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A necessária crítica de Wanderley Guilherme

(Foto: Leo Pinheiro / Valor). O professor Wanderley Guilherme dos Santos, como sempre, dá uma aula de lucidez. É lamentável pensar que temos tão poucas pessoas, no poder (nem falo do executivo, mas no judiciário, no MP, nos próprios partidos), com esse nível de comprometimento autêntico com a razão. Wanderley faz uma crítica consistente e […]

21 comentários
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(Foto: Leo Pinheiro / Valor).

O professor Wanderley Guilherme dos Santos, como sempre, dá uma aula de lucidez.

É lamentável pensar que temos tão poucas pessoas, no poder (nem falo do executivo, mas no judiciário, no MP, nos próprios partidos), com esse nível de comprometimento autêntico com a razão.

Wanderley faz uma crítica consistente e dura, inclusive, à esquerda, que ele acusa de discutir os problemas com “linguagem de botequim”.

Neste ponto, todavia, discordo levemente da semântica usada pelo professor, porque vejo aí um certo preconceito acadêmico contra a retórica popular do debate político. A política sempre foi discutida, em todas as épocas, em linguagem de botequim.

Entendo, porém, o que ele quer dizer. E concordo que há um problema de linguagem. Não é que a gente tem de abandonar o botequim, mas sim respeitá-lo mais, ao botequim, ou seja, melhorar o nível do debate que lá travamos.

Apenas xingar os adversários de golpista e fascista não está adiantando, mesmo que eles efetivamente o sejam. Nem adianta apenas termos a razão histórica, como eu acho que temos e como o próprio Wanderley acha que tem. A razão precisa ser convertida em linguagem.

A entrevista foi dada ao jornal Valor. Segue o fác-símile dela. Previsivelmente, a entrevista é escondida furiosamente pelo próprio Valor. Não há uma mísera menção na capa, pelo menos até agora, 12:54 de sábado. Nem o link dele eu consegui encontrar.

Ela está no Caderno Estilo, o qual, no caso do Valor, quase ninguém lê. Encontrei somente um link de um incompreensível resumo em vídeo lido pela entrevistadora.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Ricardo Porto

05/03/2018 - 21h28

Caro Miguel, li a entrevista do professor Wanderley no próprio sábado, um amigo me enviou. Respeito muito o professor pelo passado. Mas me parece que ele dá uma bola fora. Me lembrou alguém de um tempo analógico perdido no tiroteio digital. Tenta encontrar lógica na guerra. É uma guerra o que estamos vivendo – guerra pela narrativa, guerra de ações que ignoram a lógica de respeito às constitucionalidades. O país se dissolveu enquanto identidade comum e ele, parece, busca referência… nos militares. Oi? É talvez o segmento mais atrasado e retrógrado entre todos. E que “acaso” é esse? O que sempre ditou os caminhos é luta e mobilização, ação política. Você acha mesmo que o Lula não sabe que pode ser preso? O professor diz que o PT não aceita outro candidato. Quem não aceita o Lula é a direita fascista. O povo, tenha ou não consciência do que está rolando, boa parte vota nele. O PT está na disputa pela narrativa. Tem que mostrar para o mundo a perseguição. Isso é política. Não é matéria de universidade. O buraco é bem mais embaixo. A luta é também contra o sistema que pretende aniquilar o pensamento de esquerda no país. Desculpe, mas ele é coerente com a sala de aula. Na rua e no cenário político ninguém pode posar de bonzinho. As eleições de 2018 não estão garantidas. A guerra está deflagrada. O Lula não vai agora tirar o time de campo em favor “de um nome de consenso.” Tá louco? Enquanto tem bambu, tem flecha. A conversa de plebiscito é muito bonita no papel. Infelizmente, vai ter que entrar como programa partidário para depois das eleições. Nessa conflagração, ele acha que há tempo pra discutir plebiscito? Outra coisa: indicar FHC como ator de centro. Caraca… O cara cada dia aponta prum lado e dá um tiro. Vai que cola. Não tem nenhuma penetração na sociedade. Quem ouve o FHC hoje? Só gente da terceira idade, que ainda o vê como referência de estabilidade. Nem o empresariado o segue. Ignorar o Bolsonaro como ator do processo é desconhecer o racha social promovido pela elite do país. Se estiver na rabeira, ela vai de Bolsonaro sim. Joga no quanto pior, melhor. Foi assim no impeachment.

Mar

05/03/2018 - 08h51

Cuidado pessoal com as armadilhas. De forma sutil, pensamentos de puro interesse dos golpistas estão sendo introduzidos na blogosfera. Veja bem este cara bate em alguns golpistas, mas só por disfarce o foco principal desta matéria se encontra logo no início:
” Wanderley Guilherme dos Santos defende eleições com OU SEM LULA”
” Nenhum personagem da política brasileira fica em pé ante o seu tirocínio. Wanderley Guilherme vê vulgaridade em todo lugar. Do vampiro da Tuiuti à intervenção no Rio, mas NADA O IMPACIENTA MAIS DO QUE A TEIMOSIA DO PT EM DESQUALIFICAR UMA DISPUTA ELEITORAL SEM o EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA.
E ainda reclama do fato de Lula falar grosso contra o judiciário golpista ao dizer que não aceitaria ter sua candidatura impedida para que o candidato golpista possa ter chance.
Quero dizer que esta análise dessa gente coaptado para difundir o objetivo da direita além de NÃO ser necessária é totalmente dispensável. Qualquer um que defenda uma eleição sem LULA não merece o mínimo de credibilidade, defende os interesses golpistas.

