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Artigo: Rússia, Ucrânia e o Jogo de Xadrez

Por Valério da C. Oliveira “Der Krieg ist eine bloße Fortsetzung der Politik mit anderen Mitteln”.*Karl von Clausewitz * A guerra é a continuação da política por outros meios. O jogo de xadrez foi criado, muito provavelmente, no sul da Ásia pelos tempos em que Jesus pregava aos Galileus e chegou às planícies dos rios […]

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crédito: Mikhail Klimentyev / SPUTNIK / AFP - Handout / UKRAINE PRESIDENCY / AFP

Por Valério da C. Oliveira

“Der Krieg ist eine bloße Fortsetzung der Politik mit anderen Mitteln”.*
Karl von Clausewitz

* A guerra é a continuação da política por outros meios.

O jogo de xadrez foi criado, muito provavelmente, no sul da Ásia pelos tempos em que Jesus pregava aos Galileus e chegou às planícies dos rios Dnieper e Volga no alvorecer do séc. X, momento em que o príncipe Vladimir, do Canato de Kyjevan, havia vencido seus oponentes para, em seguida, converter-se ao cristianismo ortodoxo.

Nascia a Rússia que conhecemos hoje, centralizada inicialmente na cidade de Kiev, atual Ucrânia. Desde então, o amor pelo xadrez e a fé cristã contribuíram para formar o cimento da identidade nacional do povo russo.

Na Rússia moderna o jogo de xadrez é numa espécie de esporte “patriótico”, como o futebol no Brasil ou o badminton na China, arrastando multidões a campeonatos e torneios. Há, inclusive, dezenas de revistas e programas televisivos especializados.

Trata-se de um jogo de pura estratégia, reconhecido mundialmente por desenvolver as faculdades cognitivas de raciocínio lógico-matemático. Um jogador de xadrez tem suas habilidades, ou a falta delas, reconhecidas já nas jogadas de abertura. Os russos são os senhores absolutos em campeonatos mundo afora.

Faço esta pequena introdução para alinhavar a seguir algumas nuances que tem escapado aos analistas da imprensa independente e à boa parcela do campo progressista, os quais, nesta crise ucraniana, comumente tem se revelado vítimas de análises equivocadas e previsões das mais tresloucadas, por estarem contaminados pela máquina de propaganda da imprensa hegemônica e por carência de um conhecimento mais aprofundado da história e da alma/cultura russas.

I.    Dos eventos pregressos

A operação especial russa que está ocorrendo na Ucrânia neste momento, e que tem nos eletrizado, está muito, mas muito longe de ser a imagem monstruosa que a imprensa hegemônica vende. Seria ela a ação prepotente de um oligarca malvado contra um povo indefeso, que poderia arrastar a comunidade internacional para uma guerra de proporção mundial? Nada mais inocente e maniqueísta, como veremos.

Para quem acompanha a trajetória de Vladimir Putin, deve ter prestado atenção ao seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em 2000, ao nascer do novo século e logo após sua assunção ao cargo de presidente da Rússia.

Para entendê-lo, devemos antes lembrar da ação criminosa da OTAN na Iugoslávia, em 1999, um ano antes portanto, e o pesado bombardeio por longos 57 dias da cidade de Belgrado, inclusive com o uso de munição radioativa. Naquela ocasião, no glorioso país dos “eslavos do sul”, o império levou a cabo sua segunda experiência de guerra híbrida, hoje amplamente conhecida e que pode ser estudada nos manuais da RAND Corporation.

Voltando ao discurso, Putin disse que a ONU e seu Conselho de Segurança já não dispunham “de instrumentos jurídicos suficientes e eficazes” que permitissem “superar adequadamente as crises internacionais e regionais”. Para um bom ouvinte, suas preocupações com a segurança coletiva da Europa e do mundo já se faziam ouvir.

Vieram, então, a invasão norte-americana do Afeganistão (2001), do Iraque (2003), da Líbia (2006-2016), da Síria (2014-2016), etc. No caso do Iraque, a coalizão liderada pelos norte-americanos abusou até da boa-fé internacional ao lançar mão de uma mentira descarada para justificar o ataque: o Iraque possuía armas de destruição em massa.

Então, sem o consentimento do Conselho de Segurança, invadiram o Iraque, destruíram toda sua infraestrutura, bombardearam prédios de valor histórico incalculável, saquearam objetos históricos, as reservas de ouro e mataram ou mutilaram mais de milhão e meio de Iraquianos, a maioria civis.

Alguns anos depois, fomos brindados pelo Wikileaks com imagens assustadoras, dentre outras, de adolescentes sendo arrancados de dentro de suas casas e fuzilados na rua! Mas isso você não viu na imprensa hegemônica.

Esse era o mundo unipolar que assombrava Putin ao chegar à presidência. O mundo de McNamara, do fim da história e do excepcionalismo branco norte-americano, a poder tudo, pouco temer e nada ouvir. Era o mundo da nova OTAN, esse clubinho de escoteiros e bons samaritanos, que ao longo dos últimos 25 anos vem avançando sua guerra híbrida em direção das fronteiras russas.

Posteriormente, em 2003, 2006 e 2015 voltaria ele a discursar na ONU, sempre batendo no mesmo bordão, de que o mundo precisava de um novo arranjo jurídico internacional que trouxesse segurança e paz a todos, algo como um tratado de segurança coletiva. Nestas intervenções, suas palavras foram claras: “Vocês não estão querendo nos ouvir. Vocês precisam nos ouvir!”. Contudo,  excepcionalistas egocêntricos costumam ser surdos.

A tina começou a transbordar quando a guerra híbrida chegou à Ucrânia, em 2014, fomentando e financiando grupos de extrema direita, alguns deles de caráter neofascista, a usar abertamente símbolos nazistas e banderistas.

Tudo desaguou no golpe de estado violento e no massacre sistemático de opositores e dos povos dos oblasts do leste, do Donbass. Desde então, Putin tem se esforçado em apaziguar o país, promovendo encontros e discussões que conduziram aos acordos de Minsk, assinados, mas jamais honrados pelo regime fascista de Kiev.

Há que se dizer, a esta altura, que, para qualquer conhecedor de um mínimo de história, a semelhança entre o que estava acontecendo nestes últimos anos na Europa e o que acontecera nos anos 1930 estava saltando aos olhos.

Naquela época pré II Guerra Mundial, preocupados com a ascensão de Hitler, os líderes da URSS se esforçaram demais por um tratado de segurança coletiva para a Europa, sem sucesso.

Por mais violência que o regime nazista impusesse, por mais que sua “obra prima”, o Mein Kampf” expusesse, por mais que os discursos do ariano demente mostrassem, por mais que os discursos de Stálin alertassem, eles não não ouviam, não queriam ouvir. Deu no que deu. Coincide estranhamente que Stálin hoje seja mais demonizado que Hítler, assim como Putin é o campeão que atrai toda sorte de difamação.

De 2014 até hoje, houve uma “limpeza política” na Ucrânia, com a proibição dos partidos do campo democrático e progressista e o assassinato de seus líderes. Os que não foram eliminados, tiveram que se exilar. Igualmente, no Donbass, bombardeios e sabotagens eram observados quase que diariamente, mormente sobre escolas e hospitais, algo que jamais sensibilizou a imprensa, inclusive a independente.

