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Ferrajoli no IREE: “Lava Jato desviou curso da democracia brasileira”

Nesta sexta-feira, 14, o professor italiano de Filosofia do Direito e de Teoria Geral do Direito, Luigi Ferrajoli, um dos intelectuais do mundo jurídico mais respeitados do mundo, disse que a operação Lava Jato alterou o caminho natural da democracia brasileira ao colaborar indiretamente com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e com a prisão […]

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Nesta sexta-feira, 14, o professor italiano de Filosofia do Direito e de Teoria Geral do Direito, Luigi Ferrajoli, um dos intelectuais do mundo jurídico mais respeitados do mundo, disse que a operação Lava Jato alterou o caminho natural da democracia brasileira ao colaborar indiretamente com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e com a prisão o ex-presidente Lula (PT) que foi impedido de se candidatar em 2018.

Ferrajoli participou do evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). Com a mediação de Walfrido Warde, o webinar teve como tema “A democracia constitucional e os seus inimigos”.

Durante sua explanação no evento, Ferrajoli afirmou que considera a decisão do Supremo Tribunal Federal que devolveu os direitos políticos de Lula além da seara política e eleitoral. “É o restabelecimento das garantias para um processo justo. Não é um ato criticável. Temos que afirmar direitos de acordo com a Constituição”, disse.

Alem de Walfrido, também participaram do evento a advogada e jornalista Paola Ligasachi, o advogado e diretor do IREE, Rafael Valim, e o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin. Para Zanin, Ferrajoli afirmou que os métodos da Lava Jato não seriam, de forma alguma, aceitos na Itália, seu país de origem.

“O que o senhor me contou é inacreditável. Até escuta de conversas aconteceu. É um ilícito grande. Na Itália, é prevista a recusa nos tribunais, daquilo que chamamos de processo ofensivo, em que os juiz se torne inimigo do réu. Isso vai contra o próprio processo do direito e torna a função de juiz ilegítima, pois traz um fator de descredito”, ressaltou.

O ex-juiz não tem dúvidas de que a Lava Jato agrediu o Estado Democrático de Direito e apontou o impedimento de Dilma, prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro como efeitos fatais na democracia brasileira.

“A campanha da imprensa promovida contra o Partido dos Trabalhadores e contra Lula, além do impeachment de Dilma são desvios. O tempo do processo foi alterado para impedir que Lula fosse candidato à Presidência. Foi uma interferência do jogo democrático”, disse.

Sobre Bolsonaro, Ferrajoli disse que “hoje vemos as consequência disso”.

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Comentários

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Paulo

17/05/2021 - 22h32

“Hoje vemos as consequências disso”: fato!

“O ex-juiz não tem dúvidas de que a Lava Jato agrediu o Estado Democrático de Direito e apontou o impedimento de Dilma, prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro como efeitos fatais na democracia brasileira”. Indiretamente, é fato (foi um golpe parlamentar comandado pelos políticos investigados. Na realidade, queriam livrar a própria cara, já que Dilma, acuada e temerosa, não os contemplava com as medidas requeridas de contenção das investigações).

O resto é narrativa…

Bandoleiro

17/05/2021 - 10h54

Era sò votar para o poste de Lula como foi em 2010 e 2014…mas isso nao aconteceu, porque os brasilerios nao fizeram isso ?

Lula nao queria se candidatar em 2018, foi obrigado quando viu que os processos contra ele estavam indo para frente e poder ter a narrativa da sentencia politica. A cada sentencia favoravel do STF Lula entra em desespero pois o empurra para uma candidatura da qual claramente nao tem nenhum interess.

Alexandre Neres

17/05/2021 - 10h49

Ora, ora. Por que esses garantistas renomados mundo afora se atrevem a dar pitaco no Brasil? Eles não entendem nada do nosso país. Nunca leram o Merval Pereira, tampouco o primoroso livro do Vladimir Netto, filho da Míriam Leitão, sobre o Moro. Não pegaram as notícias fresquinhas em primeira mão do Fausto Macedo. O bom é que não tinha investigação nenhuma, já vinha tudo da fonte. Por anos a fio, acompanhamos os dutos do esgoto dos quais jorravam dinheiro em pleno JN.

Basta de mimimi! Por que Guardian, Le Monde e New York Times não vão se informar direito? Ora bolas, foi a maior roubalheira que houve no mundo inteiro. Será que não acompanharam as notícias?


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