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Gilberto Maringoni: Mudança de posição turca aumenta tensões com a Rússia

Por Gilberto Maringoni A mudança de posição da Turquia em relação à entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN deve ser vista no intrincado quebra-cabeças internacional montado desde a invasão russa e de suas consequências para a aliança Ocidental. Vale sublinhar que todas as decisões na Organização do Tratado do Atlântico Norte devem ser […]

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Foto: Gabriel Bouys/AFP

Por Gilberto Maringoni

A mudança de posição da Turquia em relação à entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN deve ser vista no intrincado quebra-cabeças internacional montado desde a invasão russa e de suas consequências para a aliança Ocidental. Vale sublinhar que todas as decisões na Organização do Tratado do Atlântico Norte devem ser consensuais, o que dá a qualquer membro poder de veto.

As indicações prévias davam conta que a cúpula da OTAN em Madri terminaria sem novidades – ou fiasco -, num cenário em que a Rússia assumiu domínio de quase todo o leste da Ucrânia e do litoral do mar de Azov, do Donbass até a Criméia.

Kiev está sem condições de desatar uma ofensiva militar com algum grau de sucesso nessa região. Some-se a isso a perspectiva de uma grave crise energética na Europa, em especial na Alemanha, diante da perspectiva de redução ainda maior das exportações de gás russo, com consequências econômicas muito graves.

Do lado dos Estados Unidos, Biden segue com problemas internos diante da ameaça conservadora na Suprema Corte – aprovação da restrição ao direito ao aborto e liberação do uso de armas. É nesse cenário que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan decidiu negociar com Washington sua mudança de posição. Ainda não se conhecem os termos do acordo, mas as concessões da Casa Branca e de seus aliados europeus devem ter sido significativas.

A entrada dos dois países nórdicos representa uma escalada nas provocações e tensões ocidentais contra Moscou e podem apontar para um prolongamento da guerra, o que interessa aos EUA. Joe Biden, que terá dificuldades de vencer a direita republicana nas eleições parlamentares no final do ano, tentará apresentar internamente a expansão da aliança militar como trunfo de sua diplomacia belicista.

Nesse contexto, são muito suspeitas as motivações de um ataque de mísseis atribuído à Rússia a um shopping center em Kremenchuk, na região central da Ucrânia. Ele se dá justamente durante as cúpulas da OTAN, na Espanha, e do G7, na Alemanha. O que Moscou teria a ganhar com tal ação? É outro ponto obscuro a ser desvendado no conflito.

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