Ao longo destes 8 anos, cerca de 15 mil civis foram massacrados, a maioria crianças e adolescentes. O ato inicial desses crimes contra a humanidade teve lugar em Odessa, cidade histórica, palco da rebelião do Encouraçado príncipe Potenkin, em 1917.

Durante o golpe de 2014, um protesto pacífico contra os atos de exceção do novo governo foi reprimido por grupos neofascistas, dentre eles o Pravvy Sektor e o Femmen. Muitos correram da violência gratuita e se refugiaram na Sede dos Sindicatos, que foi inclementemente incendiado, levando à morte dezenas de pessoas. Os que escapavam pelas janelas, eram mortos a pauladas na rua. Uma cena de barbárie digna dos filmes de Quentin Tarantino.

II.    A Rússia se preparando em silêncio

Voltando à trajetória de Putin, chegamos ao ano de 2017. Neste ano, no discurso de final de ano à Duma, o líder russo apresenta a nova geração de armas russas, entre elas os impressionantes mísseis hipersônicos e o torpedo supercavitante, e escancara uma realidade capaz de tirar o sono “de estado profundo” do estado profundo.

As primeira reações da imprensa ocidental a esta apresentação foram de chacota, afirmando serem mentiras. Nada mais infantil e patético. Para quem conhece a alma russa, sabe que eles não blefam. Russos jogam xadrez e são os mestres da estratégia, norte-americanos jogam pôquer e são os reis do blefe. Entretanto, a parte mais importante do seu discurso e que passou batida aos ouvidos moucos do mundo foi esta, ao final: “Vocês não queriam nos ouvir, agora, terão de ouvir”! O recado era claro: a Rússia já estava preparada, detinha agora as peças brancas e Putin abria o jogo: peão da dama em e4.

A partir daí, vieram as primeiras imagens em ação dos hipermísseis Kinzhal, Tsírkon, Bulava, Sineva, Avangard, o torpedo Burevestnik, os novos submarinos silenciosos, a modernização da aviação e marinha, a nova doutrina militar, etc.

Um portfólio armamentista que parece ter vindo do futuro ou de livros de ficção científica. Aquela Rússia em escombros pós colapso soviético estava de volta ao jogo. O que não era nenhuma surpresa para um observador atento.

Já na guerra da Síria, os russos vinham testando seus armamentos e com eles exterminaram o Estado Islâmico. É bom lembrar dos 22 mísseis de cruzeiro Kalibr, disparados de uma fragata no mar Cáspio, a 2.000 km de distância, e que atingiram seus alvos com precisão milimétrica.

Para que se tenha uma dimensão desse feito, um ano depois, um cruzador norte-americano à costa israelense disparou 59 Tomahawks contra alvos na Síria, a 800 km de distância. 35 erraram seus alvos por quilômetros, 18 se perderam e 5 atingiram os alvos errados, dentre eles uma fábrica de medicamentos desativada.

A verdade que se materializa agora é que o império cometeu um erro crasso. Após o colapso da URSS, sentiram-se tão confortáveis com seu excepcionalismo narcisista que deixaram de investir em tecnologia militar de ponta.

Com exceção dos caças F-22 e F-35 e dos novos contratorpedeiros da classe Zumwalt e Independence, os quais apresentaram tantos problemas que ficam mais em manutenção que em serviço, o armamento da OTAN ficou muito defasado tecnologicamente.

Os mísseis balísticos Minuteman III e Trident II, por exemplo, são da década de 70 e os russos já tem baterias antimísseis capazes de detê-los: os S-400 Triumph e S-500 Prometey, este último capaz de abater até mesmo satélites. A guerra nas estrelas de Reagan era um blefe, a dos russos, não. O império ficou na poeira e Putin sabe disso.

Igualmente, no que tange à tecnologia cibernética, devemos lembrar que tanto russos e chineses vem trabalhando com afinco nesta área, eliminando os pontos fracos de seus próprios sistemas.

Desde 2014-2015, o sistema de internet russo está completamente desvinculado do ocidental. E os chineses foram mais longe ainda, restringiram fortemente a atuação das Five BigTechs. Ainda, os sistemas operacionais dos PCs das empresas e instituições estatais russas não são da Microsoft (algo que os governos do PT deveriam ter feito aqui), foram por eles desenvolvidos, baseadas em derivações do GNU-Linux.

Até mesmo o navegador para PC é russo, o Yandex. E, para quem não tem intimidade no assunto, basta dizer que o melhor antivírus do mundo é da Bielorrússia, o Kaspersky, programa que foi capaz de identificar e anular o vírus israelense Stuxnet, responsável pelo ataque ao sistema operacional SCADA das centrífugas iranianas, em 2010.

Por isso, quando vejo reportagens dizendo que o Anonimous, esse grupelho de adolescentes criminosos a serviço do império, um verdadeiro lobo em pele de cordeiro, vai atacar os sistemas russos, só me resta sorrir. Portanto, não tenham dúvidas, do ponto de vista cibernético e militar, a Rússia e a China estão completamente blindadas.

III.    O fortalecimento econômico russo

Mas, para além do aspecto militar, vamos examinar a questão econômica e de infraestrutura. Diferentemente dos EUA, que na década de 70 deixou de lastrear o Dólar em ouro, russos e chineses vem fazendo exatamente o contrário.

Nos últimos três anos apenas, o tesouro russo comprou 1.570 T do metal no mercado internacional, sendo ainda o terceiro maior produtor mundial, com a China na liderança. Calcula-se que as reservas do país cheguem hoje a mais de 43 mil T, quantidade superior a de países como França e Alemanha.

E o que dizer de outros metais preciosos, como platina e titânio. No caso deste último, as maiores reservas minerais do planeta estão na Sibéria, sendo a Rússia o maior exportador mundial, exportam até para os EUA. E o titânio é material estratégico para a indústria eletrônica e militar. Não nos demoraremos neste quesito, apenas referiremos que as reservas cambiais russas estão hoje em cerca de U$ 1 trilhão, sendo 34 % superiores ao total da dívida externa. Traduzindo, o Rublo está muito bem lastreado.

Ainda, há que considerar que a Rússia possui a segunda maior reserva de petróleo e gás do planeta, sendo o maior exportador mundial. E o petróleo russo é da melhor qualidade. De extrema relevância à nossa análise também, o maior cliente russo são os… EUA, seguido da Europa! Ainda, a economia russa é autossuficiente em alimentos, produzindo quase 30% do milho, do trigo e do girassol do mundo, aliás, são os maiores exportadores de trigo e de óleo de girassol e de milho.

Tudo isso num cenário em que estão enfrentando um império com um PIB de cerca de U$ 24 trilhões, mas que possuem uma dívida externa de mais U$ 30 trilhões e uma dívida pública superior U$ 87 trilhões.

Condicione-se nesta conta, ainda, um exército de mais de 30 milhões de desempregados e quase 9 milhões de sem teto. Como eles vão resolver essa conta, se já não tem mais condições de invadir e saquear país nenhum? Então, a realidade que vemos agora nesta crise ucraniana é bem diferente da realidade mostrada na TV. É um império em crise, que já não tem mais condições de falar grosso com ninguém, tampouco pagar suas contas em dia.

