Por Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
A pré-candidatura da senadora emedebista, Simone Tebet (MS), para o cargo de presidente da República, não é simplesmente um projeto alternativo à postulação do presidenciável, João Doria (PSDB); e sim um projeto via ex-presidente Michel Temer (MDB).
O próprio Michel Temer e o presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP), no decorrer de 2021, recriaram o projeto “Ponte para o Futuro 2”, embrião da candidatura presidencial emedebista de Tebet. Existe um projeto político-eleitoral e econômico na coligação majoritária, para a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL): MDB, Cidadania e PSDB.
O ex-governador tucano paulista, Joao Doria (2019-2022), não compreendeu a dimensão do projeto emedebista, para o pleito eleitoral de 2022, com o título de “Ponte para o Futuro 2”, pois esse projeto foi planejado pelo ex-secretário estadual paulista, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, no biênio de 2017-2018.
A nova roupagem do projeto (Ponte para o Futuro 2) presidencial do MDB, de 2022, sem dúvida foi absorvida pelas seguintes agremiações partidárias: Cidadania e PSDB. A frente partidária do Centro Democrático sempre teve um projeto político-eleitoral e econômico, porém, não conseguia absorver o projeto individualista do João Doria, como uma espécie de pós-liberalismo sem apoio na sociedade civil.
O ex-presidente da República, Michel Temer, não tinha espaço no palanque presidencial do ex-presidente Lula (PT), e muito menos no palanque de reeleição do atual chefe do Governo Federal.
Com isso, Temer se reaproximou da velha guarda do tucanato que já pertenceu aos quadros do PMDB nacional. O presidente nacional do Cidadania, o ex-senador Roberto Freire, e os militantes históricos neocomunistas foram da antiga agremiação rival da Arena-PDS, no período da ditadura militar.
A coligação majoritária para presidente da República tem o DNA emedebista, não adaptável ao estilo de fazer aliança política do presidenciável tucano, João Doria, neste pleito eleitoral.
A cúpula nacional do MDB sempre foi a principal adversária da candidatura presidencial do João Doria (PSDB), pois já havia um projeto de terceira via, com um arcabouço ideológico de cunho econômico liberal social.
A senadora emedebista, Simone Tebet (MS), é uma espécie de candidatura presidencial tardia do legado político-administrativo do ex-presidente Michel Temer (MDB) ou da agenda pós-liberal da federação partidária PSDB e Cidadania.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo e gerente-executivo da Consultoria LCFB
carlos
23/05/2022 - 17h46
Se a nobre senadora, contasse com o projeto de lei partidária, em que existisse a fidelidade partidária, e que o partido detém o mandato do candidato, aí seria uma boa, mas o MDB os partidos que a apoia seria um grande avanço pra alcançar um 2° turno.