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Bolsonaro na CNI

Aconselhamos ao internauta a assistir à sabatina de Jair Bolsonaro, para ter uma ideia mais clara do risco que o país corre. Detalhe: Jair Bolsonaro foi o candidato mais aplaudido entre empresários, e o seu vídeo é, de longe, o mais visto. *** No Estadão Sob aplausos, Bolsonaro critica desde cotas para negros até imprensa […]

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Aconselhamos ao internauta a assistir à sabatina de Jair Bolsonaro, para ter uma ideia mais clara do risco que o país corre.

Detalhe: Jair Bolsonaro foi o candidato mais aplaudido entre empresários, e o seu vídeo é, de longe, o mais visto.

***

No Estadão

Sob aplausos, Bolsonaro critica desde cotas para negros até imprensa

Para empresários, presidenciável fez discurso com suas ideias econômicas e atacou a legislação ambiental, o Congresso, a mídia e a esquerda

Leonencio Nossa, O Estado de S.Paulo

04 Julho 2018 | 14h58

BRASÍLIA – Em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o pré-candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, arrancou aplausos, na manhã desta quarta-feira, 4, ao atacar a política de cotas para negros, a legislação ambiental e indigenista, o Congresso, o governo, o Supremo, a esquerda e a imprensa.

À plateia formada por empresários, ele disse que, se eleito, pretende melhorar a economia com a retomada de diretrizes do “Brasil Grande”, como ficou conhecida a fase dos megaprojetos de infraestrutura da ditadura militar que antecederam, porém, ao período de recessão, aumento da dívida externa e dos dramas ambientais e sociais. “Não faremos nada da nossa cabeça. Os senhores que estão na ponta das empresas serão os nossos patrões”, afirmou.

Ele disse que gostaria de convidar os empresários a fazerem uma visita a Mato Grosso do Sul para buscar “soluções” aos problemas agrários. É no Estado que ocorrem graves conflitos de terra e altos índices de suicídios e assassinatos de índios guaranis caiovás. Foi aplaudido. Assim como foi aplaudido ao reclamar que o Ibama leva “dez anos” para conceder uma licença a uma pequena hidrelétrica. “Ninguém quer o mal para o meio ambiente”, ponderou.

Bolsonaro avaliou, por exemplo, que terá apoio popular se “redimensionar” a política de direitos humanos. “Se redimensionarmos a política de direitos humanos, não vamos ganhar a população? Não custa nada.” Mais tranquilo após os primeiros aplausos e risos do público, Bolsonaro afirmou que o Supremo Tribunal Federal tem legislado no lugar da Câmara e do Senado e que, se a situação permanecer, o País ficará “ingovernável”.

Em seguida, ele mirou no Congresso. O ex-capitão do Exército disse que o parlamento era mais valorizado pela sociedade e que, atualmente, é dominado por “grandes interesses”. “No período militar, o deputado era gente. Hoje, temos operadores”, avaliou. A propósito, a ditadura impôs, já em 1964, ano do golpe contra o presidente João Goulart, uma rígida política de cassações de mandatos e retaliações a parlamentares oposicionistas.

Sem citar o presidente Michel Temer e o MDB, Bolsonaro perguntou aos empresários se eles sabiam como estava a situação do Porto de Santos. “Está na mão de qual partido? Vamos quebrar esse negócio, acabar com isso que está lá”, disse. Em discursos anteriores, ele acusou o presidente e a legenda de apadrinharem o porto.

Bolsonaro foi aplaudido até quando disse não saber responder a uma pergunta sobre como tratar o Senai. Ele disse que estava aberto a sugestões sobre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. “Quero sugestões, não quero passar aquilo que não domino.”

O pré-candidato encontrou a fórmula para provocar risos e ganhar de vez aplausos da plateia: ataques à ex-presidente Dilma Rousseff e à esquerda latino-americana. Fez ataques ao Mercosul do tempo “bolivariano” e até ao educador Paulo Freire. “Tem três partidos que não quero conversar num eventual governo”, disse, referindo-se a legendas de esquerda. “Eu não quero colocar um busto do Che Guevara no Planalto”, disse. “Um presidente deve chegar lá e nomear seu time. Vou botar alguns generais em alguns ministérios. Os (governos) anteriores não colocaram terroristas e corruptos?”, perguntou. A plateia aumentou as palmas.

Nos momentos em que falou de assuntos de interesse direto da indústria, Bolsonaro reafirmou que defende uma reforma previdenciária em partes, mudanças na legislação trabalhista e desoneração de alguns setores, sem dar detalhes. O déficit da Previdência foi o tema escolhido pelo público para que o pré-candidato se pronunciasse.

O pré-candidato, então, afirmou que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, também na disputa presidencial, errou ao propor uma reforma em que a idade mínima de aposentadoria dos homens seria de 65 anos. “Isso assustou, pois no Piauí a média de vida é 69 anos”, disse. Ele, porém, criticou propostas para mudar a previdência dos militares, seu setor de origem. E disse que estava atento à esquerda, que “tira proveito enorme” desse debate. “A conotação que a esquerda dá acaba com qualquer esperança de mudar o Brasil por vias democráticas, o que tem que ser.”