IV.    As sanções contra a Rússia

Já podemos, então, analisar as sanções aplicadas à Rússia, o único instrumental de guerra, junto com os ataques cibernéticos, à disposição do império anglo-saxão. Se não, vejamos.

Primeiramente, o desengajamento do sistema SWIFT. Ora, praticamente todo o comércio entre a Rússia e os países da ASSEAN (China, Rússia, Paquistão, Afeganistão, etc.) já é realizado pelo sistema CIPS chinês. Até mesmo os países dos BRICS tem dado preferência a transações bancárias diretamente em moedas próprias.

Cerca de 51 % do comércio Rússia-Índia já é realizado em suas moedas, de forma bilateral. Neste mesmo viés, a proibição das bandeiras Visa e Mastercard na Rússia teve como resultado o acoplamento dos sistemas Sberbank/RedeMir com a chinesa UnionPay. Isso gerará uma reação em cascata dos demais países da Nova Rota da Seda. Então, trata-se tão somente de um tiro no pé!

Por outro lado, o cancelamento pela Alemanha do gasoduto NordStream 2 pode parecer até um golpe decisivo na economia russa, mas, na verdade, provocou um contragolpe, pois levou ao aumento de venda de gás à China e ao Paquistão, com os três países assinando uma carta de intenções para a compra de mais 30 bilhões de m3 nos próximos 20 anos, através de um gasoduto a ser construído, o Soyuz-Vostok.

Tal quantidade é 40% superior ao contrato com a Alemanha. Pelo contragolpe, os alemães ficaram sem o gás russo, mais barato, e o preço do megawatt/hora duplicou em questão de dias. Tal efeito cascata atingiu os demais países da UE. Vão começar as greves na Europa.

O resultado prático destas sanções pode ser ilustrado pelo último ato deste bizarro teatro de estultices, com o envio apressado de uma delegação norte-americana à Venezuela para iniciar conversações sobre a compra de óleo. Já estão prevendo uma possível interrupção de fornecimento por parte da Rússia, o que seria desastroso para uma economia que já anda há anos na corda bamba. Pior, tiveram que se encontrar com um Maduro cheio de si, a mais pura humilhação.

V.    Da operação especial na Ucrânia

Neste momento, já podemos falar da operação especial que os russos estão implementando na Ucrânia. Para compreendê-la, precisamos relembrar as principais palavras de Putin em seu discurso à nação, com relação aos seus objetivos: primeiramente, proteger as populações do Donbass e preservar vidas; na continuidade, desnazificar, desmilitarizar e pacificar a Ucrânia. Para bom entendedor, meia palavra basta. Seu objetivo não é a tomada do país, sua conquista territorial.

A operação especial começou com um ataque massivo de mísseis de alta precisão à infraestrutura militar do país. Depósitos de armas, blindados, aviões de combate, aeroportos, pátios de manobra, centros de comando, rede de comunicações, etc., tudo foi posto abaixo em 4 horas.

Quatro horas e sem baixas civis! Na sequência, os grupamentos das forças das repúblicas de Donetsk e de Lughansk moveram-se rapidamente até às bordas do oblast, quebrando possíveis focos de resistência. A partir daí, de forma coordenada, tropas e grupamentos russos e bielorrussos estacionados na Crimeia, Bielorrússia e flanco oeste da Rússia adentraram na Ucrânia, lenta e decididamente, apoiados por esquadrões de helicópteros.

Foi muito interessante e instrutivo observar as táticas usadas nesta operação. Quando determinado grupamento encontra resistência durante o avanço, ele para, recua e, então, realiza o cercamento, estrangulando o inimigo gradualmente. Sequencialmente, abrem corredores para refugiados. Após isso, o grupamento segue em frente. Tal tática revela a preocupação em evitar baixas civis, algo nunca visto em guerras do império, como no Iraque.

Outro aspecto que se destacou nesta operação são as aberturas de corredores para refugiados, o que demonstra a preocupação dos russos com a preservação dos civis. Em contrapartida, do outro lado observamos ataques contra estes refugiados por parte das milícias fascistas, sendo que Zelensky, o mais novo herói do ocidente, obrigou a população civil masculina a lutar, armando até presidiários. O resultado: saques a lojas e supermercados em Kiev. Numa coisa temos todos que concordar: como presidente, Zelensky mostrou-se um trágico comediante!

A esta altura do conflito, tendo ocupado as principais instalações militares, aeroportos e centrais nucleares, a vitória da operação especial já começa a se delinear no horizonte, é questão de tempo. E mais, de forma impecável.

Inexoravelmente, o plano do líder russo está se desenrolando como planejado desde o início. A consequência é a completa desmoralização da OTAN. Este era outro objetivo velado de Putin. A tendência agora é que o bloco comece a ruir. A primeira defecção já surgiu, com o húngaro Vítor Orban justificando a operação especial russa e o turco Receip Erdogan fechando o estreito de Bósforo à passagem de navios de guerra.

Assim, não temo dizer que ele já tinha tudo calculado, está várias jogadas à frente no tabuleiro. Basta observar o ar de superior tranquilidade em suas entrevistas. O homem é um prodígio, como há muito tempo não se via, um estadista que deixará sua marca indelével na história. Se este líder é o “ditador, o oligarca totalitário” que a imprensa ocidental decanta, gostaria que houvesse muitos como ele no Brasil.

VI.    Conclusão

A crise ucraniana não desaguará em uma guerra mundial de caráter bélico, como os alarmistas tem inconsequentemente afirmado. O império já não tem mais poderio pra enfrentar a Rússia, principalmente porque Putin está apoiado por Xi Jinping e outros grande jogadores nesse tabuleiro.

Em realidade, a III guerra já vem ocorrendo há muito tempo, sem que as pessoas tenham se dado conta. A guerra agora é cibernética e econômica e se traduz nos constantes ataques do império anglo-saxão a países emergentes e, em alguns casos, em países desenvolvidos, como a França (vide caso Alstom).

É uma guerra silenciosa e tão devastadora quanto a bélica, destrói da mesma maneira infraestruturas e vidas, lançando legiões à pobreza e ao desespero, enquanto a elite imperial enriquece às nossas custas. Os russos se cansaram disso e, por mais paradoxal que pareça, deram o primeiro passo pra acabar com todas as guerras bélicas.

Para além das paixões volúveis, das vicissitudes ideológicas ou do engajamento a um “time” ou outro, a lição mais importante e pungente que precisamos tirar deste conflito é que ele encerra um ciclo e começa um novo.

O fim da nova ordem mundial, ou, melhor dizendo, da nova ordem criminal e sua globalização neoliberal forçada. Um novo mundo multipolar, mais seguro e mais próspero, no qual a mesa de negociações tomará o lugar dos canhões, está nascendo.

Pois bem, Putin avisou, avisou e avisou, mas não quiseram ouvi-lo. Agora, vão ter que ouvir.

Xeque-mate!

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Comentários

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EdsonLuíz.

15/03/2022 - 03h44

Nelson;
Alexandre:

NELSON: quem está justificando morticínio é você, não sou eu não!

Eu sempre quero que o morticínio não comece: Ucrânia; ou que o morticínio seja parado: Sérvia, Bósnia, Kosovo, Iraque, Iêmem…

Defender o “pau-que-corre” se trata exatamente de defender a barbárie!

