Bahia: Refinaria privatizada provoca desabastecimento de Gás de Cozinha

Na tormenta é preciso saber mexer as velas

Por Liana Carvalho

06 de agosto de 2015 : 10h06

Nada importante aconteceu hoje

Por Theófilo Rodrigues, colunista eventual do Cafezinho

Consta a história de que no diário do Rei George III havia apenas uma única frase escrita na página referente ao dia 4 de julho de 1776: “nada importante aconteceu hoje”.

Provavelmente o monarca inglês não tinha recebido ainda a informação de que do outro lado do Atlântico a burguesia colonial havia promulgado a histórica Declaração da Independência dos Estados Unidos.

Dois séculos depois, no ano de 1989 o jornalista comunista Bernardo Joffily escreveu o clássico Bastião Albanês. Com o peso de ter vivido alguns anos na Albânia, o livro de Joffily demonstrava como a experiência socialista daquele país duraria ainda muitos anos e poderia ser expandida para todo o mundo. Pois bem, não se passaram dois meses após a publicação do livro e o regime de Enver Hoxha e Ramiz Alia caiu.

Certamente os dois casos corroboram a inconveniência de um mundo sem internet. Ou, no mínimo, a imprudência na interpretação dos acontecimentos da hora presente.

Aos dirigentes da política brasileira atual não cabe a desculpa de estarem interpretando acontecimentos ocorridos do outro lado do Atlântico. A distância que separa o Congresso Nacional do Palácio do Planalto é sabidamente bem menor.

A crise política em que se meteu o governo federal e que vem desde o início de 2015 alcançou no dia de ontem seu ponto mais alto. Dois importantes partidos de sua base aliada literalmente “pediram para sair”.

Juntos PDT e PTB contabilizam 44 votos a menos para a já desmilinguida base aliada na Câmara dos Deputados.

Inacreditavelmente o impeachment vem à galope sem que haja nenhum sinal de mudança no rumo dos acontecimentos por parte dos principais interessados.

Como bem disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) é chegada a hora de “zerar o jogo”.

Uma reconfiguração dos ocupantes dos ministérios tornou-se iminente com a ampliação dos espaços de poder para o PMDB em detrimento do PT de modo a enfraquecer a influência negativa de Eduardo Cunha sobre a bancada.

É preciso otimizar aquilo que a ciência política definiu como índice de coalescência do governo, ou seja, a proporcionalidade entre votos no Congresso e espaços de poder nos ministérios.

Pode ser que essas medidas não precisem ser mantidas até o fim do governo em 2018; pode ser que a recuperação econômica prometida para 2016 volte a trazer alguma estabilidade política.

Contudo, no atual momento de tormenta é preciso saber mexer as velas. Ou esse mesmo governo pode nem chegar ao porto desejado em 2016.

Espera-se ainda que no futuro nenhum historiador encontre no diário da presidenta Dilma Rousseff referente aos dias iniciais de agosto de 2015 a ignóbil frase: “nada importante aconteceu hoje”.

Theófilo Rodrigues é cientista político.

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13 comentários

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Fjsantos Santos

07 de agosto de 2015 às 02h25

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Iasmin Moris

06 de agosto de 2015 às 17h05

#ComPTpeloBrasil

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Peixoto Barada Nikto

06 de agosto de 2015 às 14h48

o mercadante já cagou tudo.

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    Marcelo Aranha De Sousa Pinto

    06 de agosto de 2015 às 14h50

    O Dia do Estado Contribuinte

    O Estado para se desenvolver …
    O Estado para enriquecer …
    O Estado para subir de condição de vida …
    O Estado para avançar na escala social …
    não pode mais adotar seu endividamento como estilo de vida do contribuinte.