Miguel, o blog é seu e você tem todo direito de dizer o que quiser e também de escolher quem você quer que participe dele, porém a partir do momento que você começa a censurar comentários que não são ofensivos e que apenas questiona a matéria, você já não pode divulgar seu blog como espaço democrático, pois você não está mais aberto ao contraditório. Lamento que você esteja mudando sua postura. Este será meu ultimo cometário aqui, pois notei que você já começou a fazer parte da blogosfera controlada pelo sistema golpista. Não vou te julgar, trata-se de uma questão de sobrevivência do seu blog. Estamos em um estado de exceção não é verdade?

Renato Argôllo de Souza

04/03/2018 - 18h01

A democracia e o fortalecimento do Estado precisam ir além das palavras e desencadear fatos

A realidade mostra esquerda, direita e “centro” divididos. E sem diálogo “intracorrentes” e “entrecorrentes”, ou “intralegendas” e “entrelegendas”. Cada qual arquitetando como alcançar o poder. Como se isso fosse a meta suprema, inquestionável. Não se fala (e suspeita-se que não é pensado) como governar, como liderar ações transformadoras que alavanquem o progresso socioeconômico e, principalmente, sobre que ações são efetivamente necessárias e urgentes ou prioritárias para a alavancagem. Daí que o tempo está ficando muito curto para elaborar uma plataforma, um programa e oferecê-los aos cidadãos bem antes das eleições, para que possam emitir juízo crítico e orientar correções. É preciso pressa, pois.

Os partidos políticos com os seus candidatos a candidato à presidência poderiam, individualmente (ou em aliança de correntes ideológicas e programáticas), construir e propor um projeto à nação, submetê-lo à crítica do eleitorado, da sociedade. Em um segundo momento, e ao mesmo tempo que em que o divulgam e captam as reações, devem buscar o diálogo entre eles (partidos e candidatos) para analisar, conjuntamente, as afinidades e divergências entre as distintas plataformas, as contribuições da sociedade e construir uma plataforma comum, ou um projeto multipartidário.

Com o projeto comum, a ser submetido novamente à nação, cada partido – e a população brasileira – conhecendo o perfil dos candidatos, poderá melhor avaliar quem ou quais candidatos reúnem mais condições para executar o projeto. Esse procedimento pode reduzir as muitas “candidaturas de aluguel”, favorecer alianças partidárias em bases sólidas, reduzir os custos das eleições e, principalmente, garantir um projeto político realmente transformador e progressista de que tanto o Brasil precisa.

Utopia? Talvez. Imaginar que esse diálogo é impossível é fazer juízo precipitado. O que falta? Que as lideranças políticas responsáveis marquem imediatamente, e para realização já, a primeira reunião para começar esse diálogo e construir uma agenda com tal propósito. E que essa discussão seja levada também de imediato às demais organizações políticas e sociais e se estimule a criação de novos foros de discussão e de canais de comunicação entre os atores.

Renato Argôllo de Souza
Em 4/3/2018.

Antonio Passos

03/03/2018 - 21h40

Só discordo da visão de Wanderlei sobre a importância de Lula para o Brasil. Não há caminho para o país que não passe pela JUSTIÇA para Lula, pela vitória de Lula sobre as forças golpistas. Não há caminho alternativo que contemple a tolerância com o massacre e o alojamento de Lula. O PT NÃO tem outro caminho senão lutar por Lula.

julio barbosa

03/03/2018 - 20h06

Achei interessante quando ele fala que a esquerda fala a linguagem de botequim. Será que é por isso que eles acham os pobres um monte de cachaceiros desorganizados e sem valor intelectual nenhum. Será que foi por este motivo que o povão que ele se refere ( bolsa familia) viu a Dilma cair como uma fruta podre e não sabia nem o que estava acontecendo, ao contrario da direita de camisa da seleção brasileira, que foi as ruas e depois iam tomar seus chops no Leblon.

Messias Franca de Macedo

03/03/2018 - 19h30

… Ah, e quando a política é adredemente desmoralizada…
Na há vazio na política!
Não sendo as togas, são as fardas!

$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

GENERAL MOURÃO ANUNCIA FRENTE DE CANDIDATOS MILITARES
Ao passar para a reserva, comandante que defendeu golpe militar diz à revista Piauí que vai articular candidaturas fardadas ao Congresso, assembleias e Executivo

Por jornalista Fábio Victor
28/02/2018
(…)

FONTE: http://piaui.folha.uol.com.br/general-mourao-anuncia-frente-de-candidatos-militares-nas-eleicoes/

JOHN JAHNES

03/03/2018 - 18h33

MARCINHO VP – Traficante preso dá a dica:>
https://www.facebook.com/Falandoverdades.com.br/videos/1576242725824375/
ALCKMIN=NEY SANTOS – PCC = PSDB
https://www.youtube.com/watch?v=EjQu-ouQZOc
https://www.youtube.com/watch?v=cTjCDW5oE44

Francis

03/03/2018 - 18h30

A esquerda que a direita gosta.

