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A diferença entre as pesquisas eleitorais

Reproduzo abaixo um post publicado há pouco no blog Cartas Persas. Diferença entre Datafolha e Ibope chega a 20 pontos em pesquisas do mesmo mês 02 de dezembro de 2013 A temporada da guerra das pesquisas, aberta em outubro (leia aqui), segue a todo vapor. Assim como em outubro, a guerra sangrenta dos números foi solenemente […]

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Reproduzo abaixo um post publicado há pouco no blog Cartas Persas.

Diferença entre Datafolha e Ibope chega a 20 pontos em pesquisas do mesmo mês

02 de dezembro de 2013

A temporada da guerra das pesquisas, aberta em outubro (leia aqui), segue a todo vapor. Assim como em outubro, a guerra sangrenta dos números foi solenemente ignorada pelos “analistas políticos” e blogs ligados a partidários de um lado e de outro.

Desta vez, o protagonismo não está com o Datafolha, mas na “guerra particular” entre o instituto e o Ibope. Mas novamente aqui Marina Silva é o grande motivo de discórdia. Se em outubro, a divergência entre Ibope e Datafolha de intenções para a pesebista chegava a 8 ou 12 pontos (dependendo do tucano na disputa), em novembro, nas mais recentes pesquisas dos maiores institutos, a diferença se mantém em patamar elevado: 9 ou 10 pontos.

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No cenário com Aécio, enquanto o Ibope dá 16% para Marina, o Datafolha crava 26%. Já no cenário com Serra, Marina recebe 15% pelo Ibope e 24% no Datafolha. Diferença relevante já que, pelo Ibope, seria Serra o candidato mais forte da oposição; pelo Datafolha, apesar de uma (leve) queda, Marina seguiria sendo não apenas a principal candidata da oposição, como também continuaria sendo a única capaz de levar o pleito para um 2º turno.

Campos: tudo que sobe…

Já a intenção de voto para Eduardo Campos, medida pelo Datafolha, parece estar convergindo para o patamar registrado por todos os outros institutos. O Datafolha era o único que, em outubro, dava 15% para o líder do PSB nos dois cenários mais prováveis, enquanto Ibope e Vox lhe davam 10%. Em novembro, o Datafolha registrou queda do socialista para 11% em ambos os cenários. Ainda assim, é 4 pontos a mais que apontou a última pesquisa Ibope, que lhe deu 7%. Campos não é mais um “candidato que saiu do chão” para a marca dos 15%, como dizia o Datafolha (e apenas o Datafolha), e flerta com a condição de “candidato de um dígito”.

A diferença temporal pode explicar, em parte, essa diferença fora da margem de erro entre Ibope e Datafolha. Mas a consistência, isto é, a repetição da mesma diferença entre os institutos, em pesquisas realizadas em meses diferentes, sugere outros problemas. O fato de não ter havido discrepância na primeira pergunta do questionário (espontânea), também sugere falhas metodológicas (deliberadas ou acidentais).

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2º turno: números não batem… de novo

A discrepância entre Ibope e Datafolha foi ainda mais forte nas simulações de 2º turno. A diferença mínima entre ambos foi de nada menos que 6 pontos. A maior diferença foi registrada para as intenções de voto atribuídas a Marina Silva: oDatafolha registrou, para a ex-senadora, nada menos que 14 pontos a mais que o Ibope e 8,9 pontos a mais que a pesquisa CNT/MDA.

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Os eleitores ouvidos pelo Datafolha parecem muito mais decididos a realizar um voto válido (ou a responder as perguntas) que os eleitores ouvidos pelo Ibope e MDA, com diferença sempre em torno de 10 pontos. Já os eleitores ouvidos pelo Ibope parecem mais indecisos que aqueles ouvidos por Datafolha e MDA, com diferença de 5,8 a 7,6 pontos, dependendo do cenário.

 

Rejeição: números dizem “não”

Os números de rejeição colocam o Datafolha em maus lençóis. Aqui, de novo, o instituto registrou números camaradas para Marina Silva: apenas 17% não votariam na ex-senadora de jeito nenhum. O número do Datafolha é 20 pontos menor que o registrado pelo Ibope e 16,6 pontos menos que o registrado pelo MDA. Esses dois últimos, embora registrassem quase sempre cifras acima da margem de erro (exceto para Aécio), coletaram dados bastante similares – aí, sim, a diferença temporal poderia explicar oscilações fora da margem.

 

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As diferenças entre Ibope e Datafolha no quesito rejeição se manteve elevada com todos os candidatos (sendo os números do Datafolha sempre bem menores): diferença de 9 pontos no caso de Dilma, 13 pontos no caso de Aécio, 14 pontos no caso de Serra, 18 pontos no caso de Campos e, de novo, 20 pontos no caso de Marina.

 

Conclusão da 2ª Guerra das Pesquisas

Depois de ter “perdido” a 1ª guerra, em outubro, ao destoar dos demais institutos, o Datafolha volta a apresentar discrepâncias. Porém, desta vez, não foi uma derrota incontestável e tampouco solitária: o Ibope também sai “derrotado”, dado que o “instituto do desempate” da vez, o MDA, também apresentou muitas divergências significativas em relação ao Ibope, ao contrário do que aconteceu em outubro entre Vox e Ibope. O MDA, no entanto, também divergiu bastante do Datafolha, configurando-se, assim, uma guerra mais “anômica”, sem possibilidade de saber, ao certo, qual número é o mais preciso.

 

O mais certo parece ser apenas a intenção de voto para Dilma, que parece avançar para o patamar de 45%. Quando saiu a pesquisa do Ibope, duas semanas atrás, “analistas” disseram que Dilma tinha se saído bem porque “não pegou o efeito das prisões dos mensaleiros”. A Datafolha, feita com todos os petistas em cana, mostrou que o o “efeito das prisões” foi nulo.
Quanto à oposição, Campos vai voltando ao patamar de 10%. Sem exposição ou fatos novos, não deve passar disso até o início da campanha. Isso se sobreviver até lá como candidato do PSB. Já a intenção de voto para Marina é um mistério: será preciso mais uma rodada de pesquisas (do MDA ou do Vox) para mostrar qual dos dois, Ibope ou Datafolha, estavam apontando a tendência correta.

 

Já no ninho tucano, Aécio parece não passar dos 20%, patamar semelhante ao de Serra. A vantagem é que Aécio, como senador e presidente do PSDB, vem mantendo alguma exposição na mídia e tem cerca de 10 pontos a menos rejeição que Serra.

PSOL CRITICA PESQUISAS ELEITORAIS EM SÃO LUÍS

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Geraldo Amorim Filho

02/12/2013 - 21h02

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