    Responder

    Edson Teixeira

    06 de agosto de 2015 às 15h10

    Mas, a capitã do navio pode jogar o Mercadante ao mar…

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Carlos Hums

06 de agosto de 2015 às 11h47

Enquanto isso a Dilma continua com o Zé da Justiça, o Mercadante e se preocupando com o regime – e a PF, o MPF, o Moro e a mídia, buscando uma tese que se sustente na “opinião” pública para prender o Lula, pensando inclusive qual seria o melhor momento para prende-lo. VTNC Dilma.

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Lulu Pereira

06 de agosto de 2015 às 14h17

para o triunfo, um golpe precisa de três elementos, omissão, passividade e traição. tá moleza.

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    Marcelo Aranha De Sousa Pinto

    06 de agosto de 2015 às 14h50

    O Dia do Estado Contribuinte

    O Estado para se desenvolver …
    O Estado para enriquecer …
    O Estado para subir de condição de vida …
    O Estado para avançar na escala social …
    não pode mais adotar seu endividamento como estilo de vida do contribuinte.

    Responder

    Fjsantos Santos

    09 de agosto de 2015 às 13h53

    Não é tão simples como eles fazem parecer… Lembre-se da Venezuela… ou da Síria…

    Responder

claudio

06 de agosto de 2015 às 11h08

Um governo sem ação e uma governante fraca, apostar que uma “reconfiguração” do ministério resolva a questão é muita superficialidade para um momento tão profundo…

O PMDB pode, se quiser (mas se quiser mesmo!), não apenas ter mais espaço no governo, como ter o próprio governo! É só dar o sinal para o rompimento com Dilma e Temer surgir, assim como foi com Itamar, como o conciliador nacional, formar um “governo de homens e mulheres de bem”, preparar a transição para a direita ganhar as eleições em 2018.

A pauta da imprensa mudaria, surgiriam editorias otimistas, de um Brasil sem corrupção, oferece-se um ministério da Justiça pro Joaquim barbosa, indica-se Moro pro STF e a lua de mel com povo acontece em plena Olimpíadas…

O que poderia dar errado? A briga intestina no PSDB para saber quem seria o “escolhido” para criar uma espécie de plano Real 2 em 2018…

Mas a direita, quando quer, disciplina os seus e, ou escolhe o pupilo e aquieta os demais, ou destrói o dissidente, papel que hoje caberia a Aécio Neves, se essa costura der certo com Temer…

Então, me desculpem a extensão do comentário, mas acreditar que a essa altura da crise, uma reforma ministerial com mais um ou dois ministérios para o PMDB poderá resolver a questão de Dilma, é pouco, muito pouco. Pensassem isso em novembro de 2014, quando as urnas mostraram o fracasso eleitoral da esquerda na composição do parlamento…

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Jose Montenegro

06 de agosto de 2015 às 13h52

Um bom marujo não se esconde sob o convés é sim amarrado no mastro principal para entender como funciona os ventos de uma tempestade

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    Marcelo Aranha De Sousa Pinto

    06 de agosto de 2015 às 14h50

    O Dia do Estado Contribuinte

    O Estado para se desenvolver …
    O Estado para enriquecer …
    O Estado para subir de condição de vida …
    O Estado para avançar na escala social …
    não pode mais adotar seu endividamento como estilo de vida do contribuinte.

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Marcos Portela

06 de agosto de 2015 às 13h13

Lava Jato CONTRA CORRUPÇÃO ou GOLPE FEDERAL? Como pode uma INSTITUIÇÃO FEDERAL, no estado do Paraná, ATACAR ESTATAIS e EMPRESAS brasileiras, DESEMPREGANDO milhares no país, alegando COMBATER a CORRUPÇÃO, CONTRADIÇÃO de quem usa TARJAS PRETAS para ESCONDER e INVALIDAR PROVAS de CORRUPÇÃO contra PARTIDOS de OPOSIÇÃO como PSDB e DEM, que aliados a GRANDE MÍDIA mais parecem uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, INSTALANDO o CAOS no país, usando a política do QUANTO PIOR MELHOR, panelinha que virou PANELAÇO. #MoroTemPatrão

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