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A omissão da CNBB diante do arbítrio

Jeferson Miola       A 56ª Assembléia Geral da CNBB teve início dia 11 de abril, apenas 4 dias após a prisão política do ex-presidente Lula. Tendo como tema “Diretrizes para a formação de presbíteros”, a Assembleia da CNBB reuniu quase 500 bispos da igreja do Papa Francisco durante 10 dias, até 20 de abril, […]

22 comentários
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Jeferson Miola      

A 56ª Assembléia Geral da CNBB teve início dia 11 de abril, apenas 4 dias após a prisão política do ex-presidente Lula.

Tendo como tema “Diretrizes para a formação de presbíteros”, a Assembleia da CNBB reuniu quase 500 bispos da igreja do Papa Francisco durante 10 dias, até 20 de abril, na cidade de Aparecida/SP.

Muito chama atenção a mensagem da conferência nacional dos bispos do Brasil ao povo de deus, publicada ao término do evento.

O conteúdo anódino da mensagem contrasta com a realidade de injustiça, exclusão social, sofrimento humano, miséria, desemprego e perseguição política derivada do golpe de Estado e da ditadura jurídico-midiática que devastaram o país.

A mensagem registra que “Vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB”, e esclarece que “A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, […]”.

Apesar de reivindicar que “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”, a CNBB não fez nenhuma menção a episódios que se enquadram no que seriam critérios de posicionamento pastoral da entidade, como o assassinato da Marielle e do Anderson, os atentados contra a caravana do Lula, a escalada da violência no campo, o genocídio de pobres e mulheres, a fascistização do Brasil e a farsa jurídica da prisão política do Lula.

Em clara alusão à participação de Dom Angélico Bernardino [bispo emérito da Diocese de Blumenau] no encontro ecumênico realizado no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo em 7 de abril em homenagem a Dona Marisa, a mensagem frisou que “A Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos”.

Em 1964, setores conservadores da Igreja Católica hegemonizaram o posicionamento oficial da CNBB de apoio ao golpe civil-militar que destruiu a democracia, pois significava a graça da “Virgem de Aparecida ter escutado os clamores do povo e livrado o Brasil da ameaça comunista” [Frei Betto, Igreja Católica e o Golpe de 1964].

Como diz Karl Marx no 18 Brumário de Luís Bonaparte, a história se repete, a primeira vez como tragédia; a segunda, como farsa.

Diante das Diretrizes da CNBB para a formação de presbíteros, só resta a esperança de que o Papa Francisco haverá de ter compaixão para com o povo brasileiro.

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Comentários

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Marcelo

25/02/2020 - 12h04

Esse éo texto mais bosta, mais imbecil, que jáli nos ultimos tempos. E embora saibamos que a igreja católica no Brasil, esteja infestada de dementes marxista, que parecem ainda viverem no século IX, não deve e nem deveria estar coadunada com esse pensamento, por tantas vezes já condenado por vários pontífices ao longo da história.
“O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. João 18:36”

Márcio Martins

30/04/2018 - 23h31

Durante a guerra civil espanhola esta turma se aliou com os franquistas…nenhuma novidade!

Jochann Daniel

30/04/2018 - 23h14

Embromam embromam,
Mas, estão bem de vida.
E, afinal seu Patrão, o Vaticano,
é dono de colégios (Santo Inácio, Santo Agostinho, etc)
E universidades (PUC, etc.)
E hiospitais (São FRancisco, São Vicente, etc.)
Enormes lucros.
Adivinha se vão lutar,
por um Brasil realmente civilizado,
em que educação e saúde
são exercidos
pelo Estado.?
Entendam quem tem capacidade de entender.
Estou já sem paciência.
Desculpem, é tanto tsunami contra…..
Sorry….

Airoldi Lacroix Bonetti Júnior

30/04/2018 - 22h36

Era esperado, pois na história da igreja católica vários crimes contra a humanidade foram cometidos em episódios tristes,que só pedir perdão não adiantará nada, não passa de um grande negócio muito dinheiro e imóveis, então nada mais justo que cobrar impostos, como todo o povo brasileiro paga,e se vai a Deus sem o intermediário corrupto e criminoso,que se escondem atrás de batinas,”Pai perdoai vos eles não sabem o que fazem”… Será?!!!