Desculpe, Nelson, eu nem ripostaria. O fato é que eu não justifico erros de nenhum lado nem morticínios, mas também não acho que vulneráveis devam ficar abandonados para serem trucidados por trogloditas. E acho, sim, que a democracia precisa ser protegida dos autoritários. O que está acontecendo na Ucrânia é um horror, e o que está sendo usado para justificar é insano! E o mundo TODO, países, líderes políticos, instituições de todos os setores, pessoas, empresas, personalidades, TODOS estão tendo a sanidade de condenar e sancionar!

Mesmo cometendo alguns erros, a OTAN mais tem contribuido para evitar tragédias do que contribuído para agravá-las. Isso tanto quando entra como quando evita de se envolver. Engraçado que quem reclama da OTAN sem ponderações está repetindo sempre o interesse autoritário e truculento do império Russo.

Ordens mundiais sempre até hoje precisaram de impérios! Há impérios autoritários e impérios democráticos, desde Atenas e Esparta, impérios proporcionais ao poder que detinham. E todo império é arrogante!

Agora, que o mundo precisa de outra governança mais representativa e sancionatória para a única Ordem Político-Jurídica e Ideológica que nós temos e teremos durante mais algumas centenas de anos, até que as forças produtivas se desenvolvam, amadureçam plenamente, se universalizem e levem a outras relações sociais, que exijam nova Ordem Mundial e outra Forma-Social para mediar as relações, isso eu acho. Acontece que alguns pensam que podem erigir artificialmente uma Ordem idealizada.

Mas eu confesso a sério que pela primeira vez eu estou com medo de um desabamento social! Eu sempre considerei que desabamento social fosse um mito, mas estou começando a pensar que desabamento social pode não ser um mito e estou com medo!

ALEXANDRE: eu não preciso ser desculpado não, Alexandre. Só a sua arrogância babaca e sua limitação moral e intelectual acham que eu preciso ser desculpado. É só ler! Se concorda ou não concorda e tem argumentos não ideologizados, qualquer um pode ficar à vontade. Mas ter que aturar sua ignorância e seu ideologismo, isso eu confesso: é foda!

Alexandre, eu vou começar a torcer para que o diabo de uma bomba daquelas que vocês estão jogando para apavorar e matar aquelas pessoas que estavam quietas e só estavam pedindo que alguém as protegessem de vocês, porque eles conheciam vocês e sabiam que corriam riscos, eu vou começar a torcer que uma daquelas bombas que vocês jogam neles venha parar aqui e caia na sua bunda. Vá te catar, ignorante perseguidor!

Luciano Aguiar

13/03/2022 - 16h57

Acabou…”China é o novo Imperio”

EdsonLuíz.

13/03/2022 - 12h48

Sobre o conteúdo do post: sobre o texto-base desta página, escrita ou “escrita” por Valério da C Oliveira e sobre o que ripostei sobre isso, fica a consciência LIVRE de cada um.

Tem o post dele, tem a minha resposta, entre outros ripostamentos junto ao que respondi tem o comentário dele logo abaixo da minha resposta.

Eu sempre prezo a CONSCIÈNCIA LIVRE de cada um! Aos que lerem, fica o entendimento livre que tiverem.

Observe-se: o regime de Vladimir Putin prende, tortura, assassina e envenena adversários, incluindo jornalistas que o contrariam; e fecha os jornais que combatem sua infâmia, truculência e autoritarismo. Ainda havia um resíduo de imprensa profissional na Rússia antes desta guerra, o que permitia a quem, ampliando o conceito, caracterizasse a Rússia de Putin como uma “ditadura incompleta”.

Um fator fundamental em uma democracia, porque estrutural de suas essencialidades, é o funcionamento de uma imprensa livre. Enquanto houver imprensa livre o cidadão possui canais de manifestação, canais esses que são importantes para a resistência e superação do autoritarismo pré-ditadura. Ter canais livres de manifestação da consciência é um fator fundamental para caracterizar definitivamente se um regime ainda é ou não uma ditadura. A partir da existência de canais de manifestação livre, democracia é a que você conquista! E democracia é um valor progressista, universal e absoluto, não cabendo relativização à democracia por esta não ter fim. Após você ter democracia, você conquista mais democracia, e mais, e mais. Democracia é sobre liberdade, mas também é sobre condições de liberdade. É preciso ter liberdade para lutar por melhores condições materiais de vida. É principalmente por usufruir de liberdade que a Finlândia, a Noruega, a Suiça, a Suécia, Nova Zelândia, Dinamarca e alguns outros países chegaram ao estágio de justiça social em que se encontram. Por outro lado, a falta de liberdade, por esvaziar a força do próprio povo, impediu que todo o mundo soviético possibilitasse melhores condições de vida e por isso todos os regimes de todos os países oprimidos por aquelas ditaduras desabaram. É a esse destino que a Ucrânia não quer retornar quando morre para resistir à covardia de Vladimir Putin e da Rússia.

Para a Rússia de agora, quem alarga o conceito de ditadura dizendo que é uma ditadura parcial não pode mais aplicá-lo usando o argumento de que ainda há canais de imprensa livre. Afora os jornais fechados para não divulgarem a covardia homicida da Rússia, covardia que no Brasil encontra bastantes adeptos à esquerda e à direita (tanto Lula como bolsonaro, que se dizem um ‘de direita’, outro ‘de esquerda’, e seus adeptos, fora algumas excessões, apoiam explicita ou veladamente a covardia pusilânime que está ocorrendo contra aquele povo apenas pela alegação de Vladimir Putin de que a Ucrânia estava procurando a OTAN. A Rússia acabou de estabelecer que o jornista que disser que o que se passa na Ucrânia é uma guerra será condenado a 15 anos de prisão. E já tem muito jornalista preso! Aliàs, pelo artigo deste post ninguém seria preso: o artigo, covardemente, faz o que Putin manda e não chama de guerra, chama de “operação”.

Parece que os povos perseguidos e que já têm décadas de experiência de sofrerem abusos da IMPERIALISTA Rússia só contam no mundo com a OTAN para se sentirem mais abrigados e protegidos da tirania russa que lhes causa tanto pavor, resultando em muito medo, mas também em muito ódio que eles têm da Rússia por terem sofrido e ainda sofrem tanta e tão brutal ameaça ou opressão!

Ocorre que a Ucrãnia não é membro da OTAN e por isso os países membros da OTAN só podem dar ajuda logística àquele povo, que terá que lutar sozinhos contra inimigo tão nojento.

p/s.: repito o caráter democrático deste ‘ocafezinho.com’. Enquanto Putin, Maduro, Victor Orbán e outras ditaduras fecham jornais; enquanto os blogues sujos do lulismo e do bolsonarismo bloqueiam a interação de leitores que discordam do que eles pregam, o balcão de ‘ocafezinho.com’ não discimina o freguês que reclama do café.

Enquando este nosso jornal for democrático eu o acompanharei e por ele terei admiração, abstraindo o grau de minha diferença ideológica com a linha do jornal. Eu me posiciono ideologicamente como de centro-esquerda, mas admiro quem pensa diferente, se houver seriedade e qualidade. É por isso que eu respeito o Kim Kataguire e o Geraldo Alckmin na direita, em vez de respeitar Gilberto Kassab ou ACM Neto; é por isso que eu respeito a Fátima Bezerra, o Jaques Wagner e o Camilo na esquerda, ao invés de respeitar o Lula ou José Dirceu.

