estyado Novo Getúlio superava esses cafajestes. Fechou o congresso, baixava o cacete nos opositores, prendia, torturava (que o diga o Flinto Mueller) e tudo mais. Não tinha essa conversinha de que “as instituições estão funcionando”. Já faz um bom tempo que os tribunais estão cerceando o direito de greve. Em SP, numa greve do metro, por exemplo, chegaram a decidir que os metroviários colocassem 100% do seu pessoal trabalhando em determinados horários


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