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Kassab: voto impresso é medida absurda de quem está armando para criar tumulto em 2022

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, explicou ao G1 porque os presidentes de 11 partidos de centro decidiram fazer campanha contra o voto impresso. Segundo Kassab, a discussão para a implementação de uma urna que imprima o voto “faz parte de todo um processo de questionamento da apuração das eleições em 2022”. Ele disse […]

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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, explicou ao G1 porque os presidentes de 11 partidos de centro decidiram fazer campanha contra o voto impresso.

Segundo Kassab, a discussão para a implementação de uma urna que imprima o voto “faz parte de todo um processo de questionamento da apuração das eleições em 2022”.

Ele disse ainda que os líderes dos partidos de centro irão “trabalhar pra que aqueles que, eventualmente, venham a estar armando pra questionar as eleições pra criar tumulto não sejam bem-sucedidos nos seus objetivos.”

Por fim, ele chamou o projeto de “medida absurda” e defendeu a integridade e a confiança das urnas eletrônicas.

Além dos 11 partidos de centro, PT e PSOL também já se manifestaram contra o projeto do voto impresso. O PCdoB ainda não se manifestou claramente, mas Manuela D`Ávila, que foi candidata a presidência da república pelo partido em 2018 (antes de se integrar a chapa do PT), deu declarações fortes contra o voto impressso em entrevistas, sinalizando o que deve ser a posição da legenda. O PSB aparentemente está dividido. Dentro do campo da oposição progressista, apenas o PDT é voz favorável ao voto impresso.

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Para assistir ao vídeo da Globo, clique na imagem abaixo:

Abaixo, um trecho da entrevista de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, partido dos prefeitos Alexandre Kalil (Belo Horizonte) e Eduardo Paes (Rio de Janeiro), ao G1.

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(…)

Por que houve a decisão dos partidos de serem contra a impressão do voto?
Realmente houve essa reunião e estamos muito preocupados com a discussão. Fica claro que isso faz parte de todo um processo de questionamento da apuração das eleições em 2022. Até porque as urnas são seguras, elas tem sido auditadas em todas as eleições, estão passando por todos os critérios de avaliação. Não tem sentido a gente questionar o resultado com tanta antecedência. Quantas vezes num fechamento do dia há discrepância do que está no caixa e dos dados eletronicamente disponíveis? Muitas vezes esses erros são falha humana. Num caixa do banco, alguém que era pra dar 100 reais deu 90, alguém que não checou o troco. Pois bem, numa urna apurada, dois sistemas de apuração. Primeiro: o sistema humano está sujeito a fraude. Está sendo tentado com muita antecedência questionar o resultado das eleições. Eu não tenho nenhum constrangimento em dizer que eu estou muito preocupado e a minha experiência me diz que: o cheiro não é bom. Com tanta antecedência questionar a eleição, organização de movimentos, questionamento de urnas… oras, vamos nos precaver. Porque a democracia não pode ser negociada. Ela é baseada no voto e na seriedade da nossa apuração.

É cheiro de quê? Golpe? Anarquia armada?
Primeiro, suposição minha, espero estar errado, mas a experiência me leva a crer que é cheiro de questionamento. De questionamento por antecedência do resultado das eleições. E não há nenhum motivo pra haver esse questionamento. Tivemos várias suposições, denúncias ao longo desses anos de plantação do voto eletrônico e em nenhum momento foi verificado nenhuma sugestão de fraude, desvio, irregularidade. Essa é a nossa preocupação. Felizmente, os partidos estão atentos. É evidente que nessa reunião uma serie de contribuições vão surgir para aperfeiçoar o sistema, nessa própria reunião surgiu a discussão de maior transparência, não na apuração, mas no sistema de auditagem. Não um questionamento moral, mas é para que os partidos e a sociedade possam enxergar como é feito o sistema de auditagem, que existe isso. São percentualmente selecionadas algumas urnas que fazem esse sistema de auditagem. Não que seja uma caixa preta, que é um termo muito duro e incompatível com a seriedade do sistema eleitoral, mas é algo que traz ansiedade, um pouco de insegurança no sentido de falta de conhecimento, então isso é uma demanda muito importante levada à Justiça Eleitoral para que os partidos possam formalmente, através de lei ou de alguma medida semelhante, acompanhar as auditagens que são realizadas desde o primeiro ano e têm apuração eletrônica, e a sociedade também possa ter plena consciência de como isso acontece. E outras medidas de aperfeiçoamento que têm sido adotadas eleição após eleição, então vamos trabalhar pra que aqueles que, eventualmente, venham a estar armando pra questionar as eleições pra criar tumulto não sejam bem-sucedidos nos seus objetivos.

Há resistência no Congresso a essa proposta?
Mesmo que houvesse uma maioria pra aprovar essa medida absurda, imagina uma apuração com 2 sistemas, mas mesmo que houvesse aprovação, não há tempo hábil pra que a gente possa comprar urnas compatíveis com esse novo modelo, para que a Justiça Eleitoral se prepare para esse novo modelo. Para as eleições esse ano, não haveria tempo hábil. Eu tenho dito sempre, partindo do princípio que exista boa-fé, que não acredito, nas ponderações, nas manifestações em relação aos questionamentos dessa urna, não é fácil abandonar uma e voltar pro voto impresso. O que não dá é pra conviver dois sistemas paralelos. Agora eu, no início da minha carreira, convivi com o voto impresso, e eu posso afirmar pra vocês que é quase impossível no Brasil, nos dias de hoje, com as dificuldades que a gente tem, voltar ao voto impresso. Aí, sim, o risco de fraude é muito grande, porque a fiscalização é muito difícil, mas muito difícil mesmo.

(…)

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