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Lula: “PT não nasceu para ser um partido de apoio”.

Na Agência PT Lula: “Não vão conseguir tirar o PT das disputas eleitorais desse país” Em reunião da Comissão Executiva Nacional em Salvador, ex-presidente afirmou que “esse país tem que recuperar a verdade, porque o que está aí é uma grande mentira” 14/11/2019 17h28 “Quero lutar democraticamente nesse país pelos direitos do povo brasileiro. Quero […]

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Por Ricardo Stuckert

Na Agência PT

Lula: “Não vão conseguir tirar o PT das disputas eleitorais desse país”

Em reunião da Comissão Executiva Nacional em Salvador, ex-presidente afirmou que “esse país tem que recuperar a verdade, porque o que está aí é uma grande mentira”

14/11/2019 17h28

“Quero lutar democraticamente nesse país pelos direitos do povo brasileiro. Quero garantir a democracia. Esse país tem que recuperar a verdade, porque o que está aí é uma grande mentira“.

Com essas palavras, Lula encerrou sua primeira atividade partidária desde que deixou a prisão política em Curitiba, onde ficou 580 dias preso injustamente. Em Salvador, junto à militância petista, um dos pilares da resistência pela liberdade de Lula, o ex-presidente discursou ao lado da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do ex-ministro da Edução Fernando Haddad, do governador da Bahia, Rui Costa, do senador Jaques Wagner e do líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta.

Durante todo o discurso, que levou por volta de uma hora, Lula mostrou que saiu mais forte desses quase 600 dias de cárcere. Com um discurso afiado, ele analisou a situação política do país, falou sobre o papel do PT no futuro do Brasil e, com toda sabedoria e perspicácia que o tornou o maior líder político da história, apontou rumos para o povo brasileiro. Durante todo o tempo, a militância vibrava ao ouvi-lo, comentava suas palavras e o aplaudia, como se exorcizasse naquele momento toda a saudade de ouvir o operário que sempre encantou multidões pelo país.

Em sua fala, Lula defendeu o protagonismo do partido no cenário político do país: “O PT tem que ser mais forte, mais unido, mais disposto a brigar. O PT polarizou em todas as eleições e vai continuar polarizando. Não existe tradição política como a desse partido. Eles não vão conseguir tirar o PT das disputas eleitorais desse país, com Lula ou sem Lula. Eu posso subir a rampa em 2022 levando o Haddad, levando o Rui, levando os outros companheiros. Mas o PT só cresce se disputa, não nasceu para ser um partido de apoio”.

Legado do PT

O ex-presidente também reafirmou os objetivos do Partido dos Trabalhadores e a importância do mesmo na construção do País: “Será que os petistas que dizem que o PT deve fazer autocrítica têm consciência que nós conseguimos criar o maior partido da América Latina? Não existe no mundo partido similar. Um partido de esquerda criado nesses moldes, unindo correntes com o objetivo de criar uma sociedade mais justa, mais igual, não existe. Ontem, o Pimenta demonstrou a razão do PT ter nascido”, afirmou Lula, se referindo à resistência do parlamentar na invasão da embaixada da Venezuela por pessoas da direita.

Para Lula, o legado construído pelo partido em quase 40 anos de existência é único na política brasileira. “Esse partido faz parte da minha vida. Sou resultado da consciência política da classe trabalhadora brasileira. Nós não podemos aceitar a ideia que querem nos diminuir. Somos o único partido que tem um legado e temos que trabalhar muito por ele”.

Ao deixar o cárcere político, o primeiro ato de Lula foi ir até a Vigília, ponto máximo da resistência pela liberdade do ex-presidente que o apoiou incansavelmente por quase 600 dias. Durante esse período, o Lula recebeu inúmeras visitas e constatou todo a solidariedade e amor que vinha de todos os lugares. “Não esperava tanto carinho e tanto amor. Minha relação com vocês é muito forte, jamais poderia agradecer o que vocês fizeram por mim. Quero agradecer a solidariedade, não sabia que tinha gente que gostava de mim, no mundo inteiro. Sou agradecido a vocês porque nenhum presidente foi tão amplo como eu. Eu mostrava que o país era de todos”.

O ex-presidente ainda declarou que aprendeu muito sobre o Brasil enquanto estava na prisão, e saiu de lá com maior noção de seus propósitos: “Eu saí da cadeia mais humano, mais certo das lutas que nós temos que fazer. Li muito sobre a história desse país, e posso dizer: esse país nunca teve sua história contada e seus heróis nunca apareceram em uma fotografia. Nossos heróis sofreram uma morte para sempre. No Brasil, pouco sabemos sobre as nossas grandes rebeliões e revoltas populares. O PT é o único partido que tem a obrigação de contar essas histórias”.

