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Aliados criticam decisão dos EUA de enviar bombas de fragmentação à Ucrânia

Líderes europeus se manifestaram contra a posição de Biden em enviar bombas de fragmentação à Ucrânia. Na sexta-feira (7), os EUA anunciaram que enviariam esse tipo de munição para que Kiev consiga se proteger.  As bombas de fragmentação costumam explodir liberando uma grande quantidade de pequenas bombas em uma área de cerca de 25.000 metros […]

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Presidente dos EUA, Joe Biden 28/06/2023REUTERS/Leah Millis

Líderes europeus se manifestaram contra a posição de Biden em enviar bombas de fragmentação à Ucrânia. Na sexta-feira (7), os EUA anunciaram que enviariam esse tipo de munição para que Kiev consiga se proteger. 

As bombas de fragmentação costumam explodir liberando uma grande quantidade de pequenas bombas em uma área de cerca de 25.000 metros quadrados. Esses pequenos fragmentos de explosivos podem ficar ativos por décadas, transformando as regiões atingidas em campos minados. 

Os governos de países como Reino Unido, Canadá e Espanha se posicionaram contrários à medida. Já a Alemanha e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmaram que cabe aos envolvidos decidirem se usam ou não o armamento.

A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, disse que as bombas de fragmentação não devem ser enviadas à Ucrânia.  

“A Espanha, com base no firme compromisso que tem na Ucrânia, também tem um firme compromisso de que certas armas e bombas não podem ser entregues sob nenhuma circunstância”, declarou a repórteres durante comício em Madri. 

Robles completou dizendo que a decisão de enviar bombas de fragmentação foi tomada pelo governo americano, não pela OTAN, em que a Espanha é membro. 

Neste sábado (8), o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, acompanhou a manifestação espanhola e declarou a repórteres que o país seguirá fazendo o possível para apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, e ressaltou que o Reino Unido é signatário da convenção contrária às bombas de fragmentação e desencoraja seu uso. 

O governo canadense reagiu no mesmo sentido. Em comunicado, afirmou que “o Canadá está em total conformidade com a convenção” contra o uso de bombas de fragmentação e leva a sério sua “obrigação de encorajar a adoção universal” ao tratado.

Os países que se posicionaram contra o uso das bombas citaram a convenção de 2008, da qual são signatários, que proíbe a fabricação e o uso dessas munições. Ao todo, 123 nações se comprometem a não produzir nem usar o armamento. 

Rússia, Ucrânia e Estados Unidos não assinaram a Convenção sobre Munições Cluster, que proíbe a produção, armazenamento, uso e transferência de bombas de fragmentação.

“Gesto de desespero”

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou sobre a decisão dos EUA em enviar as munições para a Ucrânia. Segundo ela, essa atitude trata-se de um “gesto de desespero” diante do fracasso ucraniano. 

A avaliação é da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova (foto).

“A transferência de bombas de fragmentação [dos EUA à Ucrânia] é um gesto de desespero e prova de impotência diante do fracasso da tão divulgada ‘contra-ofensiva’ ucraniana”, falou.

De acordo com a porta-voz da chancelaria russa, as bombas de fragmentação, com a qual Washington e Kiev contam, sem pensar nas consequências, não afetarão o curso de uma operação militar especial. Apesar de negar o potencial das munições interferirem no conflito, Zakharova destacou o potencial de esse tipo de armamento deixar minas terrestres ativas nos locais de lançamento por décadas.

“Washington se tornará cúmplice da saturação do território com minas e compartilhará integralmente a responsabilidade pelas vítimas causadas pelas explosões, incluindo crianças russas e ucranianas”, completou. 

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Ana Clara Nascimento

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Alexandre Neres

09/07/2023 - 16h22

Ianques desgraçados!

O senhor da guerra está desovando o estoque guardado há um tempão.

As monstruosidades da democracia relativa. Por Moisés Mendes
Publicado por Moisés Mendes – Atualizado em 3 de julho de 2023 às 19:55

Ficou cansativo o debate sobre democracia relativa, a partir da fala de Lula a respeito da situação da Venezuela.

É cansativo porque algumas questões não permitem controvérsias vazias e relativizações. Vamos a alguns exemplos.

Nas democracias exemplares, o poder emana do povo porque, para começar, um cidadão vale sempre um voto.

