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PGR desafia Barbosa: “jurisprudência do STJ deve ser aplicada”

Só quero ver o que os coxinhas psicóticos vão falar. A notícia, publicada no jornal amado deles, deixa bem claro que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, contestou diretamente Joaquim Barbosa, presidente do STF. Para Janot, a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça, que vigora há 15 anos, deve ser aplicada. Os presos da Ação Penal […]

22 comentários
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Só quero ver o que os coxinhas psicóticos vão falar. A notícia, publicada no jornal amado deles, deixa bem claro que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, contestou diretamente Joaquim Barbosa, presidente do STF.

Para Janot, a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça, que vigora há 15 anos, deve ser aplicada. Os presos da Ação Penal 470, assim como qualquer preso sentenciado ao regime semi-aberto no Brasil, tem direito a trabalho externo.

Barbosa representa o medievo. O sonho iluminista era que não houvesse mais prisões. E que o máximo possível das sentenças fossem convertidas em penas alternativas, cumpridas em liberdade. Apenas cidadãos que representem perigo para a vida de outras pessoas precisariam ficar presos, e não em jaulas. Essa é a tendência nos países mais avançados e é o que você ouvirá em seminários internacionais de direito penal.

Enquanto não é possível aplicar um direito penal mais avançado e humanista no Brasil, temos que interpretar as leis de maneira responsável, sempre cuidando para jamais  haver retrocessos. Numa democracia, aceita-se uma interrupção provisória no avanço da legislação referente aos direitos humanos e à liberdade, mas jamais um recuo. O que Barbosa fez, ou está tentando fazer,  derrubar uma jurisprudência penal existente há quinze anos, e que pode prejudicar milhares de presos em todo país, e isso num sistema que está sobrecarregado, é de uma irresponsabilidade que deveria lhe valer o impeachment.

Sabemos que o maior obstáculo para o avanço nos direito penal, no mundo inteiro, é o preconceito do povo, que alimenta um sentimento de vendeta arraigado há milhões de anos. Alguns séculos de civilização ainda não conseguiram extirpá-lo. Mas cabe aos homens cultos, esclarecidos, defender um direito penal humanista. Em se tratando de magistrados de uma corte suprema, a obrigação de contrapor um humanismo esclarecido, magnânimo e contramajoritário aos preconceitos do vulgo é ainda mais premente. Por isso Joaquim Barbosa é tão nocivo. Ele usa o seu poder de influência para insuflar os preconceitos mais vulgares, mais perigosos, mais antigos do povo. E com ajuda de uma mídia totalmente enlouquecida pelo desejo de aniquilar o PT e voltar ao poder.

No caso da Ação Penal 470, Barbosa foi mais que medievo, foi criminoso, porque ocultou provas (inquérito 2474) e aumentou, confessadamente, a pena de alguns réus para que não prescrevessem. Isso não existe! O réu não pode pagar pela lentidão do Judiciário, até porque o tempo em que ele espera seu julgamento não é de liberdade, é um tempo de angústia e sofrimento, sobretudo no caso dos réus do mensalão, que expiaram um castigo midiático jamais visto no país. Tornaram-se bodes expiatórios de uma mídia sem caráter, que os condenou para vender a tese da “quebra de um tabu”, conforme explicou ontem um colunista do Globo, sem perceber que esse é um argumento pró-linchamento. Quinhentos anos de corrupção política jamais poderão ser expiados com um julgamento farsesco. Ninguém pode ser condenado porque é preciso “quebrar um tabu”.

Na verdade, os réus do mensalão foram condenados num esforço para manter muitos outros, verdadeiramente culpados, livres, leves e soltos. Onde estão os réus do mensalão tucano? Soltos, a maioria com prescrição vencida, com julgamentos marcados para primeira instância. Onde estão os réus do mensalão do DEM? Soltos. O principal deles, José Arruda, é candidato líder ao governo do DF.

*

PGR defende direito ao trabalho externo de José Dirceu e Delúbio Soares

Caso deve ser decidido pelo plenário do Supremo e não há previsão para o julgamento

POR CAROLINA BRÍGIDO, NO GLOBO
06/06/2014 17:15 / ATUALIZADO 06/06/2014 18:36

BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou dois pareceres ao Supremo Tribunal Federal (STF) recomendando que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ambos condenados no processo do Mensalão, obtenham autorização para trabalhar fora do presídio. Delúbio chegou a trabalhar por quatro meses na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mas teve o direito revogado pelo presidente do STF e pelo relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa. No caso de Dirceu, ele sequer obteve o benefício.

