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China aprova resposta duríssima contra os EUA

China impõe tarifa de 34% sobre produtos dos EUA e reviravolta global beneficia Brasil, Europa e Ásia. A China anunciou nesta sexta-feira (04/04/2025) uma medida que promete abalar os alicerces do comércio internacional: a partir de 10 de abril, todos os produtos importados dos Estados Unidos estarão sujeitos a uma tarifa adicional de 34%. A […]

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China impõe tarifa de 34% sobre produtos dos EUA e reviravolta global beneficia Brasil, Europa e Ásia.

A China anunciou nesta sexta-feira (04/04/2025) uma medida que promete abalar os alicerces do comércio internacional: a partir de 10 de abril, todos os produtos importados dos Estados Unidos estarão sujeitos a uma tarifa adicional de 34%. A decisão, uma resposta direta às barreiras comerciais impostas por Donald Trump em 3 de abril, atinge em cheio setores estratégicos da economia americana, como soja, aeronaves, tecnologia e carne bovina. Com a China sendo o segundo maior mercado para os EUA, a escalada tarifária não apenas ameaça bilhões em negócios, mas também acelera uma reorganização geopolítica que já vinha em curso — com ganhadores claros, como Brasil, Europa, Rússia e nações asiáticas.

Os Estados Unidos exportam para a China mais de US$ 150 bilhões anuais em produtos, desde soja — item crucial para alimentar o maior rebanho suíno do mundo — até aviões da Boeing, que dependem do mercado chinês para um quarto de suas vendas globais. Com o aumento das tarifas, esses produtos ficarão até 40% mais caros na China, perdendo espaço para concorrentes. O Brasil, já líder em exportações de soja para os chineses, deve consolidar sua posição, ampliando também vendas de carne bovina, minério de ferro e petróleo. Frigoríficos como JBS e Marfrig estão entre os primeiros a se beneficiar, enquanto a Petrobras negocia contratos de longo prazo para suprir demandas energéticas chinesas.

Na Europa, a oportunidade surge em setores de luxo e tecnologia. Queijos franceses, vinhos italianos e máquinas industriais alemãs ganham vantagem sobre produtos americanos similares, enquanto a Airbus, rival europeia da Boeing, mira contratos com companhias aéreas chinesas. O Japão e países do Sudeste Asiático, como Vietnã e Malásia, avançam na substituição de componentes eletrônicos e têxteis antes dominados por insumos dos EUA. A Índia, por sua vez, amplia sua presença no setor farmacêutico e de serviços de TI.

A Rússia emerge como peça-chave nesse tabuleiro. Com a Gazprom aumentando as exportações de gás natural pelo gasoduto Power of Siberia e o país liderando as vendas globais de trigo, Moscou fortalece sua parceria estratégica com Pequim, oferecendo energia e grãos a preços competitivos. Além disso, a cooperação em tecnologia militar — com a China adquirindo sistemas de defesa russos — aprofunda o divórcio comercial entre o gigante asiático e o Ocidente.

Enquanto isso, os EUA enfrentam um cenário desafiador. Agricultores do Meio-Oeste, já pressionados por anos de guerra comercial, veem a China — seu segundo maior mercado — fechar as portas para a soja americana. A Boeing, que competia de igual para igual com a Airbus, agora encara custos proibitivos para vender na China, enquanto empresas como a Tesla enfrentam concorrência acirrada de rivais chinesas e europeias no setor de veículos elétricos. Para o cidadão comum, o impacto virá em forma de preços mais altos para produtos como iPhones e medicamentos, já que as tarifas chinesas pressionarão as cadeias globais.

Este conflito, porém, vai além de uma simples disputa bilateral. A China aproveita o momento para acelerar acordos comerciais em moedas locais com parceiros do BRICS, reduzindo a dependência do dólar, e fortalece laços com a ASEAN, bloco que inclui economias dinâmicas como Indonésia e Tailândia. O resultado é um comércio global cada vez mais fragmentado, com cadeias produtivas se realocando para o Sudeste Asiático e o México, e uma inflação que ameaça consumidores em todo o mundo.

Analistas alertam que, se as tensões persistirem, a China pode cortar ainda mais as importações de grãos e tecnologia dos EUA, aprofundando uma ruptura que redefine alianças econômicas há décadas. Enquanto isso, o Brasil tem uma janela de ouro para ampliar sua participação no mercado chinês, consolidando-se não apenas como fornecedor de commodities, mas também como parceiro em setores industriais e de energia. Para a Europa e a Ásia, a lição é clara: em tempos de guerra comercial, agilidade e diversificação são as únicas regras. Enquanto Washington e Pequim se digladiam, o resto do mundo corre para ocupar um espaço que vale trilhões — e que pode ditar quem dominará a economia das próximas décadas.

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