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Popularidade digital de Zema despenca após declarações separatistas

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viu sua popularidade digital cair abruptamente neste mês após defender um maior protagonismo das regiões Sul e Sudeste nas discussões nacionais, declarações que foram consideradas separatistas. Esse declínio anulou a recuperação que ele havia experimentado em julho. As críticas às declarações de Zema foram predominantes nas redes […]

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Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viu sua popularidade digital cair abruptamente neste mês após defender um maior protagonismo das regiões Sul e Sudeste nas discussões nacionais, declarações que foram consideradas separatistas. Esse declínio anulou a recuperação que ele havia experimentado em julho.

As críticas às declarações de Zema foram predominantes nas redes sociais e também ressoaram entre políticos, principalmente entre opositores, mas também entre os que estão no espectro de centro e direita. O governador mineiro é considerado um pré-candidato da ala direita para as eleições de 2026 e tem buscado rivalizar com Lula (PT).

Em contraste, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes e outro possível nome para as próximas eleições nacionais, manteve-se como líder em visibilidade, embora tenha registrado queda nos números totais.

Essas tendências foram observadas através do IPD (Índice de Popularidade Digital), um indicador que varia de 0 a 100, analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado utilizando um algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

Em julho, Zema observou um aumento em sua popularidade digital, chegando a ultrapassar a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que havia sido vice-líder em junho. No entanto, uma entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo e publicada no sábado (5) fez com que ele perdesse 20 pontos em seu índice, levando-o de volta à terceira posição com uma pontuação de 30,08.

O governador mineiro chegou a estar cerca de 0,5 ponto à frente do quarto colocado, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Enquanto isso, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), alcançou o quinto lugar no mesmo mês, com uma pontuação de 28,61.

Devido à queda na popularidade de Zema, Raquel Lyra manteve sua posição de segundo lugar em visibilidade digital, com uma pontuação de 35,24, enquanto Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, que havia recuperado força nas redes e conquistado o terceiro lugar em julho, experimentou uma queda neste mês, ficando na sexta posição com 27,96 pontos. Apesar de manter a liderança, Tarcísio de Freitas registrou quedas consecutivas em sua popularidade.

Além das declarações de Zema, outros fatores também podem ter contribuído para a queda numérica, como a operação Escudo conduzida pela Polícia Militar em Guarujá, que resultou na morte de pelo menos 16 pessoas, e a crise com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no contexto da reforma tributária, incluindo uma discordância pública do governador paulista.

Os políticos mais bem posicionados demonstram uma tendência de projeção nacional. Enquanto Tarcísio e Zema buscam espaço no campo da direita após a declaração de inelegibilidade de Bolsonaro, Eduardo Leite tenta se firmar como uma alternativa não-bolsonarista a Lula.

A empresa Quaest também analisou o volume e a natureza da mobilização digital em torno das declarações de Zema sobre o Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), coletando menções nas redes sociais de 5 a 7 de agosto, categorizadas por meio de um modelo de aprendizado de máquina.

O assunto gerou mais de 178 mil menções, ganhando maior destaque no domingo (6) com a nota crítica do Consórcio Nordeste sobre a entrevista e o tweet de Leite, que negou qualquer intenção de criar rivalidades entre as regiões do país.

Zema também respondeu às críticas com uma publicação nas redes sociais, enfatizando que “a união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões” e que suas intenções eram de agregar esforços para o bem do país.

Na segunda-feira (7), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, juntou-se ao coro de vozes contra o governador, citando o ex-presidente Juscelino Kubitschek para rejeitar uma “cultura de exclusão” por parte dos mineiros.

Das interações relacionadas às declarações de Zema, 64% foram de natureza crítica, enquanto 36% foram de apoio. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o governador de Minas está tentando adotar uma estratégia semelhante à de Bolsonaro em 2018, ganhando visibilidade constante nos noticiários por meio de declarações polêmicas, ao mesmo tempo que se posiciona como líder da direita e se destaca como um nome na disputa eleitoral.

Nunes argumenta que, a curto prazo, as declarações podem ter gerado mais perdas do que ganhos em termos de popularidade digital, porém, também proporcionaram maior exposição e uma identificação mais forte com um campo político específico (a direita). Isso poderia levar a ganhos na identificação com os eleitores durante a disputa pelo eleitorado que apoia Bolsonaro.

No cômputo final do IPD, cinco dimensões são consideradas: fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas). Cada dimensão é ponderada por um modelo que incorpora os resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

O comportamento digital dos políticos reflete não apenas suas interações nas redes, mas também as dinâmicas políticas em evolução. A queda de popularidade de Romeu Zema após suas declarações separatistas ilustra o impacto direto que as palavras de um líder político podem ter em sua imagem pública e nas opiniões dos cidadãos.

Enquanto Zema busca consolidar sua liderança no campo antipetista e competir com Lula, Tarcísio de Freitas mantém sua liderança em visibilidade digital, apesar das quedas recentes. Sua presença online, embora afetada por vários fatores, continua sendo uma ferramenta vital para construir seu perfil político e consolidar sua posição como um potencial candidato nacional.

A análise da Quaest sobre as interações em torno das declarações de Zema também destaca a rapidez com que os assuntos podem ganhar relevância nas redes sociais, muitas vezes impulsionados por eventos específicos e reações de outros atores políticos. Isso demonstra a importância de uma presença online estratégica e da capacidade de resposta rápida para os políticos que buscam moldar sua imagem pública e construir narrativas consistentes.

À medida que o cenário político se transforma, esses índices de popularidade digital continuam a fornecer uma visão valiosa das tendências e dinâmicas emergentes. Enquanto Tarcísio, Zema e Eduardo Leite competem por espaço no campo da direita e buscam cativar eleitores em um ambiente pós-Bolsonaro, a batalha pela atenção digital e pela construção da identidade política continua a evoluir, moldando a forma como os políticos são percebidos pela população.

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