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O dia que me choquei com a beleza da mulher mais sábia

Tive a sorte de ter uma pergunta respondida pela Mulher Mais Sábia do Meteoro, na entrevista que o canal deu ao Normose. Perguntei sobre o tema educação: se o Álvaro e a Ana – dupla responsável pelo canal – se enxergavam como educadores modernos. Indaguei isso pois tenho visto o alto crescimento do streaming na […]

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Foto: Youtube

Tive a sorte de ter uma pergunta respondida pela Mulher Mais Sábia do Meteoro, na entrevista que o canal deu ao Normose.

A pergunta se desenvolve a partir do tempo 1:15:00. Recomendo toda a entrevista, tá bem bacana!

Perguntei sobre o tema educação: se o Álvaro e a Ana – dupla responsável pelo canal – se enxergavam como educadores modernos. Indaguei isso pois tenho visto o alto crescimento do streaming na formação das pessoas, jovens e adultos, e tenho tentado entender esse fenômeno.

Na verdade, vivo um grande conflito com isso: tenho receio que percamos o afeto real vindo do contato presencial entre professores e alunos com o crescimento da internet. Entretanto, não canso de aprender com os canais que ando consumindo.

Materiais de altíssima qualidade estão sendo produzidos. Sons, Imagens, edições, falas e roteiros estão cada vez mais inteligentes, atraentes e belos.

Aqui um adendo: enxergo a Beleza como a lua alta no poema de Fernando Pessoa (Ricardo Reis): inteira, nem mais nem menos.

Para ser grande, sê inteiro: nada

        Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

        No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

        Brilha, porque alta vive.

Para ser grande, sê inteiro – Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

Ana me respondeu, com aquela tranquilidade que lhe é peculiar, que não tinha a pretensão de educar, mas que sabia que, uma vez comprometida a informar, levaria o material com a responsabilidade de quem sabe que pode educar.

Fantástica.

Na boa, me senti como se eu mesmo tivesse pegado aquela nuvenzinha do Super Mario e ido falar com ela.

Sempre interpretei que “sê inteiro” era “viver o que diz” como canta Teatro Mágico na música Zaluzejo. Viver por completo: vícios, virtudes, medos e esperanças lançando em cada movimento da sua vida, em cada lago que (não) brilhamos.

Assim, Ana e Álvaro – e Normose também – parecem se entregar por inteiro em suas obras, das tristezas as alegrias, e, por isso, podem se conectar realmente com as pessoas e educá-las, mesmo sem querer.

Eles trabalham com a beleza.

E o belo é como um impulso: atinge todas as frequências. Uma delas acaba entrando em ressonância conosco. Nessa brincadeira, a beleza sai conectando tudo por aí.

Fiquei, portanto, mais de boa depois da resposta. Enquanto tiverem pessoas fazendo arte com plenitude, com a responsabilidade que os canais falaram, a verdade factual vai ganhar cada vez mais corpo. E assim poderemos trazer alguma luz ao obscurantismo

Por fim, pessoalmente, posso dizer que eles que eles educam sim. Diversos outros canais no Youtube também (menção honrosa ao Antídoto). Sinto como se eles fossem síntese do nosso tempo: comunicam com as ferramentas do presente sem perder o acúmulo do passado. Atualmente, aprendo muito com eles.

Vejam, por exemplo, o vídeo que os dois canais produziram juntos, sobre comunicação não violenta e neutrelidade.

A Girafa, como a lua de Pessôa, se mantém distante o suficiente para brilhar em diversos lagos.

Obrigado Homem Mais Simples e Mulher Mais Sábia.

Ahhhhhhhh!! E Zaluzejo é uma música inteira!

P.s: Fiquei com vontade de escrever um paralelo sobre o Meteoro de Ana e Álvaro com o “planeta melancolia” do filme Melancolia do Lars Van Trier. Fica a nota pra próxima.

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Tadeu Porto

Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil

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Ioiô de Iaiá

23/10/2019 - 08h38

Muito bom. As artes, a estética e as ciências humanas têm sido historicamente negligenciadas e ainda mais nesse momento obscuro que vivemos. Elas estão fazendo muita falta. É bom levantar o olhar e ver além dos horizontes estreitos. Fundo musical sugerido: “Sei lá, Mangueira”, do Paulinho da Viola.
Abraço


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