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Brasil vai trazer da França R$ 100 bi em compromissos de investimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste sábado, 7, durante entrevista coletiva na França, que o Brasil obteve o compromisso dos 15 maiores grupos empresariais franceses para realizar investimentos no país que somam R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos. A declaração ocorreu após sua participação no Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris […]

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RICARDO STUCKERT/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste sábado, 7, durante entrevista coletiva na França, que o Brasil obteve o compromisso dos 15 maiores grupos empresariais franceses para realizar investimentos no país que somam R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos.

A declaração ocorreu após sua participação no Fórum Econômico Brasil-França, realizado em Paris na sexta-feira, 6, e integra a agenda oficial de sua visita à Europa.

O anúncio reforça a estratégia do governo brasileiro de ampliar sua presença no cenário internacional e de fortalecer laços econômicos com países europeus. Segundo Lula, a negociação com os empresários franceses reflete o retorno do Brasil ao protagonismo nas relações exteriores.

“Estamos liderando de volta ao Brasil o compromisso dos 15 maiores grupos da França de investirem R$ 100 bilhões no Brasil”, disse. “Não sei quanto custou a viagem, mas sei o que estamos levando de volta”, completou o presidente.

A estimativa dos novos investimentos foi confirmada por Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que acompanhou o presidente na missão internacional. Segundo ele, o valor representa um aumento em relação às projeções iniciais.

“Se antes da missão as expectativas eram de que esse valor chegaria a R$ 70 bilhões nos próximos anos, agora saímos muito satisfeitos com a previsão dos próprios empresários franceses de que os investimentos financeiros no Brasil podem ser de R$ 100 bilhões em cinco anos”, afirmou.

De acordo com dados do Banco Central, o estoque de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da França no Brasil atingiu US$ 78,4 bilhões em 2023, representando um crescimento de 41% em comparação com o ano anterior. Os números refletem o interesse contínuo de empresas francesas em ampliar sua presença no mercado brasileiro.

Durante o pronunciamento, Lula afirmou que sua visita à França teve como foco principal a atração de investimentos e a expansão das relações comerciais. “Vim aqui fazer negócios”, declarou.

Ele informou que propôs ao presidente francês Emmanuel Macron o aumento do fluxo comercial bilateral, que atualmente é de US$ 9 bilhões anuais.

“Disse ao Macron que nosso fluxo comercial, entre o Brasil, que é a oitava economia do mundo, e a da França, que é a quinta, seja apenas de US$ 9 bilhões”, afirmou.

Lula também mencionou a intenção de firmar novos acordos estratégicos com o governo francês, incluindo parcerias industriais. “Também temos interesse em fazer um acordo com a França para a produção de helicópteros da Helibrás para atender as necessidades do Brasil e da América Latina”, disse.

Durante a coletiva, o presidente fez críticas à postura de determinados setores da elite nacional frente a países europeus.

“O Brasil às vezes se comporta diante dos países europeus como se fôssemos colonizados, como se nossa relação fosse subserviente”, declarou.

Ele defendeu que representantes brasileiros adotem uma postura mais assertiva no cenário internacional. “O Brasil precisa deixar de ser pequeno. Nossos embaixadores precisam pensar grande. A gente não é menor do que ninguém.”

Ao comentar o novo papel internacional que o Brasil busca exercer, Lula afirmou: “Acabou o momento em que o Brasil não foi levado em conta. O Brasil hoje se faz cumprimentos. Nós somos do Sul Global e não nada devemos a ninguém.”

O presidente também detalhou compromissos que irá cumprir nas próximas semanas. Após a cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, Lula receberá em Brasília os líderes de três países: Narendra Modi (Índia), Abdel Fattah al-Sisi (Egito) e Prabowo Subianto (Indonésia).

Além disso, o presidente brasileiro confirmou presença em um encontro internacional em Mônaco voltado à discussão sobre os oceanos. “Volto ao Brasil depois de participar de um encontro em Mônaco sobre o futuro dos oceanos. Vocês acham que é só o Galvão Bueno que vai para Mônaco?”, disse.

Durante a mesma declaração, Lula defendeu a chamada economia azul e a preservação dos oceanos como parte da preparação do Brasil para sediar a COP30.