Com o parecer em mãos, Barbosa deverá levar o caso ao plenário. Não há previsão de quando isso vai acontecer. Para negar ou revogar o benefício, o ministro argumentou que os condenados ainda tinham cumprido um sexto da pena e, por isso, não poderiam sair para trabalhar. Com esse mesmo argumento, o ministro revogou o direito também em relação a outros seis condenados no Mensalão.

“De fato, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem concluído, acertadamente, pela prescindibilidade do cumprimento do lapso temporal mínimo de um sexto da pena para a concessão do trabalho externo ao sentenciado em regime inicial semiaberto”, escreveu o procurador.

No parecer, Janot afirma que a interpretação do STJ considera que não há nada expresso na lei que impeça a concessão do trabalho externo a presos do semiaberto. “O entendimento baseia-se, essencialmente, em critério de razoabilidade na interpretação das normas de execução penal, e ainda na inexistência de previsão legal expressa do entendimento do requisito temporal para o regime semiaberto, dando azo à interpretação de que a este é inaplicável”, argumentou.

Delúbio foi condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção ativa e cumpre pena em Brasília. O salário dele na CUT era de R$ 4,5 mil. A autorização para o trabalho foi concedida pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal. Barbosa revogou a decisão sem que houvesse recurso contra ela.

Dirceu foi condenado a sete anos e onze meses de prisão, pena que também cumpre em Brasília. Ele recebeu proposta de trabalho do advogado criminalista José Gerardo Grossi. Dirceu organizaria a biblioteca do escritório de Grossi e se dedicaria a pesquisas jurisprudenciais, além de realizar serviços administrativos. O salário seria de R$ 2.100.

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Adma Viegas

08/06/2014 - 15h20

Roque Silva Matos, o que você tem a dizer sobre o mensalão tucano? Por que os criminosos (como você diz) mensaleiros do PSDB estão impunes e seu processo foi devolvido para a primeira instância? Pelo prazo, vai prescrever.

Gostaria de saber a sua opinião sobre o assunto, já que você é tão defensor de Barbosa e se diz tão preocupado com a corrupção.

Libertad Martinez

07/06/2014 - 23h17

Y se modifico mucho tambien , no da para hacer milagres, que tal el Pueblo se responsabilizar por educar mejor los filhos, pensar em se organizar mejor para dejar de quejarse e cooperar……………..

Libertad Martinez

07/06/2014 - 23h17

Y se modifico mucho tambien , no da para hacer milagres, que tal el Pueblo se responsabilizar por educar mejor los filhos, pensar em se organizar mejor para dejar de quejarse e cooperar……………..

Libertad Martinez

07/06/2014 - 23h13

No aguanto más coxinhas y petralhas!!!!!!!!!!!!!!!!!

Libertad Martinez

07/06/2014 - 23h13

No aguanto más coxinhas y petralhas!!!!!!!!!!!!!!!!!

Messias F. de Macedo

07/06/2014 - 20h13

O brasileiro e sua crença na “imprensa ética, factual e apolítica”

sab, 07/06/2014 – 12:20 – Atualizado em 07/06/2014 – 16:28

Sergio Troncoso

“A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”
– prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

O grande problema que vejo nessa questão sobre como a mídia age, é constatar que o brasileiro médio acredita que ela é isenta, “fiscaliza” o governo, quer o bem de toda sociedade, e é imperiosa para a democracia. O paradigma é o jornalismo americano!
(…)
Eu acredito que o papel da imprensa enquanto agente de informação possível, voltado realmente para a cidadania, ciência e entretenimento, só se dará com pulverização, ou seja, fim dos oligopólios, monopólios, fim da propriedade cruzada, e uma lei de direito de resposta clara e rápida (aliás o capitalismo também fica melhorzinho assim).
O jornal PODE E DEVE ter opinião, isto deve sempre ficar claro, mas meu texto é crítico ao leitor médio que PENSA que as notícias que lê são a mais pura expressão da verdade, mas NÃO SÃO. O brasileiro médio acredita na “imprensa isenta, factual e apolítica”, um condicionamento adquirido em virtude do analfabetismo funcional e ausência de senso crítico do populacho mediano. O leitor brasileiro precisa elevar seu grau de senso crítico (e isso é difícil sem a já famosa educação), parar de acreditar em lorotas e meias verdades.