Das Geraes

30/04/2018 - 22h13

Eles gostam de dizer que Jesus fez opção pelos pobres. Concordo. Mas, Quem fez foi Jesus. Eles, não! Essa história de que estão do lado dos humildes é conversa pra boi dormir. Deveriam insuflar a população a reagir à exploração pelo capital, mas ficam em cima do muro gozando das riquezas da igreja. Quando penso que escravizaram os índios e impuseram goela abaixo o cristianismo, colaborando para o seu extermínio. Quando penso que assistiram passivamente à escravidão dos negros. Quando penso que não moveram uma palha para evitar o genocídio na África pelos brancos europeus. Quando penso que nada fizeram para salvar os judeus na segunda guerra mundial. Nada espero dessa gente que fala de Deus. O meu Deus não tolera tamanha falsidade.

baltazar pedrosa

30/04/2018 - 19h05

Esses pedófilos sempre estiveram de mãos dadas com os opressores,isso quando eles mesmo não eram os opressores,todos aqueles que buscaram ficar do lado do povo,foram perseguidos,que diga os seguidores da teoria da libertação e o papa Francisco.

Elena

30/04/2018 - 18h57

Mas saiu no blog do Esmael Morais um post com o seguinte título: “A imprensa é um partido, diz a CNBB”. Diz o post: “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou carta aos bispos da Igreja Católica afirmando que a imprensa é dominada por monopólios econômicos e atua como partido político — o ‘Partido do Ódio’. A imprensa, dominada por oligopólios econômicos, atua em uníssono como um partido político, a impor uma “verdade única” e a insuflar a radicalização dos discursos de ódio. As redes sociais se transformam num patíbulo. A carta da CNBB coloca na conta da velha mídia golpista a escalada de ódio, violência e divisão do país”.
https://www.esmaelmorais.com.br/2018/04/a-imprensa-e-um-partido-diz-a-cnbb/

    Geraldo

    02/05/2018 - 09h04

    Amigo,

    quando a Igreja denuncia e seu membros são mortos, nossos amigos de esquerda se calam também… falar da Instituição e generalizar é fácil… defendo a esquerda e suas bandeiras e também defendo a Igreja e suas bandeiras…sempre dentro daquilo que minha consciência permite… inconciliável? NÃO… Há duas semanas pelo menos 3 padres foram assassinados, 2 no México e 1 nas Filipinas… Por que será? Julgar a Igreja por ela ter escolas e hospitais é fácil.. quero ver ir às ruas e dormir com os pobres, e lavar suas feridas… Óbvio que o ideal é a mudança estrutural… mas enquanto ela não vem, vamos fazer o quê? Protestar enquanto nossos irmãos nas ruas morrem de fome e frio? Amigos, o tempo áureo o PT, e seu porto seguro, foi no momento das CEB`s… E a Igreja não ter partidos…isto é óbvio… e discordo de um aspecto da reportagem… A fala da CNBB pode não ter sido somente para calar a voz profética de Dom Bernardino… ou os amigos esqueceram-se da fala do ex-bispo de Aparecida, ao criticar o Lula… nenhum bispo individualmente pode falar em nome da CNBB… Abraço a todos… em Cristo… ( #lulalivre)

Pedro Ribeiro

30/04/2018 - 18h41

Igreja é apenas comércio.
Pequenas igrejas, grandes negócios.
Basta ver a quantidade de pastores deputados. Todos golpistas.

Admar

30/04/2018 - 17h45

A religião e usada como opio para anestesiar suas ovelhas…!