Nelson

12/03/2022 - 20h19

Que meiguice, que inocência, meu chapa. Continues escrevendo assim, dês uma melhorada aqui e ali, e logo alguém, de um “país minimamente democrático e civilizado”, vai te procurar para te oferecer ajuda para que melhores tua arte de tergiversar e não explicar coisa alguma.

A NED, a Usaid (e abusaid), a CIA, a Fundação Gates, etc, estão interessadíssimas em gente assim para dar mais e mais vazão à propaganda de que os governos dos Estados Unidos, que dizem ser um “país minimamente democrático e civilizado”, são altruístas e beneméritos da humanidade.

“A guerra hoje não interessa a absolutamente nenhum país minimamente democrático e civilizado pois traz exclusivamente prejuízos.”

Se essa tua “brilhante” conclusão reflete a realidade, me expliques, com algum argumento convincente, por que é que os Estados Unidos gastam, todo ano, um montante abismal de recursos, praticamente igual ao PIB de um país enorme como o Brasil, em seu orçamento militar?

Conforme a jornalista e escritora estadunidense, Sara Flounders,
“A análise anual da War Resister League calculou asdespesas militares reais de 2009 dos EUA em US$ 1.449 trilhão, não o orçamento oficial de US$ 651 bilhões.”

O artigo “O orçamento do Pentágono: o maior de sempre e a crescer”, escrito por Sara Flounders em 2009, pode ser lido em

https://resistir.info/eua/pentagon_budget_p.html

Nelson

12/03/2022 - 19h27

O que é que houve, meu chapa? Ficaste magoado porque o autor não rasgou elogios ao Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, ao qual tu, ao que parece, tanto adoras?

Sentindo-se profundamente injuriado ao ver tantas verdades acerca de teu amo adorado – haveria muitíssimas coisas podres mais a expor em se tratando do sistema de poder que citei – e não tendo argumentos convincentes, só restou para ti partir para a ignorância e descambar para as ofensas.

Como deixaste que a raiva se apossasse de ti, acabaste impedido de ler o texto com serenidade e de raciocinar sobre o que disse o autor. O artigo enumera fatos acontecidos e expõe realidades escondidas pela mídia hegemônica e seus comentaristas. Não há ode ou “apologia” quaisquer à guerra.

Está ali, no final do artigo, para quem quiser ver a opinião do autor: […] “a lição mais importante e pungente que precisamos tirar deste conflito é que ele encerra um ciclo e começa um novo. O fim da nova ordem mundial, ou, melhor dizendo, da nova ordem criminal e sua globalização neoliberal forçada. Um novo mundo multipolar, mais seguro e mais próspero, no qual a mesa de negociações tomará o lugar dos canhões, está nascendo.”

Quem faz “apologia” à guerra – já fizeram em tantos outros episódios, como sabemos – são os governos civilizados e democráticos (sic) dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. Apologia devida e caninamente reverberada pelos seus maiores instrumentos de propaganda, os órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas.

William

11/03/2022 - 22h23

É uma impressão minha ou a merda ambulante que defecou essa montanha de estrume está fazendo apologia a guerra ?

    Nelson

    14/03/2022 - 21h41

    Meu chapa. Acabei inserindo em local indevido, mas fiz uma réplica à falta de compostura que demonstraste no teu comentário. Postei a réplica acima, no dia 12 de março, às 19h27.

Paulo

11/03/2022 - 22h15

“Pois bem, Putin avisou, avisou e avisou, mas não quiseram ouvi-lo. Agora, vão ter que ouvir. Xeque-mate!”

Bacana, só faltou chamar uma guerra de guerra, pelo nome que é (e não de “operação especial”, o que, cá entre nós, é um neologismo desnecessário e que já aponta tendenciosidades).

Putin é herdeiro do comunismo, e, como tal, um mestre nas artes da mentira e da dissimulação. Se o diabo é o pai da mentira, nas palavras do Nazareno, os comunistas são os filhos dela…

    Nelson

    12/03/2022 - 19h54

    “só faltou chamar uma guerra de guerra”

    Não, meu chapa. Não é aí que errou o nosso articulista. Ele deveria ter dito, explicitamente, que se trata de um conflito Rússia x Otan. É disso que se trata e o povo ucraniano foi feito de bucha de canhão pelos países que se arvoram democráticos, civilizados e respeitadores dos direitos humanos.

    Para a consecução de seus objetivos, de balcanizar a Rússia, desmembrá-la em inúmeros países para dominar facilmente seu imenso e riquíssimo território e roubar suas riquezas, o Sistema de Poder que domina os Estados Unidos não mede consequências.

    Jogar a Rússia na condição pré-Revolução Russa; apenas fornecedora de mão de obra e matérias primas baratas às megacorporações capitalistas do Ocidente. Quando a União Soviética se esboroou, em 1991, esse era o objetivo.

    Conseguiram, com muita pressão e, também, suborno, cooptar várias das ex-repúblicas soviéticas para agrupá-las na Otan e fazer com que seus povos também passassem a pagar os enormes custos de manutenção de um armamentismo que teve sequência ainda que o “comunismo” tivesse desaparecido.

    Europa Ocidental e EUA estavam indo muito bem na pilhagem das fabulosas riquezas do imenso país. Não contavam, porém, com o espírito patriótico-nacionalista de Vladimir Putin e de seus apoiadores.

    Estes, além de resistirem à destruição da Rússia, cometeram a ousadia imperdoável de reconstruí-la ao ponto de torná-la novamente uma potência a qual tinha que ser respeitada. Este é o real pecado cometido por Putin na visão dos civilizados, democráticos e respeitadores dos direitos humanos (sic) governos da Europa e dos EUA.

    Se abrisse seu país sem qualquer freio à exploração das megacorporações da Europa e dos EUA, Vladimir Putin poderia ser autoritário, homofóbico o quanto quisesse que, em algum momento, até seria chamado de democrata pelos órgãos da mídia hegemônica e seus comentaristas.

EdsonLuíz.

11/03/2022 - 15h28

Artigo covarde!
É preciso escrever isso novamente:

ARTIGO COVARDE !

E mente, mente, mente, mente…
Mente friamente! Agora também é preciso escrever isso novamente:

ESTE ARTIGO MENTE FRIAMENTE!

Para que debulhar mentiras? E com fórum de verdade!

Na única vez em que fiquei preso em uma cadeia, havia uma frase escrita na parede encardida e limosa da cela. Alguém aproveitou o limo para escrever. Vê-se que até do limo pode-se ter proveito; poucas coisas são completamente imprestáveis.

Mas de certos discursos e narrativas, de bom não se tira nada, a não ser o alerta para manipulações, ideias e pensamentos muito perigosos e que atentam contra a liberdade, o humanismo, a democracia e o progressismo.

Fui preso em 1979 por setores recrudescentes da ditadura, que não aceitavam a abertura política que naquele momento começava a ganhar contornos mais nítidos. Eu lutava no PCB, mas eu não era de um grupo que acreditava em guerra: eu lutava politicamente! EU LUTAVA POR DEMOCRACIA! E lutava por liberdade! Eu lutava por liberdade no Brasil!