(…)
O ideal é que se vá desde a “grande” imprensa, até a pequena como os vários blogs existentes na internet, que são pouco produtores de conteúdo, visto não disporem de grandes recursos financeiros, mas muitas vezes conseguem “furar” o pensamento único da velha imprensa, com “checagens” e pesquisas facilmente acessíveis após a “abertura da caixa de pandora” efetuada pela reportagem “com viés”. Quer seja, é sempre necessário checar outras fontes e ângulos, ouvir a outra parte DANDO O MESMO ESPAÇO, etc.
Enfim para que se alcance um bom grau de progresso cidadão e civilizatório no Brasil, é necessário que se desenvolvam políticas públicas educacionais que vão além da escola voltada para o mercado, com o devido reforço nas disciplinas da área de humanas tais como filosofia, história, sociologia, antropologia, e a devida “polida” no português, principalmente aprender a interpretação de textos. Sei que os “tecnicistas” torcem o nariz para essas ideias, mas conheço ótimas pessoas com sólida “formação técnica”, talvez acostumados demais com pensamento cartesiano, que não fazem a menor ideia do quanto são enganados por “verdades” de mentira.

Por Sérgio Troncoso

FONTE: http://jornalggn.com.br/blog/sergio-t/o-brasileiro-e-sua-crenca-na-imprensa-etica-factual-e-apolitica

ou aqui:
http://jornalggn.com.br/blog/sergio-t/o-brasileiro-e-sua-crenca-na-imprensa-etica-factual-e-apolitica

Roque Silva Matos

07/06/2014 - 22h33

Nada demais ….. eu tbm votei, defendi muito, esperei e o que vi foi um agir corrupto, tal qual os outros. Isso se chama decepção !!!! Isso se chama cansar de ter a sétima economia do mundo e não ter escolas, não ter saúde e não ter segurança !!!!!!

O Cafezinho

07/06/2014 - 22h30

Roque Silva Matos Gilmar Mendes não é “partidário”? Vai sonhando…

Alexsandro Fiscina

07/06/2014 - 22h21

Ao que me consta JB nao saiu Diogenes. E o procurador esta correto.

Roque Silva Matos

07/06/2014 - 22h21

Por acaso decisões monocráticas não são previstas em diplomas legais ???? … esperem que qdo o Lewandowski assumir as coisas vão ficar como vcs querem !!!! Aliás, os criminosos do mensalão não foram condenados pelo pleno do STF, onde está o respeito pela maioria dos votos ??? Esquecem que só se livraram absurdamente da formação de quadrilha, qdo elementos partidários foram presenteados com o cargos de ministros ??? Esquecem que o Toffoli está na mais alta corte do país e foi reprovado duas vezes em concurso para juiz, e que o grande mérito dele foi ser advogado do PT ??? …. me poupem …. o povo tá acordando !!!!!!

Renecéya De Mello Assis

07/06/2014 - 22h20

Já passou da hora da jurisprudência do STJ ser aplicada.
Basta de falhas, principalmente se prejudica o acusado.

O Cafezinho

07/06/2014 - 22h15

Diógenes de Oliveira Barbosa ainda é presidente. Sai apenas no fim do mês.

O Cafezinho

07/06/2014 - 22h14

O STF tem que se curvar ao bom senso, à constituição e, sobretudo, ao plenário. Não é decisão monocrática de seu presidente, que deve sempre consultar seus pares.

Roque Silva Matos

07/06/2014 - 22h13

Quanta aberração !!!! Desde quando o STF se curva ao STJ ??? Agora é o ovo que põe a galinha ??? rssssssss

Francisco Milton Da Silva Neto

07/06/2014 - 22h09

Eles só ruminam…

Diógenes de Oliveira

07/06/2014 - 21h46

Eu, sinceramente, não me recordo de Janot “peitando” Joaquim Barbosa quando este ainda era presidente do STF. Agora, que ele saiu… Devia ter reafirmado a jurisprudência na vigência de JOCA como presidente da mais alta Corte Jurídica do país.

Miguel do Rosário

07/06/2014 - 18h45

Testando anexação de imagem.

Renecéya De Mello Assis

07/06/2014 - 21h20

Já passou da jurisprudência do STJ seja aplicada.
Basta de falhas, principalmente se prejudica o acusado.

O Cafezinho

07/06/2014 - 21h09

O PIG sempre serve, caro Jose Roberto quando se trata de jogá-lo contra ele mesmo. É uma lei das artes marciais: usar a força do adversário contra o próprio.

Jose Roberto

07/06/2014 - 20h51

Agora o PIG serve


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