Na Venezuela, um voto pode não valer nada, porque o sistema de eleição deles permite que o perdedor vença a eleição.

Um exemplo clássico. Na eleição de 2000, o candidato a presidente Hernandez Al Gore Gonzales teve a maior votação e perdeu a eleição.

Nos últimos 28 anos, em sete eleições o menos votado foi eleito na Venezuela, porque nessa democracia torta prevalece o conceito de colégio eleitoral sobre a soma de cada voto individual.

É uma das maiores monstruosidades das democracias ocidentais. Vem sendo mantida desde a escravidão, para preservar os interesses dos brancos e dos ricos.

Os americanos, sempre perfeitos, que tudo consertam pelo mundo, com seu gigantesco coração benemerente, já tentaram consertar esse defeito da democracia relativa venezuelana e não conseguiram.

A Venezuela é arrogante, violenta e impositiva. É invasora de países considerados inimigos e não preza muito pelos conceitos clássicos e/ou liberais de justiça.

Desde 2002 os venezuelanos mantêm uma prisão ilegal em Guantánamo, em Cuba, com prisioneiros de várias partes do mundo. São torturados e morrem sem julgamento.

Os organismos internacionais nada fazem porque a Venezuela é considerada intocável. E, como Cuba é amiga da Venezuela, não há o que fazer.

Desde sempre a Venezuela derruba governos, impõe ditaduras, apoia déspotas e assassinos, participa de guerras em todas as regiões, tentando levar seu conceito de democracia perfeita.

Em nome dessa democracia dita liberal, a Venezuela promove massacres e mata civis, entre os quais milhões de crianças, sempre com o argumento de que está protegendo o mundo.

A Venezuela utiliza sua central de inteligência para controlar governos, espionar governantes e chantagear até mesmo parceiros dos seus desatinos.

O jornalista Julian Assange está preso desde 2019 em Londres e pode ser extraditado para a Venezuela, porque divulgou documentos secretos da espionagem venezuelana, inclusive no Brasil.

A democracia relativa venezuelana é arrogante e não admite questionamentos. Negros, pobres e minorias, que chegaram a comemorar avanços nos últimos anos, são perseguidos inclusive pela estrutura institucional da Justiça.

Negros perdem o direito a cotas nas universidades porque a Justiça assim decide. Gays não podem casar entre si, em muitos Estados, porque leis e juízes fascistas não permitem.

A Venezuela prega liberdade e igualdade, mas faz tudo ao contrário, para vender ao mundo a ideia de que é modelo para todos. Lula não sabe, por ser ingênuo e inexperiente, mas a democracia relativa venezuelana é prepotente.

Na Venezuela, a maioria poderosa política e economicamente impõe sempre, com seus juízes brancos, as suas posições reacionárias em relação a direitos de minorias.

Na democracia venezuelana, as prisões estão abarrotadas de presos pobres e negros. A Venezuela tem a maior população carcerária do mundo e ainda condena seus presos à morte e à prisão perpétua.

A venezuelana Hillary Sanchez Romero Guzmán quase foi eleita a primeira presidente venezuelana, em 2016.

Obteve maioria de votos, mas foi derrotada pelo sistema de contagem de votos da democracia venezuelana, que dá vitória quase sempre a conservadores.

Hillary Sanchez Romero Guzmán poderia ter sido a primeira presidenta venezuelana. Mas ganhou e perdeu. A Venezuela já teve 44 presidentes desde a independência. Todos homens.

Há muitas outras distorções e vícios na democracia relativa venezuelana, que tenta se impor ao mundo como a verdadeira democracia.

Mas os americanos estão sempre a postos para desmascará-la. A democracia é um bem absoluto, transparente, inteiro, redondo, robusto, inquestionável.

A democracia é como uma banana, um pneu, um burro, um submarino. É ou não é. É o que está ali, límpido, puro, translúcido, imaculado. É algo absoluto, inquestionável como um ovo. Os americanos sabem bem, mas os venezuelanos não sabem.

A Venezuela impõe sua democracia a parceiros e a inimigos, por achar que a sua democracia é a verdadeira e que todas as outras são falsas e relativas.

Um dia a Venezuela e Lula irão aprender o que não pode ser relativizado nunca.


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