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Alberto Vannucci: proposta de Moro para corrupção é populista

O cientista político e italiano Alberto Vannucci apresentou, em entrevista para a BBC, uma ótima explanação sobre as consequências da parceria Bolsonaro/Moro. Vale lembrar que o intelectual italiano é especialista no combate a corrupção e um dos estudiosos da operação Mãos Limpas, aquela que inspirou a Lava-Jato. Vannucci argumenta que a presença de Moro no Ministério […]

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Fotos: Anticorruption Policies Revisited / Lula Marques

O cientista político e italiano Alberto Vannucci apresentou, em entrevista para a BBC, uma ótima explanação sobre as consequências da parceria Bolsonaro/Moro.

Vale lembrar que o intelectual italiano é especialista no combate a corrupção e um dos estudiosos da operação Mãos Limpas, aquela que inspirou a Lava-Jato.

Vannucci argumenta que a presença de Moro no Ministério da Justiça traz um grande risco ligado a interferência que o judiciário poderá exercer sobre o executivo e vice-versa. O pesquisador italiano destaca que essa “jogada” abre brecha para Moro perseguir adversários [independente que ele faça ou não].

“Ele pode ter investigado políticos em sua carreira e, agora, estar trabalhando como um político. Ele pode, por exemplo, ter coletado informações sobre políticos e agora usar essas informações. É um fator de poluição nesse processo político.”

Outra coisa que chama a atenção na entrevista é a obviedade que temos no populismo da frase “implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado”. Vannucci comentou assim:

É um argumento muito ingênuo e populista. Liderar uma operação judicial contra corrupção, com as habilidades de um juiz, não é garantia de que você saiba como políticas efetivas anticorrupção devam ser formuladas e aplicadas.”

Realmente, só faz algum sentido acreditar na eficiência de Moro no MJ se ele for lá apenas para ser o garoto marketing do negócio. A política dentro de um ministério tão importante é pesadíssima (a vida real são outros 500, não é tretinha de Facebook) e precisa ter certo grau de experiência para primeiro aguentar a pressão e depois conseguir tomar alguma ação efetiva.

Enfim, numa reflexão rápida sobre o quadro desenhado, interferência entre executivo/judiciário pode indicar sinais não apenas do caos institucional que vivemos, mas também da que concentração de poder, o que aumenta a probabilidade de um regime autoritário.

O Horário é de verão, mas o inverno bate na porta.

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Tadeu Porto

Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil

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Comentários

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Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

06/11/2018 - 18h55

Prossegue-se, com álibi para não condenar.No país da mentira, a verdade jamais será alcançada.

Ricardo

06/11/2018 - 12h10

Com 82% de aprovaçáo da escolha do Juiz Sérgio Moro para o cargo de MJ do Governo Jair Bolsonaro, segundo o instituto Parana Pesquisas, pode se concluir que a opiniāo desse Italiano nāo quer dizer nada para a populaçāo.

Justiceiro

05/11/2018 - 18h23

Querem saber se esse palpiteiro italiano serve pra alguma coisa? perguntem pra ele se ele é a favor ou contra a extradição de Cesare Batistti.

Se for contra, já sabemos que tipo de gente é.

Renato

05/11/2018 - 13h55

Cientista político especializado no combate à corrupção ? Não sabia que na Itália, em vez de polícia , MP e judiciário , são os cientista políticos que combatem a corrupção. Será isso uma jabuticaba italiana ?

    Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

    05/11/2018 - 14h27

    Não fiquem tão preocupados, mais verdades virão pela boca do próprio Moro. Nesse sentido, o governo do Bolsonaro deveria empossar a comissão da verdade no ministério da Justiça. Mas as vestais do Ministério Público sugerem uma preferência homeopática.

    Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

    06/11/2018 - 12h01

    De modo científico, creio que não haja um fundamento seguro para distinguir entre gente fascista e gente nazista.

Justiceiro

05/11/2018 - 09h47

É incrível como a esquerda usa – e abusa! – das opiniões de gente estrangeira. Parece que eles sabem tudo de Brasil. É um juiz italiano que confessou que não conhece bem a Lava Jato mas já opinou que Moro não deveria ter virado Ministro, é esse cientista, também italiano, que critica Moro por ter virado ministro…fora os ex-qualquer coisa, que a esquerda para dizer que Lula está preso injustamente.

Mas, vá um estrangeiro elogiar a Lava Jato, vá um estrangeiro dizer que a prisão de Lula foi legal? Vai ouvir que não deve se meter nos nossos assuntos.

    Dimas

    05/11/2018 - 14h59

    O cientista político é especialista no processo da “Mãos limpas”, portanto deve conhecer aspectos do processo Lava-Jato já que Moro se espelhou naquele para implementa-la no Brasil. A unica diferença parece ser que ao inves de eleger um dono de rede de tv elegeu um capetão de extrema direita. Assim como a Italia foi ladeira abaixo, os brasileiros estão providenciando para que nós sigamos o mesmo caminho.

Paulo

05/11/2018 - 09h23

Tenho dúvidas sobre a capacidade de Moro de ser um dirigente político. Ele conhece Direito Penal, profundamente. E um pouco dos demais ramos. Mas lidar com uma máquina como um Ministério da Justiça? E num momento em que será chamado a prestar contas? Temo pelo seu desgaste precoce, a menos que conheça pessoal especializado que possa ajudá-lo. Enfim, creio que ele vai esperar como nunca a “expulsória” do Celso de Mello…

Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

05/11/2018 - 07h14

No país da mentira, a verdade jamais será alcançada.

Deusdedit Leal da Silva

04/11/2018 - 14h56

Tinha que fazer alguma coisa, independente do Sergio Moro ser magistrado? O que interessa é que vai ser estancado a sangria que ai estava. E o pior de tudo a bandalheira. Vou ficar com voz do povo. Jornalista italiano que vai cuidar das mazelas da Itália e não vem aqui colocar em cheque o inicio de um longo trabalho. Independente de qualquer coisa se é populista ou não? O que não podia era continuar a ser Bolivariano. O senhor não é mau jornalista mas errou quando se meteu nas vidas dos brasileiros de bem deste pais. Cronica ou artigo super infeliz. Nos governos passados tiveram Juiz , Promotores, Delegados, e nunca vi artigo seu os criticando. A – eles já eram populistas.

    Padre Olegário

    04/11/2018 - 18h39

    Tá louco meu! Confessa que não bate bem da cassuleta! Fumou erva molhada ou era mer.da de vaca ?

      Renato

      05/11/2018 - 14h03

      Que sabor e quais os efeitos de erva molhada e da mer.da de vaca, nobre petista ?

    Dimas

    05/11/2018 - 15h00

    Então voce também e favoravel a estancar a sangria. Voce é um idiota. Ouviu o galo cantar e não sabe onde.


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