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Células neonazistas duvidavam das eleições presidenciais em grupos no Telegram, indica Abin

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou grupos neonazistas e de supremacistas brancos nos esquemas de disseminação de fake news sobre a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro – ideologias que desencadearam os ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro deste ano. Segundo a Abin, os grupos em questão […]

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou grupos neonazistas e de supremacistas brancos nos esquemas de disseminação de fake news sobre a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro – ideologias que desencadearam os ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro deste ano.

Segundo a Abin, os grupos em questão participavam de chats em aplicativos de mensagem, como o Telegram, que contestavam sem evidências o resultado das eleições presidenciais de 2022, que levaram à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

“Até o pleito eleitoral de 2022, não se identificava histórico de envolvimento sistemático de grupos supremacistas e neonazistas com pautas políticas ou manifestações. Apesar disso, em monitoramento de grupos virtuais utilizados para disseminação de conteúdo supremacista na conjuntura eleitoral, observou-se aumento da interação e da visualização”, disse a Abin. A instituição indica que, após as eleições, células neonazistas e extremistas surgiram com mais engajamento nas redes sociais.

A agência governamental elaborou os documentos entre 25 de novembro e 1º de dezembro do ano passado e, em seguida, os encaminhou para a Polícia Federal e à Polícia Civil do Rio Grande do Sul. As provas mostram cinco comunidades no Telegram que somavam cerca de 2.800 membros que discutiam e fomentavam “narrativas de deslegitimação” das instituições eleitorais do país.

Material de grupo neonazista e supremacista apreendido em operação da Polícia Civil do RS — Foto: Reprodução/Polícia Civil do RS

Em julho deste ano, as organizações de segurança realizaram uma operação para combater discursos de ódio difundidos nos grupos em questão. Três pessoas foram presas e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita e Novo Hamburgo em detrimento das investigações do caso.

“Eles (grupos nas redes sociais) guardam relação com várias destas células extremistas, inclusive com os materiais e folders que apreendemos”, declarou a delegada titular da Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, Tatiana Bastos.

Os grupos neonazistas e extremistas eram palco de suspeitas infundadas de frases nas urnas, divulgação de bloqueios em rodovias federais e disseminação de panfletos sobre a “luta contra comunistas”.

“Alguns grupos neonazistas demonstram interesse em associar narrativas supremacistas a movimentos de contestação dos resultados eleitorais e adotam discursos que dialogam com pautas de outros movimentos para recrutar novos adeptos e promover ações violentas contra autoridades, instituições e agrupamentos antagônicos”, continua o relatório.

Um dos grupos identificados como “Resistência Sulista 1 Divisão” foi criado em 3 de outubro de 2022 no Telegram, mas as primeiras mensagens circularam apenas no dia do segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro do mesmo ano.

Nele, foram publicados vídeos que ensinam técnicas de fabricação de armas de fogo em impressoras 3D: “Esse é um canal com vários diagramas de armas 3D, baixem, imprimam e passem para frente”, dizia a legenda da postagem.

A Abin mencionou, também, outro grupo com o nome “Soldati Della Luce” (Soldados da Luz), criado em 31 de outubro de 2022. Essa comunidade se descrevia como “milícia digital” e, entre referências racistas, dizia que havia sido criado para “defender a raça branca”. Um dos principais pontos do grupo eram as críticas contra a criação do Ministério da Igualdade Racial do governo Lula.

Os grupos eram usados para discutir ataques a autoridades públicas. Em uma das mensagens, um dos integrantes solicitava uma lista de “possíveis alvos com nome e endereço completos”. Para a agência, as articulações extremistas no período pós-eleição eram estratégias de oponentes para arregimentar novos membros e “promover ações violentas contra autoridades”.

“Além de sinalizar tendência de radicalização, demonstram interesse em associar narrativas supremacistas a movimentos de contestação dos resultados eleitorais e adotam discursos que dialogam com pautas de outros grupos para recrutar novos adeptos e promover ações violentas contra autoridades, instituições e agrupamentos antagônicos”, afirma a Abin.

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