Eu era um menino muito muito pobre, já lutava diariamente desde os cinco anos (sic) por sobrevivência e não tinha a mínima condição para lutar por democracia. Mas lutava! Eu tinha na época uma namorada mais velha do que eu e que tinha mais recursos (para mim era rica), filha de um velho comunista professor de filosofia na universidade, Ana Clara. Clara fez a minha iniciação sexual e me emprestava alguns livros, que lia junto comigo. Líamos na rua, em bancos de praças e no seu quarto; eu não tinha um quarto naquele tempo. Ana morreu agora, em 2020, logo nos primeiros meses do surto de Covid-19. Eu não mais a vi depois que Ana se mudou para a França em 1982, onde foi fazer mestrado em artes. Recebi a notícia do falecimento e me ficou a raiva de não ter coragem de viajar de aviào, o que me impediu de voltar a ver a Ana Clara, que não podia viajar ao Brasil por motivo de saúde. Se eu tivesse tido coragem de pegar o avião elanão morreria sem que eu a visse mais uma vez. Foi o pai de Clara que procurou Berredo de Menezes para me tirar da delegacia e cuidar para que nada pior acontecesse comigo.

De Ana, comigo, ficaram o meu retrato feito por ela e a lembrança dos seus beijos (e, confesso, foi Ana que me comprou escovas de dentes e me obrigou ao hábito de escová-los e usar fio dental; material de higiene não era prioridade para o pouco que eu tinha para gastar e eu não tinha esse hábito. Mas o que ficou mesmo comigo de Ana Clara foi o seu colo, de que eu precisei tanto, e a apreensão adequada da ideia e necessidade de liberdade para a emancipação da pessoa.

Quando me prenderam eu estava voltando da casa de Clara para o meu bairro e no largo em frente à delegacia, também local do ponto final do ônibus onde eu descia, estavam nove policiais fardados e com fuzis. Reagi moralmente à prisão sem motivos, mas reagia mais para ganhar tempo e tentar me livrar de cópias de um texto que eu trazia dobrado no bolso de trás, uma discussão entre Lênin e Alexander Kerênsky. Consegui me livrar do texto, que derrubei em um monturro de lixo. Era noite e os policiais não me viram tirar o texto do bolso.

Na cela da cadeia para onde me levaram e eu passei a noite, estava escrito arranhado no parede: “Quer saber o que é a gaiola, pergunte a quem sabe falar!”

Acho que foi a partir disso, dessa frase escrita na cela da cadeia, que eu e Ana Clara começamos a conversar sobre liberdade e que eu, que no PCB era mais próximo dos velhos ortodoxos pró-soviéticos, me aproximei mais dos eurocomunistas, que tinham como referência não Stalin ou Lênin, mas Enrico Berlinguer e Karl Kautsky. Eles, esse grupo eurocomunista do antigo PCB, são o Partido Cidadania23 de agora.

Lutávamos! Lutávamos contra a ditadura brasileira! Ainda não lutávamos contra ditaduras, indistintamente, apenas contra a ditadura brasileira, mas já lutávamos por democracia e por liberdade, e sem viés ou adjetivos. Lutávamos por liberdade e por democracia e pronto! E democracia para todos, para nossos adversários também!

Nesse tempo Ana Clara me deu um livro de Rosa Luxemburgo. Se para você ainda é importante esse clivo esquerda/direita e você se declara ‘de esquerda’, leia Rosa Luxemburgo!

A história já havia me mostrado que guerras revolucionárias não transformam, pelo contrário, agravam e perenizam a tirania e a injustiça. Sobre isso, vale o livro do luminoso escritor e filósofo Albert Camus, ‘O Homem Revoltado’. Leia! Se ficar um pouco difícil a leitura do livro de Camus, por ser um livro de filosofia, insista, procure ajuda, mas leia!

Esse moço aí de cima, o do post, Valério da C Oliveira, começa escrevendo uma epígrafe: “A guerra é a continuação da política por outros meios”.

Não é! A guerra não é acontinuação da política por outros meios. A guerra é a suspensão da política. A guerra é a guerra! E se a guerra é política, é a política dos covardes!

Mas não é! Nem dos covardes a guerra é a política! A guerra nada tem de política! A guerra é anti-política!

Putin é um político ultra-conservador. O Viktor Orbán, presidente da Hungria, que o ‘autor’ cita, é o jair bolsonaro.

Vou destacar por muito importante e grave: o Víktor Orbán, que o autor cita, é o jair bolsonaro da Hungria!

O Erdogam, presidente da Turquia, que o autor também cita junto e na mesma linha em que cita Orbán, é uma síntese mulçumana de Edir Macedo com jair bolsonaro. Mas ele não explica isso e mais um monte de coisas.

Cuidado!
Muito cuidado!

Esse texto desse moço aí de cima, o Valério C Oliveira, não deve ser nem um texto dele, especulo. Esse texto covarde parece mais um texto doutrinador e radicalizante padrão feito para circular em vários países, reelaborado e ganhando autor distinto em cada lugar.

Procurem saber a história e o contexto de cada “verdade” que o autor cita. Procure saber o que ocorria na Iugoslávia e os interesses tirânicos da Rússia na Iugoslávia. Procure conhecer o medo, a raiva e a rejeição que o povo de cada um dos sete países que resultaram da dissolução da já pequena Iugislávia têm da Rússia, exceto a Sérvia. Procure conhecer quem era Sadan Husseim e o que se passava no Iraque quando os Estados Unidos interviu. Nós não precisamos dar desculpas por alguém no Serviço de Inteligência dos Estados Unidos ter mentido sobre armas químicas no Iraque e dado origem à guerra; nós podemos questionar os Estados Unidos por ter intervido no Iraque, mas precisamos também conhecer o que se passava no Iraque e quem era Sadan Husseim. Não era possível deixar na Bósnia, no Iraque e na Sérvia o que acontecia.

Temos que ser críticos, sempre, mas não pidemos ser covardes de não socorrer povos vulneráveis! E há outros povos no mundo para serem socorridos, sendo o caso do Iêmem, no Oriente Médio, hoje o caso mais grave que está sem socorro.

Se na na paz a grande arma dessa gente é a mentira, imagine na guerra! Como a vida para eles é guerra militar e até a política eles fazem como guerra, estão e estarão sempre guerreando para reprimir e oprimir seus próprios povos e guerreando contra nós, querendo nos reprimir também até que um pouco mais de cividade, democracia e progressismo chegue nesses lugares e eles se i tegrem ao mundo democrático. Enquanto isso, temos que proteger a democracia!

Para ter o poder e oprimir, os tiranos farão a guerra… termo que esse rapace cúmplice do ditador Vladimir Putin não usa. Constate como ele busca manipular você!

Leia novamente e constate a manipulação que ele tenta: ele chama a guerra de…”operação”.

Mas você vê que é uma guerra! E uma guerra suja e covarde contra velhos, crianças, doentes, deficientes, famílias, contra todos! E uma guerra brutal! Tem mísseis aos milhares, tem 180 mil soldados completamente armados, tem tanques, tem blindados, tem jatos de guerra com bombas de fragmentação.

