Padilha revela: Lula escolhe Fufuca e Silvio Costa Filho como novos ministros

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (4) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tomou a decisão de nomear os deputados André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara, e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para ministérios em seu governo. O ministro, no entanto, não especificou quais pastas eles irão assumir. “O presidente já decidiu trazer esses dois parlamentares que representam bancadas importantes no Congresso. Além disso, eles podem atrair outros parlamentares e convidá-los para ocupar postos ministeriais”, afirmou.

Padilha falou com jornalistas após um encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, também conhecido como Conselhão, que ocorreu em Belém (PA). Esse evento foi realizado como preparação para a Cúpula da Amazônia, que reunirá os presidentes dos países que abrangem partes da floresta em seus territórios, juntamente com convidados. Essa cúpula está programada para os dias 8 a 9 de agosto.

No entanto, existe incerteza sobre quais ministérios os dois congressistas irão liderar. Lula terá que fazer mudanças em sua equipe ministerial ou dividir pastas. Tanto o PP quanto o Republicanos demonstraram interesse no Desenvolvimento e Assistência Social, que abrange o Bolsa Família, bem como nos ministérios dos Esportes e de Portos e Aeroportos. No entanto, o PT não pretende abrir mão do maior programa social do governo e planeja explorar outras possibilidades.

A demora em resolver essa situação tem causado frustração entre os integrantes dos partidos que compõem o Centrão. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e um dos principais líderes desse grupo, indicou que a votação do novo marco fiscal pode ser adiada até que as mudanças na Esplanada dos Ministérios sejam definidas.

Padilha destacou que o governo obteve conquistas significativas no Congresso no primeiro semestre, como o avanço da reforma tributária. No entanto, ele ressaltou a importância de fortalecer ainda mais a equipe. Segundo o ministro, Lula retomará as negociações com os partidos após retornar de sua viagem à região Norte, onde terá compromissos oficiais até a próxima quarta-feira (9 de agosto). O presidente partiu nesta sexta-feira para Parintins (AM), onde participou do relançamento do programa Luz para Todos.

“Embora não seja possível realizar uma agenda na próxima semana, certamente retomaremos as conversações pessoalmente. A decisão do presidente Lula é trazer essas forças partidárias para o governo, contribuindo para a aprovação de projetos. Ele concluirá essas discussões e fará os convites necessários”, afirmou.

O ministro elencou diversas prioridades para o segundo semestre, incluindo a conclusão da votação da reforma tributária no Senado e, se necessário, novamente na Câmara; a votação do marco fiscal; a aprovação do Orçamento de 2024; a aprovação de projetos de microeconomia, como aqueles relacionados ao aumento da oferta e redução do custo do crédito; a aprovação da nova lei do salário mínimo; a aprovação de projetos ligados à educação; e a aprovação de projetos relacionados à transição ecológica, como o novo marco para o mercado de créditos de carbono.

No mês de julho, como parte de seus esforços para angariar apoio no Congresso, o presidente Lula oficializou a nomeação de Celso Sabino (União Brasil-PA) como responsável pelo Ministério do Turismo. Naquela ocasião, Lula alegou que essa mudança ocorreu a pedido do partido União Brasil. O presidente também antecipou que outras adaptações poderiam ser negociadas com diferentes legendas.

Nesta quinta-feira (3), durante uma série de entrevistas em emissoras de rádio da Amazônia, o líder petista confirmou que haverá alterações, mas não entrou em detalhes sobre quais áreas ou quantas modificações serão feitas. Ele indicou que essas decisões serão tomadas após o término da Cúpula da Amazônia, marcada para a semana seguinte.

“Eu vou fazer ajustes no governo porque nós temos interesse em construir maioria, para que até o final de 2026 a gente possa votar as coisas importantes de interesse do povo brasileiro. A troca de ministros não pode ser vista como uma coisa absurda, uma coisa menor. Nós temos partidos importantes que querem participar do governo, fazer parte da base, então vamos conversar”, afirmou.