Admar

30/04/2018 - 17h44

Se Jesus vivesse nesses dias, muitos líderes eclesiasticos seriam expulsos das igrejas via chicote…!

ari

30/04/2018 - 17h34

A alta idade média, a igreja chegou a ser a maior proprietária de terras da Europa. Sempre ao lado da realeza e da nobreza, matou, perseguiu e torturou. No processo de colonização portuguesa, a cruz convalidava os canhões. No Brasil, nunca teve uma palavra contra a escravidão dos negros. Foi um dos responsáveis pela guerra de Canudos (o Gal. Artur Oscar foi recebido com Te Deum solene em Salvador após o massacre dos sertanejos). Perseguiu o Pe Cícero – que não deixava de ser um coronel – só se interessando por ele após sua morte e na disputa por seu imenso patrimônio. Apoiou 64 e o golpe atual e mantêm em suas fileiras figuras como o Pe. Paulo Ricardo, o malafaia católico. Claro, tudo em nome de Jesus, o misericordioso. Esperar o que dessa instituição? Existem exceções individuais, masque não passam disso, exceções

Sebastião Candido

30/04/2018 - 16h50

Essa omissão explicar porque a igreja católica está acabando.
Mas, o clero não vê.
.

Antonio Passos

30/04/2018 - 15h55

A igreja tupiniquim apresenta uma clara marcha a ré nos últimos tempos. De repente o golpe foi “jogado pra baixo do tapete” e ressurge o blá blá blá hipócrita, sempre disfarçado sob argumentos abstratos e distorcidos. Como tudo no Brasil parece estar regredindo ao século XIX, talvez a nossa igreja tenha aderido à tendência.

jose carlos lima

30/04/2018 - 15h03

O velho Marx já disse e isso continua valendo: Igreja, Judiciário e midia foram a superestrutura, encarregada de fazer a cabeça do povo…

vitorf

30/04/2018 - 14h48

Quando o prefeik de são Paulo inventou a ração de produtos vencido pra pobre , tinha gente se eu não me engano da cnbb apoiando !

    ari

    30/04/2018 - 17h21

    O cardeal de SP, figura da direita (extrema?) da igreja

HOCUS POCUS

30/04/2018 - 14h03

Discordo enquanto esta posição dos batinas seja surpreendente.
Eles só repetem o que foram historicamente ao longo dos séculos ,o braço “espiritual” o “contato com deus” das elites.Nada além disso fora as exceções que deveriam ser a regra duma doutrina marcadamente favorável a justiça social e a igualdade .
OS HIPÓCRITAS DE BATINA OU QUE VESTEM TERNOS E GRAVATAS ,COMO TODA SEITA ,ESTÃO PREOCUPADOS COM SEUS INTERESSES PESSOAIS ,MATERIAIS ,DE CLASSE..
CONCRETAMENTE ( e já que falamos em “religiosos) POR MIM PODEM IR TODOS PRO QUINTO DOS INFERNOS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Carlos Augusto De Bonis Cruz

30/04/2018 - 13h58

Qtos padres passarão por torturas, mortes, assassinatos, para a Igreja se posicionar? Se ela não tem atuação política pq pessoas em cargos importantes na instituição “abençoaram” o governo subversivo e seu capo? Qtos mortos/torturados precisarão para o acordar da Igreja de Cristo?

Raga Simp

30/04/2018 - 13h58

É esse esse post lembra de coisa muito importante para a conjuntura que vivemos: a CNBB puxou o tapete de Lula, não deu nenhuma declaração e não assumiu posicionando contra a injustiça que o massacrou nos últimos meses. O governo de Lula foi o mais generoso com a Igreja Católica na história do país. É traição da grossa. Não dos “setores de direita” da Igreja. No Brasil não tem isso. A igreja só tem uma posição: usar os movimentos sociais para ostentar poder popular e entregar as cabeças populares à guilhotina da repressão toda vez que a repressão der as caras. Mas a Igreja deixou plantados dois nomes para representá-la (o gnomo smurffiano Leonardo Boff e o sabujo escriturário da Globo, Frei Beto). Quando as coisas desanuviarem, a igreja católica voltará com a maior cara de pau com a ensebada e repulsiva Ave Maria de Gounod. Que falta faz um Voltaire! “Esmagar a infame!”

Rodrigo Roal

30/04/2018 - 13h29

Lamentável a omissão pecaminosa da CNBB diante dos descaminhos brasileiros. Errar uma vez é humano. Duas vezes, nesse caso, é diabólico. Se estivesse vivo, Deus não iria gostar nada disso.

antonio carlos

30/04/2018 - 13h01

Como católico praticante.concordo com a análise.cnbb foi omissa! Á considerar o tratado do Brasil com a Santa sé no governo Lula e o respeito que sempre teve com a igreja católica.lamentavel….


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