Quanto às pessoas que o colocaram na prisão de maneira injusta, Lula reafirmou que não busca vingança. Como tem reiterado nesse longo período de luta por sua inocência, ele reafirmou que espera que a justiça seja feita.

“Quando eu fui preso, eu tomei a decisão para que eu não fosse tratado como fugitivo. Eu quis ir para pertinho do Moro, para provar o canalha que ele foi em me julgar. Nós temos que desmontar essa farsa que foi montada contra mim. Eles não tem noção do que é colocar na cadeia um senhor de 72 anos. Mas não quero me vingar, eles não têm como me devolver 580 dias”.
“Não querem que a gente exista”

Considerado o presidente mais amado e querido dos brasileiros, Lula, que passou sua vida lutando, governando e militando pelo povo trabalhador, mostrou como o governo de Jair Bolsonaro busca desconstruir todas as conquistas dos últimos anos e, ao contrário das gestões petistas, governa apenas para os ricos. “É uma vergonha a disparidade desse país. A proposta de reforma tributária não planeja taxar grandes riquezas, eles querem taxar a camada mais pobre deste país. Querem dar emprego sem nenhum direito, quase uma escravidão”.

Os avanços sociais dos governos do PT reduziram a desigualdade social e ampliaram a distribuição de renda, possibilitando uma maior ascensão socioeconômica no país. Para Lula, todo esse progresso incomodou as camadas mais ricas: “Eu estou mais consciente. Eu sei que eles não querem que a gente exista. Eles não querem que o pobre entre na universidade, porque lá eles vão aprender sobre conscientização política. Nós resolvemos criar programas sociais, como ProUni, Ciências sem Fronteiras, Pronatec. O povo tem que saber que nossa briga não é só eleitoral, é também social. Nossa briga é para que as pessoas tenham maior acesso. E tudo isso incomoda a elite”.

“Eles julgaram o meu mandato”

De acordo com o ex-presidente, a operação Lava Jato é a principal ferramenta da elite para acabar com o legado dos governos petistas: “A Lava Jato está julgando o meu mandato. Eles estão tentando desacreditar os feitos do PT, e jogar toda a culpa no partido. Eles querem que daqui a alguns anos, o povo não saiba o que o PT fez. Querem privatizar tudo, até hospital. O SUS é um dos sistemas mais importantes do mundo. Quase 100% dos transplantes desse país são feitos pelo SUS”.

Por fim, o ex-presidente conversou um pouco sobre seus planos para o futuro, com sua merecida liberdade: “Companheiros e companheiras, não tenho nenhum interesse em voltar para a cadeia. Eu pretendo casar. Eu aprendi que o homem tem muito amor”, afirmou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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cruz

15/11/2019 - 13h00

Lula falou e disse, o PT é o maior partido político do país como provaram as últimas eleições, e está crescendo como mostram as últimas pesquisas, mesmo quem não seja petista como eu, há que reconhecer isso, mais cedo ou mais tarde o pesadelo bozo será extraído da vida pública como um dente podre e o povo realmente assumirá o poder. Por que os outros partidos de esquerda não se curvam a essa realidade? Preferem a divisão, enquanto os bozos da vida vão se perpetuar no poder.

Carlos Marighella

15/11/2019 - 11h40

Esse senhor tá senil… coitado.

Marcos Videira

14/11/2019 - 19h13

Frases recentes de Lula:
“O PT é o único partido do Brasil, os demais são siglas.” (quando estava preso)
“O PT não nasceu pra ser partido de apoio”. (hoje na Bahia)
“Vamos polarizar (com Bolsonaro, Dória, Caldeirão do Huck…)”. (hoje na Bahia)
Acredito que pode-se tirar três conclusões;
(1) O PT não mudou e não vai mudar nada. Lula negou outra vez a tal autocrítica, sugerida por petistas ilustres, Boulos e outros. Lula quer ocultar que ele jogou o jogo, com as regras vigentes num governo de coalizão.
(2) A hegemonia de Lula sobre o PT é de mesma natureza que a do PT sobre os demais partidos. Portanto, as alianças serão como sempre foram: as siglas subordinadas ao PT.
(3) O PT vai partir para uma revanche em 2022, repetindo a mesma estratégia eleitoral que levou Bolsonaro à vitória. A experiência vitoriosa de Cristina Kiechner está descartada. O PT vai (com Lula ou sem Lula) oferecer um menu ao povo com apenas dois pratos: PT ou Bolsonaro (ou Huck).
Mas Garrincha já dizia: “Já combinaram com os russos ?”

    Cláudio

    15/11/2019 - 02h35

    Já.


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