“Precisamos defender a economia azul, preservar os oceanos e preparar o Brasil para realizar uma grande COP30. O mundo rico, que se industrializou há muitos anos, precisa pagar uma conta para o mundo se descarbonizar”, disse.

Lula também comentou que pretende manter interlocução com lideranças internacionais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. “Eu vou dizer: cara, o Brasil é importante e nós precisamos debater a questão ambiental.”

Ao concluir sua fala, o presidente sintetizou sua abordagem diplomática. “O papel do presidente do Brasil é fazer as coisas acontecerem.”

A visita à França e os compromissos subsequentes reforçam a agenda internacional do governo federal, que busca reposicionar o Brasil em debates multilaterais e ampliar sua rede de cooperação econômica e ambiental com outras nações.

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Marco Paulo Valeriano de Brito

07/06/2025 - 13h59

NÃO HÁ ALTERNATIVA DIANTE DE TANTA ASSIMETRIA

Desista desse acordo Mercosul – União Europeia, Lula.
Macron está te demonstrando por linhas tortas o quanto será um erro para o Mercosul.
A Alemanha será praticamente a única beneficiada e vai nos entulhar de produtos industrializados diversos, sobretudo, máquinas e ferramentas, num desafogo industrial diante da concorrência chinesa, e isso não é nada bom para a tentativa de reindustrialização do Brasil.
A extrema-direita está instigando o agronegócio brasileiro a pressionar o Lula III por esse acordo, claro, vai vender mais soja, mais café, mais frango, porco e até pé-de-marreco, e em troca comprar mais maquinário e equipamentos para seus latifúndios plantations, além de entulharem suas casas grandes de produtos importados europeus diversos, pois esses oligarcas estão nem aí para o Brasil, nosso desenvolvimento humano, nossa independência e soberania nacional, já que o principal negócio das Casas Grandes e Farias Limas associadas é o rentismo financeiro e a manutenção da classe trabalhadora nas senzalas (favelas, cortiços, mocambos, comunidades).
Enviesadamente, a França está defendendo o agro francês, que não tem escala e nem terras para competir com o Mercosul, diga-se, o Brasil, contudo, sabe que sua indústria também sairá perdendo, na competição com a Alemanha e a China/Brics+, que já estão enraizadas na América do Sul.
Lula está fazendo papel de ‘Bobo do Agro’ e foi até levado a soltar a máxima retórica de que “o agro é o negócio do Brasil”.
Ora bolas, qual a novidade nestes 500 anos de Brasil, caro Presidente Lula?
A nossa ideia de Brasil do século XXI deixou de ser a re-industrialização nacional, a incorporação de ultratecnologias, inteligência artificial, datacenters, neoenergias, ecossustentabilidade e acabar com a pobreza e a fome do povo brasileiro?
O Mercosul não terá como manter uma concorrência sustentável com a União Europeia, e esse acordo também será prejudicial às nossas pretensões no Oriente, no Brics+, na Celac e imporá barreiras para a futura ampliação do Mercosul, para uma Zona Latino-Americana e Caribenha – ‘ZALC’, essa sim muito importante a todos nós brasileiros e latino-americanos, já que a UE tem passado imperialista e colonialista inconteste e um futuro dependente de sua reinvenção histórica e retomada de domínios sobre o que já foram suas ex-colônias no Sul Global.
Por que a África vem buscando se livrar do julgo europeu e o Lula III quer guiar o Brasil pela contramão?
A maior parte do agronegócio brasileiro não vai mudar de lado ideológico, manterá seu pragmatismo político fisiológico-financeiro, não vota no Lula e nunca apoiará a tão necessária reforma agrária brasileira, portanto, para quê querer promover o agro business plantation brasileiro na União Europeia e possibilitar a quebra da frágil reengenharia industrial no Brasil?
Não sei o quê pensam os demais governos dos países que integram o Mercosul, mas sigo torcendo que o Emmanuel Macron continue melando o acordo com a União Europeia e o Luiz Inácio Lula da Silva deixe de fazer papel de trouxa frente os europeus.
Ser doutor honoris-causa, da universidade de Paris, não pode ser em troca de abrir mão das nossas causas, ideias e ideais de Nação.

Viva o Brasil!

Marco Paulo Valeriano de Brito


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