São criminosos!
Vladimur Putin é um criminoso!
O autor do artigo desse post também é um criminoso, se for ele o autor. Se não for ele o autor, é um criminoso do mesmo modo por emprestar o nome a artigo tão sórdido!

Se você sabe que o que está acontecendo na Ucrânia é uma guerra covarde e o autor fica chamando de “operação”, vocé logo percebe que ele quer manipular você e os argumentos e as “verdades” dele se desmoralizam completamente e você percebe que o que ela fala é mentira ou fatos sem contexto. A não ser que você queira ser manipulado e chamar o que o povo, crianças, velhos, todos na Ucrânia estão sofrendo não é uma guerra, é uma “operação”.

Artigo bem nogento, o deste post! Esse Valério se torna nogento junto do artigo que assina!

Edson Luiz Pianca.
edsonmaverick@yahoo.com.br

    Alexandre Neres

    12/03/2022 - 00h25

    Meudels, o Pianca não conhece nem a máxima do Von Clausewitz sobre a guerra e ainda quer debatê-la do alto da sua ignorância que adora se manifestar. Vai ser inculto assim na casa do caraleo! Nogento (sic).

    Valerio Oliveira

    12/03/2022 - 08h19

    Seu comentário acusando-me do que vc é, um extremista doutrinado pela mídia hegemônica, mostra o quanto precisamos avançar no assunto de geopolítica, o tendão de aquiles do brasileiro. Covarde é quem tece comentários vitimistas para atacar a outrem, fazendo a acusação, esta sim criminosa, de que eu sou o criminoso! tenho 60 anos, filho, já fui do PCB muito antes de ele se aburguesar nas mãos do Roberto freire. saí devido a extremistas pequeno-burgueses como vc. Em nenhum momento fiz apologia à guerra ou demonstrei q apoio os atos de Putin. Apenas, procurei explicar o “porquê chegamos a esse ponto”. Quanto às mentiras, aponte-as! Já a citação de Clausewitz, q vc reputa a mim, não é, foi escrita há mais de 200 anos! Tenho certeza q vc sequer sabe de quem se trata. Em relação à sua justificação das ações do império na Iugoslávia e no Iraque, chega a ser patético! O império dizia que Saddam Houssein possuía armas de destruição em massa, o que se verificou mundialmente ser uma mentira, e que ele era aliado de Usama bin Laden, embora o líder iraquiano fosse um sunita secular moderado e Usama, um wahabista, herdeiro da família saudita, ambos os grupos jurados de morte há mais de 300 anos? Vc, ao menos, sabe o que são estes grupos? Tenho certeza que não! Vc usa as usuais táticas da direita, acuse-os do que vc é. Não passa de ser um manipulador barato, prepotente e arrogante, cheio de ódio no coração, incapaz de se comunicar com civilidade e coerência. A cara do bolsonarismo enrustido. Das vidanyia, tovarisch!

      Alexandre Neres

      13/03/2022 - 17h30

      Prezado Valério Oliveira, parabéns pelo artigo!

      Peço que releve o texto do Pianca. Ele não tem culpa, é assim mesmo.

      Ele repete ipsis litteris o discurso hegemônico arregimentado pela imprensa dita profissional.

      Elogia Roberto Freire, Cristóvam Buarque, Eduardo Leite, Simone Tebet, Tabata Amaral, Felipe Rigoni, Kim Kataguiri, Joaquim Barbosa, FHC e caterva, tendo ainda a pachorra de se autoproclamar progressista.

      Só pra se ter uma ideia do quanto ele absorve tudo sem capacidade crítica, pra ele Sergio Moro é um juiz correto, íntegro e que cumpriu seu mister, cometendo apenas pecadilhos e pequenos vícios processuais. Já Lula é um condenado por corrupção. Com mente binária, pra ele Zelensky é um herói, enquanto Putin assassina criancinhas indefesas por prazer, velhinhos e cadeirantes. Em suma, faz o jogo estadunidense enquanto a “América” espiona e interfere indevidamente na democracia do nosso país. Será a chamada Síndrome de Estocolmo?

      Por fim, mas não menos importante, Pianca tem a pachorra de afirmar que o Cidadania é progressista. É defensor intransigente do quinta-coluna Roberto Freire. Será que ficou de que lado quando o senador Alessandro Vieira saiu do partido dizendo cobras e lagartos no sentido de que o Roberto Freire se perpetuou no poder, sendo dono do partido. Digo isso pelo fato de ele ser também fã do senador pelo seu discurso moralista e lavajatista. Será que vai levar seu 0% nas pesquisas pra onde? Pianca é ligado ao partideco Cidadania.

      Um abraço, meu caro!

    EdsonLuíz.

    12/03/2022 - 14h44

    Eu sou mesmo desacostumado de escrever! Escrevi pela vida milhares de relatórios de auditoria fiscal como auditor de impostos da SEFAZ, onde era concursado, nas nos relatórios oficiais eu não tinha a coragem de usar a palavra ‘nojento’. Muitas vezes dava vontade de usar essa palavra. Quando junto com spnegação tinha também corrupção dava mais vontade ainda, mas eu não usava.

    Há quase dois anos eu faço aqui em ‘ocafezinho.com’ o exercício de escrever textos que não relatórios fiscais. Em textos aqui, acabei tascando “nogento” e não “nojento”. Se eu usasse corretor ele me corrigiria, mas…

    De qualquer modo, quem eu chamo ou chamaria de nojento, o Vladimir Putin, o Vladimir Lula ou o Vladimir Bolsonaro, por exemplos, eles além de serem nojentos, são nogentos também. Eles são nojentos em qualquer grafia!

    Nelson

    12/03/2022 - 20h02

    “E uma guerra suja e covarde contra velhos, crianças, doentes, deficientes, famílias, contra todos! E uma guerra brutal!”

    Meu caro. Devo acreditar no que tu dizes ou no que diz, num arroubo de sinceridade, o coronel das forças armadas dos EUA no vídeo a seguir?

    https://www.youtube.com/watch?v=sFhb_-jUNUs

    Nelson

    14/03/2022 - 16h17

    Mais de 1 milhão de iraquianos morreram só por causa da invasão e ocupação do país pelas forças que iam levar a democracia (sic) ao Iraque.

    Aumentaram em 600% os casos de crianças nascidas deformadas e em 700% os casos de câncer no Iraque após os bombardeios das forças “democráticas” dos EUA. A causa disso: mais de 3.000 toneladas de urânio “empobrecido”, material altamente radioativo, jogadas sobre o povo daquele país durante os bombardeios, causando essa hecatombe.

    Foi, na verdade, além de um crime contra a humanidade, um crime geracional cometido pelo governo democrático (sic) dos Estados Unidos, pois esse urânio vai se decompor somente depois de 4 bilhões de anos. Até lá, vai ficar contaminando solos, reservatórios de água, etc. e levando muita gente a padecer de doenças gravíssimas e à morte precoce.

    E o crime bárbaro foi cometido não só contra o povo iraquiano, mas contra toda a humanidade, porque as milhões de minúsculas partículas de urânio espalhadas no Iraque com as explosões são transportadas pelo mundo afora pela ação dos ventos e das poeiras.

