Menu

O que significa a vitória de Rodrigo Maia

Deputado do DEM foi eleito com apoio da antiga oposição a Dilma Rousseff; aliado de Temer, Maia indica que não será hostil a Cunha na Carta Capital A vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados representa o triunfo da antiga oposição à presidenta afastada Dilma Rousseff. Eleito com o apoio do […]

6 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Brasília - O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, com 285 votos. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Deputado do DEM foi eleito com apoio da antiga oposição a Dilma Rousseff; aliado de Temer, Maia indica que não será hostil a Cunha

na Carta Capital

A vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados representa o triunfo da antiga oposição à presidenta afastada Dilma Rousseff. Eleito com o apoio do PSDB, do PPS, do PSB e, obviamente, do DEM – além de setores do PT –, Maia coloca partidos tradicionais no centro do poder e garante sobrevida à própria sigla.

O primeiro compromisso do novo presidente da Câmara foi uma visita ao presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na manhã desta quinta-feira 14. Após o encontro, Maia disse que o tucano foi fundamental para sua vitória.

“Eu não podia deixar de, assim que saísse de casa, visitar quem construiu comigo na base essa vitória. E essa vitória eu devo, claro, a todos, mas na origem ao senador Aécio Neves, que foi quem, por ter sido presidente da Câmara e por conhecer o processo legislativo, me ajudou a compreender e costurar as alianças”, disse Maia.

Aécio retribuiu a gentileza e disse que a eleição do deputado do DEM “oxigena a política brasileira”. Nos bastidores é dito que o apoio do PSDB foi condicionado ao apoio do DEM para uma candidatura tucana em fevereiro de 2017, quando o novo presidente da Câmara será eleito para um mandato de dois anos.

Embora não fosse o favorito de Michel Temer (PMDB), a eleição de Maia também agrada o presidente interino. O Planalto temia uma vitória do peemedebista Marcelo Castro (PI), que foi ministro da Saúde de Dilma e estava alinhado com o PT. Oficialmente, Temer afirma que não interferiu no processo, mas o governo agiu para levar Maia e Rogério Rosso (PSD-DF) para o segundo turno – e conseguiu.

Nesta quinta-feira, Maia afirmou que vai trabalhar pela união da base de Temer. “Hoje nós temos uma base do governo, com 400 deputados. Não vamos separar mais a base entre a antiga oposição e o chamado ‘centrão’. Isso gerava divisões desnecessárias e atrapalhava o Brasil. Vamos trabalhar em conjunto com os líderes para que o governo tenha uma base unida. Ninguém é do bloco A ou do bloco B. Temos um projeto de governo e a base precisa trabalhar junta”, disse.

Entre as prioridades da pauta na Câmara o presidente da Casa citou a agenda econômica e temas da reforma política, esta última um pedido de Aécio, que entregou a Maia uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê, por exemplo, o fim das coligações proporcionais.

Rodrigo Maia votou a favor do impeachment, mas isso não impediu que ele tivesse o apoio de petistas. O PT chegou a prometer votos ao deputado do DEM no primeiro turno, mas acabou apoiando a candidaturas de Marcelo Castro, que votou a favor de Dilma. Em um de seus discursos, Maia disse que “sem a esquerda não venceríamos esta eleição”.

Em sua página no Facebook, o senador petista Lindbergh Farias (RJ) criticou o apoio de setores progressistas ao candidato do DEM. “Eu não consigo entender como alguém de esquerda fica feliz com a vitória de Rodrigo Maia”, disse. “Rodrigo Maia é do DEM. Vai votar pela retirada de direitos dos trabalhadores”, continuou Farias.

Eduardo Cunha

Bloco criado para dar suporte ao ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, o “centrão” sai enfraquecido da disputa na Câmara. Formado por 13 partidos (PP, PR, PSD, PTB, PRB, PSC, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN, PTdoB e Solidariedade) que somam quase 220 deputados, o grupo lançou Rogério Rosso (PSD-DF) à presidência da Casa, mas a constatação de que este seria o homem de Cunha prejudicou a candidatura do “centrão”.

Um dia depois de ver seu candidato derrotado, Cunha sofreu mais um baque. Nesta quinta, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou todos os recursos do peemedebista, abrindo o caminho para que seu processo de cassação seja julgado no plenário.

A derrota de Cunha na CCJ foi acachapante. O relatório do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), que recomendava a devolução do processo ao Conselho de Ética, foi derrubado por 48 votos contra 12.

A ação segue agora para o plenário e, como a votação é aberta e Cunha é réu em dois processos diferentes STF por corrupção, dificilmente ele vai conseguir um número suficiente de deputados para votar por sua absolvição.

Logo após a vitória, Rodrigo Maia disse que pautará o pedido de cassação no dia em que o plenário estiver com “quorum adequado”. Embora já tenha sido aliado de Cunha, Maia rompeu com o então presidente da Casa quando este decidiu apoiar André Moura (PSC-SE), candidato do “centrão”, para a liderança do governo Temer na Casa, posto almejado pelo deputado do DEM.

Apesar da desavença, Maia já deu indícios de que não será hostil a Cunha e disse que ele foi “talvez o melhor presidente” da Casa. “Eu ajudei a eleger presidente da Câmara o Eduardo Cunha contra um candidato do PT. O presidente Eduardo Cunha no plenário foi talvez o melhor presidente que nós tivemos, colocava para pautar a Câmara, mas acho que talvez tenha sido poder demais”, afirmou Maia.

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Marcos Augusto Neves

15/07/2016 - 18h02

Mais do mesmo. Estamos perdidos, o neoliberalismo está pronto para ser instaurado, aguardem.

    W SOARES

    15/07/2016 - 21h31

    Um neoliberalismo zumbi que assusta até os cardeais do FMI

      Marcos Augusto Neves

      16/07/2016 - 02h16

      É meu amigo Soares, é o Estado minimo. Já percebeu quantos judeus estão tomando conta da economia? Não sou antissemita, mas prepare-se! O dinheiro para programas sociais agora vai para o mercado financeiro, onde “eles” tomam conta.

Mario

15/07/2016 - 14h07

PQP PQP PQP PQP PQP. Este é meu comentário, sem mais.

Thila Rocha

15/07/2016 - 13h54

Também acho. Eles venceram. Golpe de Mestres.Da quadrilha.

Tercio

15/07/2016 - 10h26

Setores do PT apoiaram … PQP !!!!


Leia mais

Recentes

Recentes