A Shell, uma das maiores empresas petrolíferas do planeta e participante do que se chama de “Big Oil”, conglomerado dos maiores lobistas mundiais do petróleo, criticou o Brasil pela sua “baixa taxa” de perfuração de poços do óleo.
Projeções feitas pela empresa afirmam que o nosso país poderá voltar a importar líquido de petróleo até 2035 se não aumentarmos nossos níveis de produção. O presidente da Shell no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, em entrevista à CNN, afirmou que precisamos abrir novas fronteiras de exploração, como a da Bacia Amazônica.
O projeto já foi duramente criticado pela equipe técnica do IBAMA, que o rejeitou uma vez pelo seu risco de contaminação da bacia, e por outras entidades que defendem o meio ambiente, como o Greenpeace. Mesmo assim, Costa afirma que deveriam existir “um ou dois” leilões de bacias de petróleo por ano para manter o Brasil em um nível de produção acima do seu consumo energético.
O CEO da multinacional britânica, entretanto, parece se preocupar pouco com o eminente desastre climático que nos aguarda caso não haja redução drástica da emissão de gases estufa. De acordo com uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, o petróleo foi responsável por 34% das emissões de CO₂, principal gás que causa o aquecimento global, no ano de 2022. Para Costa, a perspectiva é de aumento do consumo de petróleo de qualquer forma.
Ele ainda afirmou que as “Big Techs”, como Open AI e Meta, são partes muito interessadas na exploração petrolífera: “Antes, elas perguntavam se tínhamos energia renovável para fornecer. Depois, passaram a perguntar se tínhamos energia segura. Hoje, perguntam apenas se temos energia. Qualquer que seja.”
Recentemente, a Shell também foi acusada de poluir os rios do Delta do Níger e de destruir comunidades inteiras com vazamentos de petróleo na região. Ativistas nigerianos estão processando a empresa na alta corte da Inglaterra.
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