    O interessante é que, mesmo diante desses crimes pavorosos, não vimos bloqueio, boicote, suspensão ou a mais mínima punição imposta aos Estados Unidos. Não vimos também, como temos visto nos órgãos da mídia hegemônica, no caso da Ucrânia, qualquer demonstração de comoção pelas vítimas iraquianas. Qual o motivo dessa seletividade?

    Com tudo isso, o senhor Edson Luiz tem a capacidade de vir aqui a justificar o horrendo morticínio perpetrado pelos EUA no Iraque. Pior ainda, adotando da mesma seletividade, desanca Vladimir Putin.

    Nelson

    14/03/2022 - 21h21

    “Nós não precisamos dar desculpas por alguém no Serviço de Inteligência dos Estados Unidos ter mentido sobre armas químicas no Iraque e dado origem à guerra; nós podemos questionar os Estados Unidos por ter intervido no Iraque, mas precisamos também conhecer o que se passava no Iraque e quem era Sadan Husseim.”

    É interessante como o senhor Edson Luiz faz uma série de contorcionismos, evitando fazer críticas aos EUA ou tecendo-as bem de leve, para, logo após, justificar a invasão, ocupação e destruição do país pelas forças “democráticas” ianques e colocar a culpa toda em Sadan Hussein.

    Ora, o plano que tinha sido urdido pelos neocons, e que foi levado a cabo, de, em conluio com os sionistas de Israel, reconfigurar parte do Oriente Médio, já há muito tempo deixou de ser um segredo. O plano previa a intervenção no Iraque, na Líbia, na Síria e, mais adiante, no Iran, não importando a opinião dos povos envolvidos e também se esses povos iriam pagar os sangrentos custos das invasões.

    O plano criminoso só não foi aplicado em sua plenitude porque a Rússia interveio na Síria e barrou a expansão dos EUA. No entanto, os EUA seguem, descaradamente, roubando petróleo sírio e lucrando com sua venda, coisa que, em momento algum, o senhor Edson cita. Ele também se esquiva de citar a criação e o municiamento de grupos extremistas islâmicos pela CIA.

    O senhor Edson Luiz, que se diz bem-informado, nunca ouviu falar desse plano?

    Na verdade, o que também não é citado pelo comentarista é que Sadam Hussein foi amigo íntimo dos EUA inclusive cumprindo os objetivos geoestratégicos do império estadunidense ao declarar guerra ao Iran de Khomeini. Os EUA e a Inglaterra queriam de volta, para seu controle, as imensas riquezas existentes no território iraniano e que haviam perdido com a derrubada do Xá Reza Pahlevi.

    Interessante registrar que Pahlevi governou o Iran por nada menos de 26 anos com mão de ferro, reprimindo, prendendo e eliminando opositores, com total apoio dos EUA e da Europa democrática e civilizada. O Xá foi galgado ao poder pelos mesmos países, ditos respeitadores da autodeterminação dos povos, após terem promovido um golpe de Estado em 1953 para apear do poder o governo, eleito democraticamente, de Mohammed Mossadegh.

    Qual foi o pecado cometido por Mossadegh? Socialismo, comunismo, esquerdismo? Qual nada. Tratava-se de um governo de centro, mais inclinado à direita, mas que tinha sentimento nacional e pretendia usar as riquezas do país para desenvolvê-lo, não só para garantir gordos lucros às megacorporações dos EUA e da Europa como acontecia até ali. Mossadegh nacionalizou a Anglo Iranian Company.

    Assim, o problema de Mossadegh, na visão das nações democráticas e respeitadoras da ordem mundial – EUA e Europa Ocidental – era o seu nacionalismo. Por isso, ele tinha que ser defenestrado do poder o mais o mais breve possível.

    E, qual foi o principal problema Sadam Hussein a decretar a sua desgraça? O fato de ele ser um ditador, reprimir opositores até mesmo com ataques químicos, entre outros defeitos? Não, esses defeitos não afastam os Estados Unidos e a Europa Ocidental de qualquer governo, com uma condição. Que este governo continue permitindo que suas megacorporações sigam pilhando as riquezas do país e espoliando seu povo.

    Em dado momento, Sadam Hussein, principalmente após ter provado, com os bombardeios de 1991, o quão amarga pode ser a amizade com o Império, resolveu trilhar um caminho mais independente, em prol de seu país. Por conta disso, já havia decidido comercializar seu petróleo sem a intermediação do dólar. Pronto, Hussein decretava sua sentença de morte.

    Bem, esse é um breve rememorar do que, ao longo de décadas, fizeram o Sistema de Poder que domina os Estados Unidos e seus aliados “democráticos” da Europa em benefício dos povos do Iraque e do Iran. Mas, para o senhor Edson Luiz, que furibundo, ataca a Rússia e Putin, os EUA tinham que intervir no Iraque – e matar milhões – porque Sadam estava fazendo isso e aquilo.

Tony

11/03/2022 - 13h45

Um sujeito (com claros distúrbios esquerdoloides) entusiasta da guerra e que usa o termo “império” no ano de 2022 não pode ser minimamente levado a sério.

    Valério Oliveira

    12/03/2022 - 08h25

    Pois é, em 2022 o império deixou de existir! É verdade esse “bilete”!

    Valério Oliveira

    12/03/2022 - 08h29

    Animal é quem não sabe interpretar um texto! Quanto a vc dizer que a guerra é algo execrável, concordo. Mas, onde vc estava nestes últimos 8 anos em que os ucronazis praticaram a guerra diária contra o povo do Donbass, na qual morreram 15 mil civis, sendo 9 mil crianças e adolescentes? Ou essa outra guerra, pra vc, é palatável? Ah, já sei, esses cidadãos do Donbass não são humanos! São “untermenschen”…

William

11/03/2022 - 10h19

O animal que escreveu essa montanha de merda está querendo fazer passar a guerra como uma passeada ao parque.

Ronei

11/03/2022 - 10h15

“Pois bem, Putin avisou, avisou e avisou, mas não quiseram ouvi-lo. Agora, vão ter que ouvir.”

Absolutamente nada justifica uma guerra na Europa no ano de 2022, é uma coisa patética e covarde. Putin está no poder há 20 anos, isso não é normal e um dia ou outro o poder sobe na cabeça e a merda que tem lá dentro estoura.

Putin sempre quis a Ucrania (que é uma filial da Rússia) e pegou a ocasião quando os Estados Unidos elegeram uma espécie de cruzamento entre Tasso Jeressati e Marina Silva…um zumbí falante. Deixou passar a pandemia para amenizar os prejuízos econômicos internos e atacou sabendo claramente que viriam sanções.

A guerra hoje não interessa a absolutamente nenhum país minimamente democrático e civilizado pois traz exclusivamente prejuízos.

    Valerio Oliveira

    12/03/2022 - 08h32

    Merkel ficou 18 anos no poder! Para vc, a Alemanha é democrática? Ou só são ditadores os que enfrentam o império americano? Quanto a vc dizer que ele provocou a guerra “de um dia para o outro”, aconselho que vc leia os discursos dele ao longo dos últimos 20 anos.

    Nelson

    14/03/2022 - 21h34

    Meu caro. Foi no local indevido, mas postei, acima, no dia 12 de março, às 20h19, uma réplica a teu comentário e às inconsistências que nele inseriste.


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