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Coronel da PMDF aproxima generais do banco dos réus

Hoje foi dia do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, prestar depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), as declarações do coronel são de trincar catedrais e tornar ainda mais inevitável uma CPI do Congresso Nacional para apurar a responsabilidade de generais no caos do […]

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Imagem: TV Câmara Distrital/Reprodução

Hoje foi dia do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, prestar depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), as declarações do coronel são de trincar catedrais e tornar ainda mais inevitável uma CPI do Congresso Nacional para apurar a responsabilidade de generais no caos do 8J e os episódios que o antecederam.

Ele afirma que militares do Exército dificultaram a ação da PM impedindo não só a prisão de criminosos mas também impedindo até mesmo a corporação de entrar nos prédios invadidos!

Em outro momento o coronel afirma que foi ao acampamento do QG do exército em Brasília e que “tinha uma linha de choque do Exército com blindados. Eles não estavam voltados para o acampamento, mas sim para a PM”. E vai mais além!

Em determinado momento o deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF) questiona se houve a orientação de militares para que não fosse realizada a retirada dos acampamentos golpistas, ele então afirma que ainda em dezembro o comando do exército fez, por duas vezes, a orientação para que não fossem desmontados os acampamentos.

A afirmação do coronel derruba uma falácia que contrário do que os militares alegam, o orientação para não desmontar os acampamentos não foi só dada na noite do 8 de janeiro sob pretexto de que seria para evitar tumultos. Mas era uma orientação do comando do exército com viés de dar guarida aos criminosos. Em outro momento ele afirma que numa inspeção de do acampamento golpista colocado pra fora pela equipe do coronel Roma, do Gabinete de Segurança Institucional, durante o depoimento o coronel apontou que por diversas vezes foi impedido de realizar o seu trabalho e até mesmo agredido verbalmente por membros das forças armadas.

Vale lembrar que ainda em 11 de novembro de 2022 os comandantes das três forças assinaram uma nota conjunta chancelando e dando guarida para os acampamentos golpistas.

O depoimento do coronel Naime coloca a cúpula do exército no centro do 8 de janeiro afinal de contas, a questão aqui é muito simples e objetiva:

A hierarquia nas forças armadas virou poeira e temos uma instituição fortemente armada com cada um dos seus membros fazendo o que bem entendo ao redor do país ou então então cada um dos episódios relatados não só pelo coronel mas por toda a imprensa brasileira, aconteceram com o beneplácito da cúpula das forças armadas!

Acho difícil que a hierarquia – tão prezada pelos generais – tenha se desfeito no vento feito poeira, se teve coronel, sargento, tenente e ate mesmo soldado afrontando PMs e dando guarida aos criminosos na esplanada, fizeram isso com a ciência de que teriam respaldo da cúpula militar.

Afinal de contas, o único militar punido pelas forças armadas até o momento por envolvimento no 8 de janeiro foi o coronel da reserva do Exército, Adriano Camargo Testoni, os crimes? Indiciado pelos crimes de injúria contra integrantes do Alto Comando da Força Terrestre e por ofensa contra as Forças Armadas. Punições que visam justamente coibir a quebra de hierarquia, vejam só que coisa!

Mas ainda restam perguntas. Os militares ou qualquer pessoa mais sensata sabe que dificilmente o então recém-empossado Lula seria derrubado do poder por uma horda de alucinados. Dificilmente sairia dali um golpe, porém, assistindo a CPI da CLDF eu começo a ficar convencido de que a grande expectativa era sim de que Lula decretasse uma GLO.

GLO que foi sim sugerida por José Múcio, Ministro da Defesa, que alegou ter amigos e parentes nos acampamentos e que seguidas vezes tenta evitar falar sobre responsabilização de militares criminosos de forma incisiva.

Por isso desconfio da sua proatividade em apresentar uma PEC para mandar para a reserva militares que disputarem eleições, os motivos eu listei em artigo anterior (clique aqui).

Essa semana os militares de baixa patente já haviam afirmado: “quem tumultuou foram os generais”.

É definitivamente preocupante.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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