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Cappelli: Frente Democrática não pode ter “partidismos imbecis”

“A construção de uma Frente Democrática, sem partidismos imbecis, já deixou de ser uma necessidade política. Trata-se de uma estratégia defensiva de sobrevivência.” CERCO E ANIQUILAMENTO: A LÓGICA É OUTRA Por Ricardo Cappelli Quem raciocinar sobre o governo Bolsonaro com a lógica anterior estará fadado a não entender o que está acontecendo. Estamos diante de […]

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Foto: Alessandro Dantas

“A construção de uma Frente Democrática, sem partidismos imbecis, já deixou de ser uma necessidade política. Trata-se de uma estratégia defensiva de sobrevivência.”

CERCO E ANIQUILAMENTO: A LÓGICA É OUTRA

Por Ricardo Cappelli

Quem raciocinar sobre o governo Bolsonaro com a lógica anterior estará fadado a não entender o que está acontecendo.

Estamos diante de uma ruptura brutal com o sistema. Lula manteve, seja no presidencialismo de coalizão, seja na lógica de manutenção do tripé da política macroeconômica, os mesmos paradigmas do governo FHC. O conteúdo político ideológico do governo, as prioridades, obviamente foram outras, mas sem ruptura com o sistema.

Bolsonaro está comandando uma ruptura guiado pela lógica militar. Na política, quando se ganha, a recomendação é distensionar, acalmar os ânimos. Na guerra a marcha continua até o aniquilamento do inimigo ou sua rendição humilhante.

Muitos sinais indicam que a Lava Jato contou com apoio de fora. Além dos formais, como o acordo do MP brasileiro com os EUA, algumas digitais, como a invasão dos emails de Dilma, indicam que a CIA/NSA estão nos visitando e orientando parte da burocracia estatal faz tempo.

Não adianta ficar esperneando agora, dizendo que Moro se revelou, que sempre foi político e etc. É choro inútil de perdedor. O novo Czar terá sob sua batuta PF, CGU e a política de segurança pública. E o Tio Sam na retaguarda.

Vai marchar com toda força sobre os opositores que serão tachados de corruptos. Não se espantem se a maioria da população aplaudir.

Redução drástica da máquina pública, pauta comportamental conservadora e o abandono do tripé macroeconômico, com câmbio em torno de 4 reais, juros baixos e inflação controlada “sem a paranoia das metas”. Se confirmado, claro, o anunciado até aqui por Paulo Guedes.

Este coquetel de medidas altera paradigmas e pode ser devastador. Lembremos o que ele disse e como foi votado pelo povo: “se preparem vermelhos, império da lei, cadeia ou exílio”.

A construção de uma Frente Democrática, sem partidismos imbecis, já deixou de ser uma necessidade política. Trata-se de uma estratégia defensiva de sobrevivência.

O rolo compressor começará a rodar já já. Quem ainda se ilude com uma resistência formal ideológica e heroica no vão do Masp pode deixar o passaporte atualizado, ou ir se habituando à cadeia.

Escrevi algumas vezes que Bolsonaro poderia ganhar as eleições, inclusive no primeiro turno. Poucos levaram a sério. Fui chamado por alguns de profeta do apocalipse. Eles estão marchando. Até quando vamos continuar negando a realidade?

Unidade Ampla ou aniquilamento. É só escolher.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Doda

05/11/2018 - 15h39

A coisa é simples, só será vista pelo pt como democrática se for “encabeçada” pelo próprio pt, o contrário disso não serve para os cumpanheiro….

INGRID SCHNEIDER

03/11/2018 - 13h05

Como começar uma frente ampla sem partidarismos imbecis se esta frente, no campo parlamentar, exclui, de saída, o maior partido de oposição? Vocês que apoiaram o Ciro,, poderiam dar uma palavrinha com ele: para explicar o que é frente democrática, para perguntar se nessa frente assim tão ampla, há lugar para pedetistas que apoiaram abertamente Bolsonaro.

Souza

02/11/2018 - 00h58

Pois é, na França conseguiram impedir a chegada dos Bolsonaro deles ao poder… aqui é mt estrela p pouca constelação.

Ataulfo Andrade

01/11/2018 - 20h55

Infelizmente, sempre a cegueira burguesa de que a política é o que se faz em salões e gabinetes.
Não existe frente ampla de parlamentares, políticos, artistas, intelectuais que derrote o golpe de estado.
O Lula não se filiou a um partido para ser político. Começou, isso sim, liderando um movimento de massas, e junto com outros líderes de massas e alguns intelectuais pequeno-burgueses, fundou o PT.
O PT surgiu como um partido de massas, não um partido de políticos burgueses, como é o caso do Ciro Gomes e do próprio Haddad. Aí está a diferença.
Lula não é o gigante que é porque entrou em um (ou sete) partido(s) e ficou articulando com parlamentares e intelectuais. Lula é o gigante que é porque tem um movimento de massas por trás dele (a CUT, os MST’s e o próprio PT, com 2 milhões de filiados).
NÃO EXISTE caminho para derrotar Bolsonaro, a Igreja Universal, Sérgios Moros e Deltans Dallagnóis, Rede Globo, Itaú, Bradesco, Fiesp, Forças Armadas, enfim, a DIREITA, que não passe pela mobilização popular de massas.
Ficar fazendo ativismo de celular pode ser auto-gratificante para a esquerda pequeno-burguesa brasileira, mas só derrotaremos nossos inimigos com a mobilização do povão. Os trabalhadores são inteligentes, eles entendem o que está se passando se alguém lhes explicar.

Paulo

01/11/2018 - 20h24

Meu Deus, que paranoia!

Guimarães Roberto

01/11/2018 - 20h15

Quem pode irá colocar em prática o conteúdo de uma frase antiga: “A melhor saída é o aeroporto do Galeão”.

Marcos Videira

01/11/2018 - 17h41

MIGUEL: penso que Ricardo Cappelli escreveu a mais esclarecedora análise das causas da atual crise que envolve o PT e outros partidos. Analisar os fatos consumados é uma coisa. Prever os dois cenários possíveis, como ele fez, é outra coisa.
Ricardo publicou no dia 07 de Agosto o texto “Domingo Sangrento”. Se me permite, sugiro que o texto seja republicado pelo Cafezinho, pois ele descreve fatos que devem servir de parâmetros para a necessária Frente Ampla. Sem democracia verdadeira na Frente, haverá aniquilamento. A Verdade liberta !

Eu Mesmo

01/11/2018 - 16h43

logo logo vcs vão conseguir mudar o significado de “democracia”….

    Paulo

    01/11/2018 - 20h23

    Já mudaram há muito tempo. A “democracia” dos esquerdistas não é (nem jamais foi) a velha, boa e sã democracia burguesa, haurida da Revolução Francesa e aperfeiçoada ao longo de quase 250 anos. A democracia da esquerda é a da antiga República Democrática da Alemanha (que não se perca pelo nome!)

Justiceiro

01/11/2018 - 15h34

Parem de deturpar as palavras do nosso presidente. Bolsonaro disse que vai mandar os vermelhos bandidos pra cadeia.

quem for vermelho e não for bandido fique tranquilo. Agora, em vez de desempoeirar o passaporte, limpem a carteira profissional, que a boquinha acabou.

Sandro

01/11/2018 - 14h58

Disse tudo! Frente Ampla NOW!


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