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Debate na Argentina humilha o Brasil!

por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada O debate presidencial decisivo na Argentina, entre Scioli e Macri, foi organizado por uma ONG, realizado num espaço neutro e transmitido em pool por TODAS as emissoras de tevê! E sem perguntas (inúteis ou partidárias) de jornalistas, mas um combate direto entre os candidatos. Não tinha Pit Bonner! […]

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por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

O debate presidencial decisivo na Argentina, entre Scioli e Macri, foi organizado por uma ONG, realizado num espaço neutro e transmitido em pool por TODAS as emissoras de tevê!

E sem perguntas (inúteis ou partidárias) de jornalistas, mas um combate direto entre os candidatos.

Não tinha Pit Bonner!

É ou não é para nos humilhar, amigo navegante?

Aqui, a Globo faz sempre o último debate, na ante-véspera da eleição, quando o candidato-vítima não tem mais condições de responder no horário eleitoral gratuito.

Assim, ela ajudou a eleger o Collor, levou a eleição para o segundo turno em 2006, e quase derrota a Dilma em 2014, com a patranha da capa da Veja.

E sempre será assim.

Porque os trabalhistas brasileiros não enfrentam o “Quarto (1º) Poder”.

Isso, sem falar que todos os ditadores militares argentinos foram para a cadeia, o Néstor tirou os ministros menenzistas do Supremo e a Cristina K fez a Ley de Médios.

E ainda dizem que isso aqui é uma Democracia.

***

Abaixo segue reportagem da Agência Brasil sobre o último debate argentino.

***

Candidatos na Argentina tentam conquistar votos dos indecisos em debate

por Monica Yanakiew, correspondente da Agência Brasil

Faltando uma semana para as eleições presidenciais na Argentina, os candidatos do governo, Daniel Scioli, e da oposição, Mauricio Macri, trocaram farpas neste domingo (15), em debate inédito, para conquistar os votos dos indecisos, que correspondem a 10% dos 30 milhões de eleitores.

O debate foi realizado na faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires e transmitido, ao vivo, por todos os canais de televisão. Pela primeira vez na história argentina uma eleição presidencial será decidida no segundo turno.

Scioli prometeu manter a forte presença do estado na economia e alertou para o “perigo” de uma vitória de Macri. Segundo Scioli, uma vitória da oposição significaria a implantação de uma política econômica voltada para o mercado, cortando subsídios e desvalorizando a moeda nacional. Em resposta, Macri disse que foi a presidenta Cristina Kirchner quem promoveu a depreciação da moeda argentina, que se desvalorizou cinco vezes em relação ao dólar em oito anos.

Nas redes sociais, a repercussão foi grande: houve – logo no começo – 1,8 milhão de mensagens pelo twitter. Segundo o analista político Rosendo Fraga, apesar da repercussão, é pouco provável que o debate provoque um impacto na intenção de voto dos eleitores.

Desafio

“Quem mais precisava do debate era Scioli,  porque era a chance que tinha para se diferenciar de 12 anos de governos Kirchner”, explicou Rosendo Fraga, em entrevista a Agência Brasil. “Mas ele manteve o discurso kirchnerista de fomentar o medo. Quem teme as mudanças já decidiu votar pela continuidade – o desafio de Scioli era conquistar o indeciso”.

Dos seis presidenciáveis, que disputaram o primeiro turno em 25 de outubro último, Scioli foi o mais votado (com 37% dos votos). Mas precisava de 40% e uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado para ser eleito. E Macri surpreendeu, obtendo mais que o esperado (35%), e elegendo a candidata dele, Maria Eugenia Vidal, governadora da província de Buenos Aires. A província de Buenos Aires – a maior e mais rica do país – é governada há 28 anos pelo Partido Justicialista (ou Peronista), sendo que, nos últimos oito anos, vem sendo administrada por Scioli.

Macri vem ganhando terreno: aparece como o favorito em todas as recentes pesquisas de intenção de voto. No debate, ele se apresentou como o candidato da mudança. Há 12 anos, a Argentina é governada por um casal: primeiro por Nestor Kirchner (2003-2007), depois por sua mulher Cristina, reeleita em 2011, meses após a morte do marido.

Empresário e fundador do partido conservador Proposta Republicana (PRO), Macri é candidato da aliança Cambiemos (Mudemos). Macri vem sendo criticado pelos kirchneristas por não ter experiência ou por não ter contato com os pobres. Ao longo da campanha, porém, Macri foi mudando o discurso: prometeu manter os planos sociais do atual governo e não mexer nas empresas de aviação (Aerolineas Argentinas) e de petróleo (YPF), privatizadas nos anos noventa e estatizadas por Cristina Kirchner.

Dólar

Na campanha, Macri prometeu eliminar os controles cambiais –  impostos por Cristina em outubro de 2011 – que limitam a compra de divisas estrangeiras e a saída de dólares do pais. “Quando ele [Macri] diz que vai acabar com o controle do dólar e liberalizar o câmbio, esconde que isso representa uma redução do salário real do trabalhador”, disse Scioli, no debate, dando a entender que haverá uma corrida ao dólar e o peso sofrerá uma desvalorização. “O problema não é o dólar: o governo kirchnerista mente e destrói a confiança do pais. Por isso não temos investimentos e não podemos crescer”, rebateu Macri. E acrescentou: “Precisamos de um governo que diga a verdade, que defina regras claras e defenda o valor da nossa moeda”.

Scioli disse que o candidato oposicionista insiste em “perder tempo debatendo com um governo que termina no dia 10 de dezembro” em vez de discutir o futuro. Nenhum dos dois candidatos respondeu a perguntas incômodas. Apesar das farpas, os dois candidatos respeitaram os tempos e as regras do debate, que teve inicio com um minuto de silêncio pelas vítimas dos atentados do último dia 13 em Paris.

Arturo Costa, de 25 anos, que trabalha entregando jornais de madrugada, e Isabel Fernandez, de 53, dona de uma loja de roupas, estavam entre os indecisos que assistiram ao debate. E ainda não definiram seu voto.

“Eu não vivi a crise de 2001, portanto não tenho medo do passado. Só sei que o custo de vida aumenta a cada dia, mas tenho trabalho e minha família também”, diz Costa. “Vivemos na província de Buenos Aires e lá hospital público não funciona. Mas não sei o que Macri pode oferecer de diferente”.

Isabel perdeu sua poupança no confisco de contas bancárias de 2001. “Não quero voltar ao passado, mas também estou cansada de 12 anos do mesmo governo”, diz ela. “Mudar seria bom. Mas tivemos tantas mudanças bruscas, que passamos a dar valor à estabilidade. Nenhum dos dois candidatos me convence.”

Edição José Romildo

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