    Aliança Nacional Libertadora

    03/03/2018 - 20h21

    Esse é Ciro…

Ro

03/03/2018 - 17h43

Meio bizonha essa entrevista.

FHC como herói de uma tragédia grega é de matar.
FHC está apoiando o candidato da globo porque está preocupado com o país e com a Constituição??? Valha-me deus, enquanto em FHC só se percebem boas intenções, o PT é desastrado e ao que parece só age com intenções eleitoreiras.

E Boulos e Ciro, sinceramente, não são o problema do PT e não vejo grandes problemas do PT com essas figuras. Não sei porque essa insistência em dizer que o PT não quer outros candidatos de esquerda, é meio calhorda ficar repetindo isso enquanto Ciro Gomes detona o PT e Lula sempre que pode.

Como que uma escola de samba falando e fazendo política é vulgar? Então a crítica só é bem vinda dos grandes especialistas, ou dos próprios políticos?

Talvez o problema da esquerda brasileira esteja mais no elitismo e na covardia de seus intelectuais do que nas conversas de botequim e nas escolas de samba.

Ze

03/03/2018 - 17h29

TL:DR

Messias Franca de Macedo

03/03/2018 - 14h57

… Ao repreender o presidente Lula por não aceitar a decisão [criminosa] da “Justiça”, o catedrático professor Wanderley Guilherme dos Santos manifesta o narcismo e a gelidez dos intelectuais “acostumados a não [não!] pisar no barro concreto das lutas populares!

    Messias Franca de Macedo

    03/03/2018 - 15h09

    … Agora, num ponto nevrálgico e agudo, o emérito professor Wanderley Guilherme dos Santos demonstra um discernimento magistral:
    se o presidente Lula for preso, a reação popular será bisonha!
    O matuto velho também tem esta, digamos, convição!
    O consórcio nazigolpista talvez mito mais que nós todos!

    EM TEMPOS DE BARBÁRIES TROPICAIS:
    eu lamento temer que o jurista Sepúlveda Pertence tornar-se-á (sic) o congênere Tucano José Eduardo Cardozo do presidente Lula!

      Messias Franca de Macedo

      03/03/2018 - 15h09

      Ajuste
      O consórcio nazigolpista talvez muito mais que nós todos!

        Messias Franca de Macedo

        03/03/2018 - 15h18

        … Permito-me ousar tentar entender um pouco a, digamos, cautela do egrégio intelectual Wanderley Guilherme dos Santos:
        o tarimbado professor percebe a iminência de um golpe militar no Brasil!
        Olívio Dutra, Rui Pimenta e tantos outros já manifestaram de forma mais explícita esta preocupação razoabilíssima!
        (…)
        Cenário vislumbrado pelo matuto velho:
        Raul Jungman nomeado presidente civil sob a égide de um regime militar!
        A conferir as nossas platitudes e profecias!

          Messias Franca de Macedo

          03/03/2018 - 15h59

          Golpistas trabalham para revogar a Constituição e consolidar a corrupção da Lava Jato
          Por egrégio e impávido jornalista e escritor Osvaldo Bertolino – O Outro Lado da Notícia
          https://www.youtube.com/watch?v=HxL5GwlWVeQ

      Messias Franca de Macedo

      03/03/2018 - 15h31

      Ajuste
      … Convicção… (em vez de … ‘convição’…)

    Messias Franca de Macedo

    03/03/2018 - 15h56

    O presidente Lula dando aula de política a jornalista da folha!
    https://www.youtube.com/watch?time_continue=95&v=4hQQjk-M7Fk

    Messias Franca de Macedo

    03/03/2018 - 19h32

    Retificação

    … narcisismo… (em vez de … ‘narcismo’…)

Reginaldo Gomes

03/03/2018 - 14h35

Concordo com tudo , exceto 2 itens:
1-) O professor afirma que o Senador Renan ao recusar cumprir uma decisão judicial , prejudicou o funcionamento das instituições. O que é exatamente o contrário , porque o poder político é superior ao poder judiciário . Judiciário não tem voto, ele é complementar e acessório do poder político. Seria quebra de hierarquia, o senador agiu com sabedoria e “PROTEGENDO ” o funcionamento das instituições.
2-) O professor critica o Lula por ter afirmado que não aceitaria uma decisão do judiciário proibindo ele ser candidato. Oras, uma pessoa que tem certeza absoluta que é inocente, vai aceitar uma decisão que ele é culpado? Só se for doido!!! Tiver um parafuso a menos na caxola!

Mirtes

03/03/2018 - 13h44

Legitimidade na eleição com ou sem Lula? Não dá para acreditar neste homem tão diligenciado por Miguel. Dá não. Impublicável qualquer argumento daqui.


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