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Google pode reduzir alcance de notícias no Brasil

O Projeto de Lei do “Ato de Notícias Online”, criado pelo governo de Trudeau em junho de 2022, no Canadá, tinha intenção dar aos veículos de imprensa do país uma remuneração a cada vez que alguém clicasse em algum link jornalístico indicado em um buscador, como o Google e Bing, ou em redes sociais. Uma […]

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Imagem: Reuters

O Projeto de Lei do “Ato de Notícias Online”, criado pelo governo de Trudeau em junho de 2022, no Canadá, tinha intenção dar aos veículos de imprensa do país uma remuneração a cada vez que alguém clicasse em algum link jornalístico indicado em um buscador, como o Google e Bing, ou em redes sociais.

Uma ideia que parecia boa para os veículos jornalísticos se mostrou, na verdade, um desastre. Isso porque o Google decidiu implementar por cinco semanas um teste que limitou o acesso a notícias online de 3,3% dos usuários do buscador da big tech no Canadá .

Na prática, o conteúdo jornalístico desapareceu dos resultados de busca de mais de um milhão de pessoas no país ao longo dessas semanas.

O teste do Google foi feito antes mesmo do texto entrar em vigor, já que ele dependia de chancela do Senado para ser implementado.

Após a divulgação do teste, Trudeau se pronunciou e levantou o questionamento do papel das big tech na situação, já que, forçadas a pagar pelos conteúdos que recomendam, elas podem simplesmente deixar de exibir esses.

“Realmente me surpreende que o Google tenha decidido que era preferível impedir os canadenses de lerem notícias a pagar os jornalistas pelo trabalho que eles fazem”, pontuou Trudeau.

O Google negou que o experimento tenha sido feito para interromper o acesso do público a notícias como forma de ameaçar o governo canadense ou protestar contra o novo projeto de lei. A empresa explica que se tratava de um estudo para explorar as novas condições de mercado. No entanto, nenhum resultado do teste foi informado pelo Google.

Após ter sido aprovado para aprovação em regime de urgência, o PL das Fake News passou a enfrentar fortes resistências de big techs, influenciadores, youtubers e políticos principalmente da direita.

Na semana passada, o Projeto de Lei acabou sendo retirado da pauta de votação, frente ao alto risco de que fosse derrubada no plenário. Na semana da votação da urgência, o Google chegou a postar um link em sua página inicial cujo título era: “PL das Fake News pode piorar sua internet”.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, acusou o Google e as demais big techs de usarem de instrumentos de impulsionamento ou de limitação do alcance de postagens para tirar atenção da discussão do projeto de lei.

“Usar os seus instrumentos para impulsionar, atrapalhar ou cercear que a outra parte se movimente, e aí convergindo todos os meios que (as plataformas) detêm, com os algoritmos que possuem influência nos estados. A pressão foi horrível, desumana e mentirosa — o pior é isso”, pontuou Lira ao GloboNews.

Diante da similaridade das pautas e das reações dos parlamentares, a BBC News Brasil procurou o Google para entender se a plataforma poderia adotar no Brasil medida semelhante à adotada no Canadá de limitar acesso a notícias a seus usuários.

Em resposta à CNN a chefe global de Comunicações do Google afirmou que “uma das coisas que realmente devemos observar sempre que um projeto de lei é aprovado é se precisaríamos fazer alterações em nossos produtos.

“Sim, talvez. Acho que essa é uma mudança potencial, mas pode haver outras mudanças que precisam ser feitas dependendo de como será o resultado final do projeto de lei. É muito difícil dizer de forma hipotética”.

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