Por Paulo Henrique Faria
Rodrigo Maia já tem mais de 30 pedidos de impeachment de Bolsonaro na sua mesa! São requerimentos de várias representações políticas e institucionais. Do PDT ao PSL – ex-partido de Jair – até a apartidária OAB. O presidente da Câmara dos Deputados provavelmente está esperando o momento certo para aceitar algum destes.
Mas você deve estar se perguntando: Então quando isso vai finalmente ocorrer?! Bem, a minha hipótese é que deve acontecer em algum momento de julho. Isso porque será a data em que o Brasil estará no triste pico da pandemia do Coronavírus – especialistas apontam o país como próximo epicentro mundial – o que, consequentemente, acarretará em números assustadores de infectados e mortos. Manaus, Fortaleza e São Paulo já dão pistas desta tragédia.
Soma-se a isso o agravamento social e econômico de boa parte da população, uma vez que a taxa de desempregados e pessoas sem renda alguma não para de subir; E o Auxílio Emergencial?! Milhões sequer receberam a primeira parcela ainda. Logo…
Outro fator determinante para a queda de Bolsonaro no curto prazo será as vindouras revelações de Sergio Moro. No último sábado ele deu um depoimento na PF de Curitiba, que durou mais de oito longas horas. Moro, que de bobo não tem nada, sabe que tem o Zap na mão e, como tal, não deve mostrá-lo já na primeira rodada do truco, que atualmente joga com Jair Bolsonaro.
O ex-juiz e agora ex-ministro deve “matar” o presidente aos poucos. E tem ao seu lado pra isso todos os apoiadores da famigerada Lava Jato, Globo, Folha de São Paulo, Estadão, MPF e muitos políticos da “Direita Limpinha”. Ele deve vazar algumas revelações comprometedoras de interferências de Bolsonaro para o Jornal Nacional nos próximos dias e vai dar o tiro de misericórdia na CPMI, a se realizar no Congresso Nacional, tão logo.
Diante destes três importantes passos, a aprovação/popularidade presidencial deve derreter. Em pesquisa divulgada hoje pela XP, Jair Bolsonaro tem ainda 27% de bom ou ótimo. Quando o Datafolha – instituto de pesquisas mais confiável – detectar que ele baixou de 20% neste quesito de apoio e que mais de 60% afirmar ser favorável ao impedimento, será o Timing que Rodrigo Maia tanto precisa para dar início ao processo de retirada. Dessa maneira, Bolsonaro não terá base suficiente na sociedade e nem na seara política, mesmo com os novos cupinchas do “Centrão”, não poderá escapar de 2/3 dos votos contra si.
O Campo Progressista nos dias de hoje é liderado por siglas como PDT, PSB, Rede e PSOL. São eles que entram com várias e certeiras representações contra os mandos e desmandos do Governo Bolsonaro na Câmara e Senado.
Um exemplo foi a ação do Partido Democrático Trabalhista – de Ciro Gomes – que ocasionou na exclusão do capacho bolsonarista Alexandre Ramagem, da Diretoria da Polícia Federal. O Ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, acatou o mandado de segurança e rechaçou a nomeação de seu suspeito xará.
O curioso é que estas representações políticas estão alinhadas também nos pedidos de impeachment; todos enviaram os seus respectivos para o Parlamento. Ao passo que Lula, PT e o PCdoB se mostram contrários à ação e, ainda, o ex-presidente criticou na semana passada o movimento de barrar Ramagem. Por qual motivo???
Fato é que a Esquerda e/ou Centro-Esquerda brasileira se cansou definitivamente da hegemonia lulopetista e, assim, começa a seguir um caminho promissor e independente. Políticos com mandatos ou não como Ciro Gomes, Marina Silva, André Figueiredo, Weverton Rocha, Fabiano Contarato, Randolfe Rodrigues, Alessandro Molon e Marcelo Freixo ganharam um grande destaque pelas atuações incisivas para enfrentamento aos atentados contra o Estado Democrático de Direito. Será que em 2022 isso colherá frutos?
Só nos resta esperar e torcer.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!