Ele relatou que, em conversas com a equipe do economista de Paulo Guedes, seu principal conselheiro na área, ouviu que é possível mudar a situação orçamentária do governo sem aumentar tributos. “Dá para manter a inflação, diminuir a taxa de juros, um dólar que não atrapalhe quem quer importar e reduzir essa monstruosa dívida interna sem aumentar os impostos? Dá sim”, disse. “Precisamos fazer novamente o Brasil Grande.”

Críticas à imprensa

Bolsonaro também queixou-se da cobertura jornalística de sua pré-candidatura e disse que as empresas de comunicação tratam mal os setores da iniciativa privada. “A grande mídia tem que parar de olhar os senhores como bandidos, assim como os agricultores rurais”, afirmou.

Logo depois, numa entrevista coletiva, Bolsonaro atacou diretamente o Grupo Globo. O ataque ocorreu no momento em que informou que pretende ir aos debates promovidos pelas emissoras de televisão. “Vou a todos os debates. Quero ir especialmente ao último, que vai ser o da Rede Globo, que tem uma importância grande, com suas novelas, importante para a educação”, disse em tom de ironia. Em seguida, complementou: “Eles precisam do governo. Ninguém quer perseguir empresário”.

Ao minimizar a possibilidade de não conseguir fazer coligações para garantir espaço no horário eleitoral, Bolsonaro disse que “o povo brasileiro tem uma mídia própria”. “Ele sabe fazer seu filtro.” O pré-candidato disse que, hoje, tem o apoio de 110 deputados, mas que muitos não tornam pública a aliança para evitar retaliações de lideranças partidárias.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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José Carlos

08/07/2018 - 21h34

Golpe é o que a impressa comunista faz. Golpe é ver um STF aparelhado. Golpe é ver as universidades lotadas de comunista doutrinadores.

Salomão dos Santos

08/07/2018 - 08h27

SÓ POSSO AFIRMAR QUE BOLSONARO SERÁ ELEITO. O BRASIL SOFRERÁ TRANSFORMAÇÕES DE ORDEM MORAL, SOCIAL E POLÍTICA. AGUARDEM!!!!!!!!!

asd

04/07/2018 - 18h54

e todos contribuíram para isso… Bolsonaro é a ideia fortalecida pelo momento, e o momento foi ditado pela Globo e pelos interesses anti progressistas, Plano Atlanta, 7 irmãs, USA, vira-latice, oportunismos individualistas, etc…

ari

04/07/2018 - 16h47

Bolsonaro dá mais um monte de razões para o PT continuar com o Lula 2018

    PT vai eleger o Fascismo!

    04/07/2018 - 17h31

    Ao contrário, vc não vê que o empresariado foi tomado pelo fascismo? Isso só reforça que o PT deveria parar de brincar com fogo e apoiar a candidatura do Ciro Gomes, que poderia levar uns 45% só no primeiro turno. É claro que o PT tbm tem uma rejeição muito grande, o que afetaria a campanha do Ciro.

      josa

      04/07/2018 - 18h57

      Como o PT tem rejeição a Cyro cada um pra o seu lado e nos encontramos no segundo turno quem passar,agora Cyro é de direita a esquerda já tem candidatos

        Miguel do Rosário

        04/07/2018 - 19h48

        Josa, é muito esquizofrênico acusar Ciro de ser de “direita”. É um argumento infantil, de militante do PSTU disputando centro acadêmico.

    Alan

    05/07/2018 - 13h35

    Essa infantilidade dos lulistas tá a coisa mais chata do mundo.

    Ok, votem no Bolsonaro e sejam felizes para sempre, mas parem com a choradeira.

Lucy

04/07/2018 - 16h38

Num recente encontro o procurador americano Kenneth agradeceu aos golpistas de 2016 e aos corruptos magistrados traidores do Brasil pelos imensos lucros entregues pela Operação Lava Ratos (Operação planejada e comandada pela CIA) para as multinacionais anglo americanas: dezenas de bilhões de barris de petróleo entregues pelos golpistas por preços de coca cola, fechamento de grandes unidades de refino no Brasil e redução de carga nas refinarias para permitir a exportação de gasolina e diesel ao Brasil por altos preços internacionais, fechamento de estaleiros nacionais e do setor industrial brasileiro com transferência de seis milhões de empregos para os EUA, revogação da LEI DA PARTILHA criada por Lula em 2003 (30% dos lucros do petróleo eram destinados à educação, saúde e segurança lei anulada pelos golpistas) resultou na isenção de impostos sobre o petróleo para TODAS as empresas estrangeiras por 30 anos (MP-795 arruinou com as economias dos estados produtores de petróleo: Rio de Janeiro, Rio Grande Do Norte e Rio Grande do Sul; falência de 64 mil empresas brasileiras após o golpe de 2016; THANK YOU LAVA RATO RODRIGO JANOT AND JUDGE MORROW!!!

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-procurador-americano-fala-do-relacionamento-intimo-do-departamento-de-justica-dos-eua-e-lava-jato/


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